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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Liturgia Dominical


29º DTC - Ano A – Dia: 16/10/2011 - Cor: Verde

Primeira Leitura: Tomei Ciro pela mão direita, para que submeta os povos ao seu domínio
Leitura do Livro do Profeta Isaías 45,1.4-6: 1 Isto diz o Senhor sobre Ciro, seu Ungido: "Tomei-o pela mão para submeter os povos ao seu domínio, dobrar o orgulho dos reis, abrir todas as portas à sua marcha, e para não deixar trancar os portões. 4 Por causa de meu servo Jacó, e de meu eleito Israel, chamei-te pelo nome; reservei-te, e não me reconheceste. 5 Eu sou o Senhor, não existe outro: fora de mim não há deus. Armei-te guerreiro, sem me reconheceres, 6 para que todos saibam do oriente ao ocidente, que fora de mim outro não existe. Eu sou o Senhor, não há outro".   Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: Deus age através de um pagão
Deus, o Senhor da história, é quem dirige as nações e acontecimentos para dar liberdade e vida ao povo que a ele se aliou. Para realizar o seu projeto, Deus se serve da história dos povos, chegando mesmo a tomar um rei pagão para revesti-lo com a função de messias (ungido), própria dos reis de Israel. O Deus vivo não está confinado a um templo, nem a uma instituição, nem a determina estrutura de religião: o lugar eminente do seu agir é a história e a vida. Sabemos pela Bíblia, que Deus criou todas as coisas, que toda a criação é boa. A distinção entre o bem e o mal começa a partir do posicionamento que o homem toma adiante do projeto de Deus.

Salmo Responsorial - Sl 95(96),1 e 2a-3.4-5.7-8.9-10a e c       (R. 7ab)
R. Ó família das nações, dai ao Senhor poder e glória!
1 Cantai ao Senhor Deus um canto novo, 2a cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! 3 manifestai a sua glória entre as nações, e entre os povos do universo seus prodígios! (R)
4 Pois Deus é grande e muito digno de louvor, é mais terrível e maior que os outros deuses; 5 porque um nada são os deuses dos pagãos. Foi o Senhor e nosso Deus quem fez os céus. (R)
7 Ó família das nações, dai ao Senhor, ó nações, dai ao Senhor poder e glória, 8 dai-lhe a glória que é devida ao seu nome! Oferecei um sacrifício nos seus átrios. (R)
9 Adorai-o no esplendor da santidade, terra inteira, estremecei diante dele! 10a Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!” 10c pois os povos ele julga com justiça. (R)

Comentário: Deus vem para governar a terra
Hino à realeza de Deus, que vem para estabelecer o seu Reino de justiça
Este salmo é um louvor a Deus, proclamando a sua vitória sobre os ídolos das nações. A função do povo de Deus é testemunhar na história, através do louvor e da ação, o Deus vivo que derrota os ídolos. A proclamação central deste louvor é a realeza de Deus, soberano do universo e da história. Toda a comunidade é convidada a participar do louvor com que o povo aclama seu Deus. Sua realeza se estabelece na história à medida que a justiça triunfa sobre a injustiça. Em cada luta pela justiça, é o próprio Deus quem está vindo para reinar. Coloquemos nossa vida nas mãos de Deus, mas, sempre fazendo a nossa parte e vivendo de acordo com a vontade Dele, com certeza nos cobrirá de graças e bênçãos.

Segunda Leitura: Recordamo-nos sem cessar da vossa fé, da caridade e da esperança
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses 1,1-5b: 1 Paulo, Silvano e Timóteo, à Igreja dos tessalonicenses, reunida em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo: a vós, graça e paz! 2 Damos graças a Deus por todos vós, lembrando-vos sempre em nossas orações. 3 Diante de Deus, nosso Pai, recordamos sem cessar a atuação da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo. 4 Sabemos, irmãos amados por Deus, que sois do número dos escolhidos. 5b Porque o nosso evangelho não chegou até vós somente por meio de palavras, mas também mediante a força que é o Espírito Santo; e isso, com toda a abundância.   Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: A palavra de verdade chegou até vós
O clima da vida cristã deve ser o de uma família, onde todos são irmãos junto com Cristo, tendo Deus como Pai. A trilogia fé-amor-esperança define a vida cristã na sua base, na sua concretização prática e no seu dinamismo histórico. A vida cristã nasce do compromisso de fé em Jesus Cristo, que significa aceitar a vida e a ação de Jesus e continuá-las entre os homens. O amor é a realização prática desse testemunho, através da partilha dos bens e da fraternidade, que concretizam o Reino de Deus no dia-a-dia da história. A esperança é o dinamismo que nasce do amor, alimentando a vida cristã, voltada para o futuro do Reino de Deus, isto é, para a realização plena da vida. Uma comunidade cristã vive a vida de todos os dias com disponibilidade interior de confiança e esperança para o amor de Cristo, encara a vida e o mundo com amor reconciliado. Às vezes nos perguntamos como reconhecer hoje e como viver sinais de ressurreição, anunciadores de um mundo novo. Tais sinais não são a grande luz, o grande milagre ou o grande gesto, mas sim o reino que nasce cada dia, como a sementinha que cai e morre, e frutifica. Quem quer que observe com olhar transparente uma comunidade que vive de fé, esperança e caridade, descobre nela aquilo que transforma e anuncia a presença ativa do Cristo ressuscitado.

Aclamação ao Evangelho Cf. Fl 2,15d.16a
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Como astros no mundo vós resplandeçais, mensagem de vida ao mundo anunciando, da vida a Palavra, com fé, proclameis, quais astros luzentes no mundo brilheis.     (R)

Evangelho: Dai, pois a César o que é de César e a Deus o que é de Deus
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 22,15-21: Naquele tempo, 15 os fariseus fizeram um plano para apanhar Jesus em alguma palavra. 16 Então mandaram os seus discípulos, junto com alguns do partido de Herodes, para dizerem a Jesus: "Mestre, sabemos que és verdadeiro e que, de fato, ensinas o caminho de Deus. Não te deixas influenciar pela opinião dos outros, pois não julgas um homem pelas aparências. 17 Dize-nos, pois, o que pensas: É lícito ou não pagar imposto a César?" 18 Jesus percebeu a maldade deles e disse: "Hipócritas! Por que me preparais uma armadilha? 19 Mostrai-me a moeda do imposto!" Levaram-lhe então a moeda. 20 E Jesus disse: "De quem é a figura e a inscrição desta moeda?" 21 Eles responderam: "De César". Jesus então lhes disse: "Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus".   Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: O povo pertence a Deus
O imposto era o sinal da dominação romana; os fariseus a rejeitavam, mas os partidários de Herodes a aceitavam. Se Jesus responde “sim”, os fariseus o desacreditarão diante do povo; se ele diz “não”, os partidários de Herodes poderá acusá-lo de subversão. Mas Jesus não discute a questão do imposto. Ele se preocupa é com o povo: a moeda é “de César”, mas o povo é “de Deus”. O imposto só é justo, quando reveste em benefício do bem comum. Jesus condena a transformação do povo em mercadoria que enriquece e fortalece tanto a dominação interna como a estrangeira. O novo povo de Deus pertence unicamente a Deus, e só Deus pode exigir do homem adoração. Jesus está em Jerusalém, por ocasião da Páscoa dos judeus. As perseguições que já vinha sofrendo na Galiléia, agora se aguçam com várias investidas dos chefes dos sacerdotes, fariseus e dos anciãos, proprietários de terras, e a consumação de seu ministério se aproxima. A estes chefes de Israel juntam-se os partidários de Herodes. Estes eram adeptos da realeza, os aliados mais próximos e servos de Herodes, preposto de César. Dirigem-se a Jesus com um acúmulo de elogios que já deixam transparecer a falsidade. São palavras cheias de malícia. Pretendem remover qualquer inibição ou bloqueio de Jesus afim de que ele fale realmente o que pensa! Perguntam se devem pagar o imposto a César. Esperavam uma resposta negativa, um ato de insubordinação, o que lhe mereceria a condenação por parte dos prepostos do império romano. A imposição de pesados impostos à Judéia já fora causa de uma revolta liderada por Judas, o Galileu, cerca de vinte e cinco anos antes. Jesus, realmente, diz o que pensa: chama-os de hipócritas e denuncia sua maldade em procurar armar-lhe ciladas. Mais adiante (Mt 23,1-32) ele voltará a denunciar detalhadamente a hipocrisia destes chefes religiosos da Judéia. Jesus pede que mostrem a moeda do imposto. Este devia ser pago em moeda romana, o denário. As moedas, correntes no comércio, eram os "out-doors" de propaganda do império, cunhadas com imagens e inscrições que exaltavam o imperador. De maneira pedagógica Jesus pergunta aos seus questionadores sobre de quem é a figura e a inscrição na moeda. Com a confirmação de que é de César Jesus conclui: "Devolvei, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus". À questão sobre o "pagar" Jesus responde com o "devolver". A sutil resposta de Jesus, em primeiro lugar, remove o caráter divino do imperador: César e Deus são colocados separadamente. Por outro lado Jesus, com sua resposta, devolve a questão aos seus provocadores. Cabe a eles julgarem o que é de César e o que é de Deus. Sem dúvida poderão perceber que devolver a César o que é de César é erradicar de suas mentes toda ambição de riqueza e a idolatria do dinheiro. Devolver a Deus o que é de Deus é libertar seu povo e promover-lhe a vida, o que é a vontade e o projeto de Deus para toda a humanidade.

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