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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Liturgia do dia 07/09/2011


Quarta-Feira da 23ª STC - Ano A - Dia 07/09/2011 - Cor: Verde

Primeira Leitura: Morrestes com Cristo; mortificai também vossos membros
Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses 3,1-11: Irmãos, 1 se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; 2 aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 3 Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. 4 Quando Cristo, vossa vida; aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória. 5 Portanto, fazei morrer o que em vós pertence à terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a cobiça, que é idolatria. 6 Tais coisas provocam a ira de Deus contra os que lhe resistem. 7 Antigamente vós estáveis enredados por estas coisas e vos deixastes dominar por elas. 8 Agora, porém, abandonai tudo isso: ira, irritação, maldade, blasfêmia, palavras indecentes, que saem dos vossos lábios. 9 Não mintais uns aos outros. Já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir 10 e vos revestistes do homem novo, que se renova segundo a imagem do seu criador, em ordem ao conhecimento. 11 Aí não se faz distinção entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, inculto, selvagem, escravo e livre, mas Cristo é tudo em todos.   Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: Morrestes com Cristo; mortificai também vossos membros
Paulo não despreza as realidades terrestres. “Procurar as coisas do alto” significa descobrir a vida nova revelada em Jesus Cristo. O cristão já participa da vida que Jesus vive no mistério de Deus. Essa purificação deve crescer e concretizar-se cada vez mais na história; quando Jesus estiver plenamente manifesto através do testemunho dos cristãos, então essa participação também se tornará completamente manifesta. Estes, conhecendo a vida de Cristo são capazes de discernir e criticar tudo o que não conduz à plena realização humana. Através do batismo, os cristãos passam por uma transformação radical: deixam de pertencer à velha humanidade corrompida (homem velho) e começam a pertencer à nova humanidade (homem novo), que é a criação realizada em Cristo, o novo Adão, imagem de Deus. Na comunidade cristã, semente da nova humanidade, não se admitem distinções de raça, religião, cultura ou classe social: todos são iguais e participam igualmente da vida de Cristo. A transformação é coisa prática: deixar as ações que visam egoisticamente aos próprios interesses, em troca de ações a serviço da reconciliação mútua e do bem comum. Ser “ressuscitado com Cristo” é coisa extraordinária, ao mesmo tempo graça e “morte”. Isto não significa que deva o cristão viver de experiências religiosas extraordinárias. Pelo contrário, a existência cristã é hoje mais do que nunca desprovida de “êxito” aparente. Não tem, sobretudo hoje, as grandes possibilidades de luz e conquista do cristianismo primitivo, mas na sinceridade da fé e na “cotidianidade” assume nova qualidade de transparência, pureza, coragem, abandono. Este estilo é a “salvação” do cristão. Exige que ele saiba passar da vaidade dos sentidos à verdade oculta e profunda do coração. Cumpre ir até o fundo da existência humana, renovar as estruturas interiores até deixar transparecer em si a imagem de Deus (v.10). Isto é ser o fermento escondido na massa e requer coração de pobre. Então, só assim, é possível a celebração viva do Ressuscitado.

Salmo Responsorial - Sl 144(145),2-3.10-11.12-13ab (R. 9a)
R. O Senhor é muito bom para com todos.
2 Todos os dias haverei de bendizer-vos, hei de louvar o vosso nome para sempre. 3 Grande é o Senhor e muito digno de louvores, e ninguém pode medir sua grandeza.   (R)
10 Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! 11 Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder!    (R)
12 Para espalhar vossos prodígios entre os homens e o fulgor de vosso reino esplendoroso. 13a O vosso reino é um reino para sempre, 13b vosso poder, de geração em geração.   (R)

Comentário: Deus merece o louvor
Hino de louvor ao Nome e ao amor de Deus, testemunhos da história
O louvor ao Nome, revelado no momento da grande libertação, recorda que o Deus vivo é o libertador. O louvor é um reconhecimento das obras que Deus realiza na história. Transmitido de geração em geração, esse louvor mantém a fé que constrói a história segundo o projeto de Deus. O centro desse projeto é o amor de Deus criando liberdade e vida. O Reino de Deus é o amor partilhado entre todos os homens, para eliminar as divisões e desigualdades.

Aclamação ao Evangelho Lc 6,23ab
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Meus discípulos, alegrai-vos, exultai de alegria, pois, bem grande é a recompensa, que nos céus tereis, um dia! (R)

Evangelho: Bem-aventurados vós, os pobres. Mas, ai de vós, ricos.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 6,20-26: Naquele tempo, 20 Jesus levantando os olhos para os seus discípulos, disse: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus! 21 Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque havereis de rir! 22 Bem-aventurados sereis, quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome, por causa do Filho do homem! 23 Alegrai-vos, nesse dia, e exultai, pois será grande a vossa recompensa no céu; porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. 24 Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação! 25 Ai de vós, que agora tendes fartura, porque passareis fome! Ai de vós, que agora rides, porque tereis luto e lágrimas! 26 Ai de vós quando todos vos elogiam! Era assim que os antepassados deles tratavam os falsos profetas".   Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: Uma palavra de esperança
O povo vem de todas as partes ao encontro de Jesus, porque a ação dele faz nascer a esperança de uma sociedade nova, libertada da alienação e dos males que afligem os homens. Os versículos 20-26 proclamam o cerne de toda a atividade de Jesus: produzir uma sociedade justa e fraterna, aberta para a novidade de Deus. Para isso, é preciso libertar os pobres e famintos, os aflitos e os que são perseguidos por causa da justiça. Isso, porém, só se alcança denunciando aqueles que geram a pobreza e a opressão e depondo-os dos seus privilégios. Não é possível abençoar o pobre sem libertá-lo da pobreza. Não é possível libertar o pobre da pobreza sem denunciar o rico para libertá-lo da riqueza. As palavras de Jesus dirigem-se aos pobres que tem diante de si. Servindo-se da segunda pessoa do plural "vós", seu discurso destina-se aos que são carentes de bens materiais, vindo até mesmo a passar fome; aos que choram, talvez porque tiveram seus direitos negados e sua dignidade aviltada; aos que são vítimas de calúnia, ódio e perseguição, devendo levar uma vida difícil de privação dos bens necessários para viver dignamente. Portanto, um grupo de pessoas carentes de palavras de esperança. As bem-aventuranças visam infundir ânimo e coragem a quem se encontra nesta situação de penúria. Sobretudo os pobres devem ter a certeza de que Deus está do lado deles, e que o Reino lhes pertence. Deus mesmo haverá de saciá-los, consolá-los e ser para eles motivo de alegria. A outra face da moeda é representada pelos ricos, pelos fartos, pelos folgazões e pelos que estão preocupados com a fama, a qualquer preço. Estes também encontram-se diante de Jesus, e são o alvo das invectivas que lhe são lançadas com tanta veemência. É provável que fossem eles a causa da situação de carência dos demais, sem se darem conta. Por isso, são declarados malditos. Falta-lhes sensibilidade, pois em seus corações não há lugar para a misericórdia. Isto justifica a severidade com que serão tratados, se não se converterem urgentemente, fazendo-se atentos aos apelos dos necessitados. Tanto Lucas como Mateus, apresentam a proclamação das bem-aventuranças por Jesus, porém cada um mantêm seu estilo e sua intenção teológica próprios. Em Mateus temos oito bem-aventuranças, proclamadas na montanha, pelo que Jesus é associado a Moisés com seu decálogo. Em Lucas são quatro bem-aventuranças, na planície, isto é, no meio da grande multidão. As quatro bem-aventuranças de Lucas exprimem situações objetivas de exclusão: pobreza, fome, lágrimas e perseguições. Elas estão mais próximas das fontes da tradição. Os pobres são os destinatários das bem-aventuranças. Eles são as vítimas da sociedade exploradora e excludente. Seguem quatro "ais" dirigidos aos ricos, que são os beneficiários de tal tipo de sociedade. Uma das características do evangelho de Lucas é a denuncia da divisão sócio-econômica entre pobreza e riqueza.

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