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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Liturgia Dominical - 21/08/2011


21º DTC - Ano A - Dia 21/08/2011 - Cor: Branco
Assunção de Nossa Senhora

Primeira Leitura: Uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés
Leitura do Livro do Apocalipse de São João 11,19a; 12,1.3-6a.10ª: 11,19a Abriu-se o Templo de Deus que está no céu e apareceu no Templo a arca da Aliança. 12,1 Então apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. 3 Então apareceu outro sinal no céu: um grande dragão, cor de fogo. Tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete coroas. 4 Com a cauda, varria a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. O dragão parou diante da mulher que estava para dar à luz, pronto para devorar o seu filho, logo que nascesse. 5 E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. 6 A mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar. 10 Ouvi então uma voz forte no céu, proclamando: "Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo". Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: A arca da nova aliança
Não se fala mais do Deus “que vem”, porque ele já veio no testemunho de Jesus e dos seus seguidores. A arca é o sinal da aliança e indica a presença de Deus no meio do povo. A aliança se realiza através do testemunho profético do povo de Deus. A Mulher é um símbolo cheio de significados: é Eva, a mãe da humanidade (cf. Gn 3,15-20); também o povo de Israel (doze estrelas = doze tribos) assim como Sião, o resto do povo de Deus que espera o Messias (Is 66,7). É também Maria enquanto mãe de Jesus e mãe dos discípulos de Jesus (Jo 19,25-27), e o povo de Deus da nova Aliança (doze estrelas = doze apóstolos). O dragão personifica o mal, inimigo de Deus. Trata-se do egoísmo, orgulho e auto-suficiência que deformam os indivíduos e os grupos sociais. Ele é sanguinário (vermelho), tem pleno poder sobre os impérios do mundo (sete cabeças e sete diademas), mas sua força é relativa e imperfeita (dez chifres). Ele tem a pretensão de lutar contra Deus (estrelas do céu). Quer devorar o Filho da Mulher, o Messias que veio para destruí-lo. O Filho é Jesus, que nasce (ressurreição) para a glória e para dominar as nações, destruindo o poder do dragão. O mal foi derrotado. Agora a situação do povo de Deus é como a dos hebreus no deserto, libertados da escravidão: viverá no deserto até o fim da história (mil, duzentos e sessenta dias), em meio a perseguições e na intimidade com Deus.

Salmo Responsorial - Sl 44(45),10bc.11.12ab.16 (R. 10b)
R. À vossa direita se encontra a rainha, com vestes esplendente de ouro de Ofir.
10b As filhas de reis vêm ao vosso encontro, 10c e à vossa direita se encontra a rainha com veste esplendente de ouro de Ofir. (R)
11 Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: "Esquecei vosso povo e a casa paterna! 12a Que o Rei se encante com vossa beleza! b Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!   (R)
16 Entre cantos de festa e com grande alegria, ingressam, então, no palácio real".   (R)

Comentário: Defender a verdade e a justiça
Elogio dedicado ao rei, por ocasião do casamento
Este salmo nos mostra que a função do rei é lutar pela verdade e justiça, defendendo o povo, principalmente em conflitos internacionais. Após explicar o novo estilo de vida da noiva, o salmo descreve sua entrada até o rei, para a cerimônia do casamento.

Segunda Leitura: Cristo, como primícias; depois os que pertencem a Cristo
Leitura da Primeira de Carta de São Paulo aos Coríntios 15,20-27ª: Irmãos, 20 Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. 21 Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. 22 Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. 23 Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. 24 A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. 25 Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. 26 O último inimigo a ser destruído é a morte. 27a Com efeito, "Deus pôs tudo debaixo de seus pés".  Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: Deus é tudo, em todos.
Dois estados da humanidade se opõem: o pecado e a morte, dos quais Adão é o símbolo; a graça e a vida, realizadas em Cristo (cf. Rm 5,17-21). A partir do pecado, existem na sociedade forças e estruturas que invertem no destino humano, desagregando, pervertendo, e até mesmo levando os homens à morte. Cristo foi morto por essas estruturas, mas Deus o ressuscitou e lhe deu poder de destruí-las. Após vencer essas forças, também a morte será vencida; então, o triunfo será definitivo. Unida a Cristo, a humanidade estará de novo submetida a Deus e o Reino de Deus se manifestará completamente.

Aclamação ao Evangelho
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Maria é elevada ao céu, alegram-se os coros dos anjos.      (R)

Evangelho: O Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor: elevou os humildes
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,39-56; Naqueles dias, 39 Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. 40 Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre". 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44 Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45 "Bem aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu". 46 Maria disse: "A minha alma engrandece o Senhor 47 e meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, 48 porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as geração me chamarão bem aventurada, 49 porque o todo poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50 e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem. 51 Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52 Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53 Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54 Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55 conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre." 56 Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.  Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: A glorificação de Maria
Ainda no seio de sua mãe, João Batista recebe o Espírito prometido. Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mãe Isabel. O cântico de Maria é o cântico dos pobres que reconhece a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Cumprindo a promessa. Deus assume o partido dos pobres, e realiza uma transformação na história, invertendo a ordem social: os ricos e poderosos são depostos e despojados, e os pobres e oprimidos são libertos e assumem a direção dessa nova história. A festa da assunção de Nossa Senhora leva-nos a repensar todo o seu peregrinar neste nosso mundo, pois se trata de celebrar o desfecho de sua caminhada. O fim da existência terrena de Maria consistiu na plenificação de todos os seus anseios de mulher de fé e disponível para servir. A expressão "repleta de graça", dita pelo anjo, encontrou sua expressão consumada na exaltação dela junto de Deus. A estreita conexão entre a existência terrena de Maria e a sua sorte eterna foi percebida desde cedo pela comunidade cristã, apesar de a Bíblia não contar os detalhes de sua vida e de sua morte. A comunidade deu-se conta de que Deus assumiu e transformou toda a sua história, suas ações e seu corpo. O relato evangélico é um pequeno retrato de Maria. Sua condição de mãe do Messias, o "Senhor" esperado pelo povo, proveio da profunda comunhão com Deus e da disponibilidade total em fazer-se sua servidora. Expressou sua fé no canto de louvor, o Magnificat, no qual proclamou as maravilhas do Deus e as grandezas de seus feitos em favor dos fracos e pequeninos. A comunhão com Deus desdobrava-se, na vida de Maria, na sua disponibilidade a servir o próximo. A ajuda prestada à prima Isabel é uma pequena amostra do que era a Mãe de Deus no seu dia-a-dia. Assunta ao céu, Maria experimentou, em plenitude, a comunhão vivida na Terra. As primeiras comunidades de discípulos de Jesus guardavam vivas as memórias tanto do próprio Jesus como de João Batista, pelo qual Jesus foi batizado. Lucas recorreu a estas memórias para elaborar sua própria narrativa da concepção de Jesus no ventre de Maria e a de João Batista no ventre de Isabel. Jesus, tendo começado seu ministério como discípulo de João Batista, passou, depois, a agir com autonomia e, com seu anúncio revestido da autoridade divina, sobrepujou a figura de João. Assim sendo, tardiamente, as memórias dos dois, feitas pelas comunidades, foram marcadas pela insistente afirmação da precedência de Jesus sobre João. Neste sentido temos as declarações atribuídas a João de que ele próprio deve desaparecer para dar lugar a Jesus. Na narrativa da visitação de Maria a Isabel, a precedência de Jesus se manifesta na afirmação de que o menino João pulou no ventre de Isabel quando a saudação de Maria, portando Jesus, chegou aos ouvidos de Isabel. Segue-se a proclamação de Isabel ao afirmar "como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar?". Conforme a tradição da igreja, Maria, terminados seus dias de vida aqui na terra, foi elevada aos céus, em sua corporeidade, sendo assumida no seio de Deus, gozando já da vida divina. Ela é um sinal da vitória da vida sobre a morte, vitória esta narrada com imagens impressivas no Apocalipse (primeira leitura). A continuidade desta vida terrena na eternidade é insistentemente afirmada por Paulo em suas cartas (segunda leitura), com a proclamação da ressurreição de Jesus e da qual somos chamados a participar.

APROFUNDANDO NA PALAVRA: Assunção de Nossa Senhora
O dogma da Assunção foi definido no ano de 1950, durante o pontificado de Pio XII. Ignoramos se, como e quando se deu a morte de Maria, desde muito cedo festejada como "dormição". É uma solenidade que, correspondendo ao natal (morte) dos outros santos, é considerada a festa principal da Virgem. O dia 15 de agosto lembra provavelmente a dedicação de uma grande igreja a Maria, em Jerusalém.
A Igreja celebra hoje em Nossa Senhora a realização do Mistério pascal. Sendo Maria a "cheia de graça", sem sombra alguma de pecado, quis o Pai associá-la à ressurreição de Jesus.
Assunta ao céu, Maria está mais perto de nós
As três leituras da missa apresentam muito concretamente os valores da assunção de Maria, o lugar que tem no plano da salvação e suas mensagens à humanidade.
Maria é a verdadeira 'arca da aliança", é a "mulher vestida de sol", imagem da Igreja (1ª leitura). Como a arca construída por Moisés estava no Templo, porque era "sinal e instrumento da aliança de Deus com seu povo eleito, Maria está no céu em sua integridade humana porque «sinal e instrumento" da nova aliança. A arca continha a Lei e, por ela, Deus respondia aos pedidos do povo; Maria nos oferece Jesus, o proclamador da lei do amor, o realizador da nova aliança de salvação; nele o Pai nos fala e nos escuta. Maria é figura e primícias da Igreja, mãe do Cristo e dos homens, que ela gerou para Deus na dor, sob a cruz do Filho; é, portanto, anúncio da salvação total que se realizará no reino de Deus.
Isto se dará por obra do Cristo ressuscitado (2ª leitura), modelo e realizador da ressurreição final gloriosa, comunicada em primeiro lugar a Maria, por causa de sua maternidade divina. A Virgem Imaculada foi o anúncio do fim da redenção, que é levar os homens a uma inocência integral; a Virgem da Assunção é anúncio da meta final da redenção: a glorificação da humanidade em Cristo. Maria chama hoje os cristãos a se considerarem inseridos na história da salvação e destinados a conformar-se a Cristo na glória, felicidade infinita no encontro comunitário da casa do Pai. Por isto, diz o Concilio que a Assunção de Maria é dada à Igreja, aos homens, como "sinal de segura esperança e de consolação". Maria mesma transmite suas mensagens aos homens no seu "Magnificat" (evangelho). Proclama que Deus realizou uma tríplice inversão de falsas situações humanas, para restaurar a humanidade na salvação, obra de Cristo. No campo religioso, Deus derruba as auto-suficiências humanas; confunde os planos dos que nutrem pensamentos de soberba, erguem-se contra Deus e oprimem os homens. No campo político Deus destrói os injustificáveis desníveis humanos, abate os poderosos dos tronos e exalta os humildes; repele aqueles que se apoderam indevidamente dos povos, e aprova os que os servem para promover o bem das pessoas e da sociedade, sem discriminações raciais, culturais ou políticas. No campo social Deus transtorna a aristocracia estabelecida sobre o ouro e os meios de poder; cumula de bens os necessitados e despede de mãos vazias os ricos, para instaurar uma verdadeira fraternidade na sociedade e entre os povos, porque todos são filhos de Deus.
Assim, as festas da Imaculada e da Assunção nos lembram toda a história da salvação, aquela história que se realiza hoje para nós, e que, rogamos a Maria, nossa mãe, conduza a plenitude.
Maria, imagem da Igreja
Maria, glorificada na Assunção, é a criatura que atingiu a plenitude da salvação, até a transfiguração do corpo. É a mulher vestida de sol e coroada de doze estrelas. É a mãe que nos espera e convida a caminhar para o reino de Deus. A Mãe do Senhor é a imagem da Igreja: luminosa garantia de seu destino de salvação, porque o Espírito do Ressuscitado cumprirá plenamente sua missão em todos nós, como o fez nela, que já é aquilo que nós seremos.
Muitos não gostam de ouvir falar em "salvação das almas". Expressando-se assim, parece-lhes que a vida, com suas cores, sabores e complementos que a tornam agradável, vá desaparecer; parece-lhes que o corpo não serve para nada. Têm razão, porque não será assim. Maria, assunta ao céu é garantia de que o homem todo se salva, de que os corpos ressurgirão. Para o cristão, a salvação é a ressurreição dos corpos, um mundo novo e a terra nova. Na eucaristia, pão de imortalidade, se encontram os alimentos-base do homem, frutos da terra, da videira e do trabalho do homem; é precisamente a eucaristia a garantia cotidiana de que a salvação atinge o homem todo na sua situação concreta, para arrebatá-lo à morte, a mais terrível inimiga do progresso.
Magnificat!
O relato evangélico é um pequeno retrato de Maria. Sua condição de mãe do Messias, o "Senhor" esperado pelo povo, proveio da profunda comunhão com Deus e da disponibilidade total em fazer-se sua servidora. Expressou sua fé no canto de louvor, o Magnificat, no qual proclamou as maravilhas do Deus e as grandezas de seus feitos em favor dos fracos e pequeninos.
A comunhão com Deus desdobrava-se, na vida de Maria, na sua disponibilidade a servir o próximo. A ajuda prestada à prima Isabel é uma pequena amostra do que era a Mãe de Deus no seu dia-a-dia. Assunta ao céu, Maria experimentou, em plenitude, a comunhão vivida na Terra.

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