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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Liturgia Dominical - 04/09/2011


23º DTC - Ano A - Dia 04/09/2011 - Cor: Verde

Primeira Leitura: Se não advertires o ímpio, eu te pedirei contas da sua morte
Leitura da Profecia de Ezequiel 33,7-9: Assim diz o Senhor: 7 "Quanto a ti, filho do homem, eu te estabeleci como vigia para a casa de Israel. Logo que ouvires alguma palavra de minha boca, tu os deves advertir em meu nome. 8 Se eu disser ao ímpio que ele vai morrer, e tu não lhe falares, advertindo-o a respeito de sua conduta, o ímpio vai morrer por própria culpa, mas eu te pedirei contas da sua morte. 9 Mas, se advertires o ímpio a respeito de sua conduta, para que se arrependa, e ele não se arrepender, o ímpio morrerá por própria culpa, porém tu salvarás tua vida".   Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: O ímpio morrerá por própria culpa
Ao iniciar uma nova etapa da sua atividade, Ezequiel recorda a missão do profera. O profeta é porta-voz da justiça de Deus. Isso o torna, por obrigação, um conscientizador do povo. A justiça de Deus quer que todos tenham chance de perceber o erro e se converter para a vida. Calando, o profeta se torna conivente com a injustiça e sofre dela as mesmas consequências.

Salmo Responsorial - Sl 94(95),1-2.6-7.8-9 (R. 8)
R. Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de Deus!
1 Vinde, exultemos de alegria no Senhor, aclamemos o rochedo que nos salva! 2 Ao seu encontro caminhemos com louvores, e com cantos de alegria o celebremos! (R)
6 Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! 7 Porque ele é o nosso Deus, nosso pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão. (R)
8 Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: "Não fecheis os corações como em Meriba, 9 como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras". (R)

Comentário: Escutem o que Deus fala
Oração de louvor, com advertência em estilo profético.
O motivo de louvor é o próprio Deus vivo que criou o mundo e está acima de todos os deuses das nações e seus projetos. Ele é o soberano do universo que criou o povo e se aliou a ele, dirigindo-o na história como pastor. É também uma advertência profética: Deus deu a terra ao povo. Seu usufruto, porém, depende da fidelidade ao projeto dele. Se a infidelidade dos antepassados impediu que eles entrassem na terra da liberdade e da vida, a infidelidade da geração atual poderá perdê-la. Por isso, devemos viver segundo o projeto que Deus tem para a nossa vida, pois, com certeza, Deus é sempre fiel e misericordioso com todos nós.

Segunda Leitura: O amor é o cumprimento perfeito da Lei
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 13,8-10: Irmãos, 8 não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o próximo está cumprindo a lei. 9 De fato, os mandamentos: "Não cometerás adultério", "Não matarás", "Não roubarás", "Não cobiçarás", e qualquer outro mandamento se resumem neste: "Amarás a teu próximo como a ti mesmo". 10 O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da lei.  Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: O amor é a plenitude da lei
Na vida cristã a única tarefa que não tem limites é o amor, pois ele não só resume tudo o que deve ser feito, mas é feito. Como nos evangelhos, Paulo também vê o amor como a expressão perfeita de toda a lei. Se nossa moral fosse reduzida a uma contabilidade, uma reflexão sobre esta página bastaria para desequilibrar o balanço. As contas não voltam mais. Tudo se reduz à unidade, para além das complicações casuísticas: ou se ama ou se está no pecado. O amor não se define, vive-se. Importa amar para ver claro. E se quisermos que algum outro veja claro, a única estratégia eficiente é amá-lo sem condições, “como a nós mesmos”. Deus é aquele que ama primeiro; ama-nos antes de nós mesmos.

Aclamação ao Evangelho 2Cor 5,19
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. O Senhor reconciliou o mundo em Cristo, confiando-nos sua Palavra; a Palavra da reconciliação, a Palavra que hoje, aqui, nos salva.    (R)

Evangelho: Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 18,15-20: Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 15 se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. 16 Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. 17 Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público. 18 Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra será desligado no céu. 19 De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos céus. 20 Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles".  Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: Correção fraterna
Quando um irmão peca, prejudicando o bem comum, a comunidade age com prudência e justiça, procurando corrigir o irmão. Reunida em nome e no espírito de Jesus, a comunidade tem o poder de incluir ou excluir pessoas do seu meio, isto é, incluir ou excluir pessoas. A missão dela, porém, não termina com a exclusão do pecador: ela deve procurá-lo, como o pastor que sai em busca da ovelha perdida. Ninguém está isento do pecado. Mas, se alguém erra, não pode ser punido impiedosamente e ser excluído da comunidade, sem a devida ponderação. Havia, nas primeiras comunidades cristãs, uma tendência a resolver, com uma certa dose de leviandade, os casos de desvio da fé. Os pequeninos eram as primeiras vítimas desta intransigência. Deve-se percorrer um longo caminho, antes de se tomar a decisão de afastar da comunidade alguém que errou. O primeiro passo consiste em ser advertido, a sós, por quem se sente ofendido. Isto pode ser suficiente para que a pessoa refaça sua conduta. Pode, entretanto, acontecer de a pessoa não se deixar tocar, e persistir no erro. O passo seguinte consistirá em convocar as testemunhas previstas pela Lei mosaica e, diante delas, admoestar quem pecou, tentando demovê-lo de sua má conduta. Talvez, ele se deixe convencer e se converta. Também esta iniciativa pode resultar inútil. Só então a comunidade toda, neste caso, deve ser convocada para discernir, com muita responsabilidade, se a melhor decisão consiste em afastar o pecador de seu meio. Jesus, porém, cuida para que a reunião da comunidade não se transforme numa espécie de tribunal. Antes, que busque descobrir o desígnio do Pai a este respeito. A certeza da presença do Filho de Deus visa garantir a justiça num assunto tão fundamental. A vida comunitária, reunindo pessoas de temperamentos, valores, e costumes diversos comporta sempre desencontros e conflitos, que ameaçam a sua unidade. A busca de superação dos conflitos na comunidade não é exclusiva dos cristãos. Mesmo entre comunidades gregas e romanas haviam normas e regras de procedimento em vista desta superação. No caso de uma ofensa pessoal, entre dois membros da comunidade, Mateus apresenta uma regra em três etapas: primeiro uma correção fraterna do ofendido ao ofensor; caso este não a aceite, recorrer ao testemunho de duas ou três pessoas, e se ainda o ofensor resistir à correção, recorre-se à igreja, ou seja, à comunidade. A última providência, caso o ofensor persista em sua posição, é a exclusão, sendo "tratado como se fosse um pagão ou um publicano". Esta etapa final, na regra de Mateus, causa certa estranheza, uma vez que Jesus sempre esteve próximo dos gentios e publicanos, procurando integrá-los no seu convívio comunitário. O reconhecimento do conflito e da ofensa se faz, acima de tudo, em vista de sensibilizar o ofensor e, em plena misericórdia, procurar sua mudança de atitudes, garantindo sua inserção na comunidade. Lucas, em seu evangelho (17,1-2), apresenta a correção de maneira simples: "Se teu irmão pecar, repreende-o e se ele se arrepender, perdoa-lhe. E caso ele peque contra ti sete vezes por dia, sete vezes retornar, dizendo 'Estou arrependido", tu lhe perdoarás". Em continuidade ao texto de Mateus, temos a prática mais característica das comunidades de discípulos de Jesus: a oração em comum ao Pai dos céus. A presença de Jesus, filho de Deus, entre os discípulos tem um sentido especial no momento em que não mais existe o Templo (destruído pelos romanos no ano 70) onde se pretendia ter a presença de Deus. E as próprias sinagogas estão dispensadas no momento em que os discípulos se "reúnem" em torno de Jesus, palavra viva de Deus. A presença de Deus se dá na comunidade misericordiosa e inclusiva, comprometida com a acolhida, a reconciliação e o perdão, mantendo sua comunhão com o próprio Jesus presente em seu meio. "O amor é o cumprimento perfeito da Lei".

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