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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Liturgia Dominical


31º DTC - Ano A – Dia: 30/10/2011 - Cor: Verde

Primeira Leitura: Abandonastes o caminho e fostes para muitos pedra de tropeço na observância da lei
Leitura da Profecia de Malaquias 1,14b-2,1-2.8-10: 14b Eu sou o grande rei, diz o Senhor dos exércitos, e o meu nome é terrível entre as nações. 2,1 E agora este mandamento para vós, ó sacerdotes. 2 Se não quiserdes ouvir e tomar a peito glorificar o meu nome diz o Senhor dos exércitos, lançarei sobre vós a maldição. 8 Vós, porém, vos afastastes do reto caminho e fostes para muitos, na observância da lei, pedra de tropeço; quebrastes o pacto de Levi, diz o Senhor dos exércitos; 9 e eu também vos fiz desprezíveis e vos rebaixei aos olhos de todos os povos, na medida em que não guardastes meus caminhos e praticastes discriminação de pessoas no serviço da lei. 10 Acaso não é um só o pai de todos nós? Acaso não fomos criados por um único Deus? Então, por que cada um de nós é desonesto com seu irmão, violando o pacto de nossos pais?   Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: Abandonastes o caminho e fostes para muitos pedra de tropeço na observância da lei
Numa época em que os judeus já não podem ter outros meios que os identifiquem como povo de Deus, o culto torna-se a carteira de identidade. É no culto que Israel exprime, de forma visível, o afeto e o respeito na sua relação com Deus. Malaquias critica os sacerdotes por relaxarem o culto, além de se considerarem tedioso o serviço sacerdotal. Desse modo, os sacerdotes não valorizam aquilo que, no momento, é para o povo a única forma de manter a própria identidade. E o que dizer quando Deus é mais respeitado fora do que dentro do seu povo? Aos sacerdotes cabiam duas funções ministrar o culto e ensinar conforme as normas da Aliança. O profeta já havia criticado os abusos culturais, agora denuncia a perversão do ensinamento com que os sacerdotes afastam o povo das normas da Aliança.

Salmo Responsorial - Sl 130(131),1.2.3 (R. 14a)
R. Guardai-me, ó Senhor, convosco, em vossa paz!
1 Senhor, meu coração não é orgulhoso, nem se eleva arrogante o meu olhar; não ando à procura de grandezas, nem tenho pretensões ambiciosas! (R)
2 Fiz calar e sossegar a minha alma; ela está em grande paz dentro de mim, como a criança bem tranquila, amamentada no regaço acolhedor de sua mãe. (R)
3 Confia no Senhor, ó Israel, desde agora e por toda a eternidade! (R)

Comentário: A maturidade da fé
Oração de confiança, exprimindo a maturidade da fé
Este salmo nos mostra que a fé verdadeira supera a ambição, seja material, seja espiritual (busca de grandezas e milagres). A fé madura reconcilia o homem com Deus, consigo mesmo e com a realidade, traduzindo-se na confiança em Deus e no seu projeto. Em outras palavras, a verdadeira grandeza e milagre é a presença e ação de Deus, que garantem o rumo da história para a liberdade e a vida. Este é o dinamismo que nos arranca da resignação, e nos leva a buscar continuamente o horizonte da realização humana.

Segunda Leitura: Desejávamos dar-vos não somente o evangelho de Deus, mas até a própria vida
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses 2,7b-9.13: Irmãos: 7b Foi com muita ternura que nos apresentamos a vós, como uma mãe que acalenta os seus filhinhos. 8 Tanto bem vos queríamos, que desejávamos dar-vos não somente o evangelho de Deus, mas até a própria vida; a tal ponto chegou a nossa afeição por vós. 9 Irmãos, certamente ainda vos lembrais dos nossos trabalhos e fadigas. Trabalhamos dia e noite, para não sermos pesados a nenhum de vós. Foi assim que anunciamos o evangelho de Deus. 13 Por isso, agradecemos a Deus sem cessar por terdes acolhido a pregação da palavra de Deus, não como palavra humana, mas como aquilo que de fato é: Palavra de Deus, que está produzindo efeito em vós que abraçastes a fé.   Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: Desejávamos dar-vos não somente o evangelho de Deus, mas até a própria vida
Descrevendo sua ação missionária entre os tessalonicenses, Paulo propõe as atitudes fundamentais de um agente de pastoral: coragem de anunciar o Evangelho, mesmo que precise enfrentar fortes oposições de grupos interesseiros; não agir com segundas intenções, à moda de espertalhões que aproveitam de sua função para se promoverem à custa de bajulações; não abusar da própria autoridade, mas ter profundo amor pela comunidade, mesmo com perigo de vida; não colocar o dinheiro como motivação do apostolado. Por fim, a regra suprema: fazer com que a vida da comunidade seja testemunho da presença do Reino de Deus. Paulo tem um único anseio: anunciar o evangelho de Deus, suscitar a fé em Cristo, ensinar todos a levarem uma vida digna de Deus. Ele narra o dom de Deus em Jesus Cristo, não apenas com a palavra, mas sobretudo com a vida cotidiana. Paulo sabe, de fato, que só é eficaz a mensagem que reproduz, não a palavra de Jesus, mas o próprio Jesus. Se cremos que a Bíblia é a palavra de Deus, devemos admitir que ainda hoje as comunidades cristãs evangelizam na medida que cada cristão se converte a Cristo e vive, no relacionamento fraterno e no serviço ao próximo, a novidade do evangelho. Só aquele que vive do amor de Deus é capaz de criar em torno de si espaços de misericórdia e esperança.

Aclamação ao Evangelho Cf. Mt 23,9b.10b
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Só um é o vosso Pai, o vosso Pai celeste. Um só é o vosso Guia, Jesus Cristo, o Messias!     (R)

Evangelho: Eles falam, mas não praticam
Proclamação ao Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 23,1-12: Naquele tempo, 1 Jesus falou às multidões e aos seus discípulos e lhes disse: 2 "Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. 3 Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. 4 Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo. 5 Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas. 6 Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas. 7 Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de Mestre. 8 Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos. 9 Na terra, não chameis a ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10 Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é vosso Guia, Cristo. 11 Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. 12 Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado".   Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: Cuidado com o exibicionismo
Jesus critica os intelectuais e os líderes da classe dominante, que transformam o saber em poder, agindo hipocritamente e oprimindo o povo. Na nova comunidade de Jesus todos são irmãos, voltados para o serviço mútuo e reunidos em torno de Deus que é Pai, e de Jesus, que é o único líder e que veio para servir. Jesus cuidou para que seus discípulos não imitassem os maus costumes dos fariseus. Abusando da boa-fé das pessoas simples, eles as oprimiam. Quando consultados, faziam interpretações rigorosas e exigentes da Lei. No entanto, tudo era diferente quando chegava a vez deles cumprirem essa mesma Lei. Seu agir pautava-se por um dualismo intransigente: severidade para os outros e permissividade para si mesmos. Os fariseus distinguiam-se pelo exibicionismo. Suas roupas eram adornadas por franjas exageradas. Traziam, amarrados na fronte e nos braços, pequenos estojos contendo textos da Lei. Para que todos se dessem conta disto, usavam tiras de couro bem largas para atar esses estojos. Quando chegavam nas sinagogas, faziam questão de ocupar um lugar de destaque. Na rua, gostavam de ser saudados pelos passantes. Na época, essa saudação constava de um ritual bem complicado. Além disso, não abriam mão de serem chamados de "rabinos", para que sua importância ficasse bem evidente. Jesus procurou banir tal comportamento do meio de seus discípulos, ensinando-lhes o caminho do serviço e da humildade. Nada de querer parecer melhor que os outros, querendo assim assumir um lugar que pertence unicamente a Deus e acabando por se tornar um terrível opressor. O discípulo deve ser movido por outros sentimentos! Tendo encerrado, no seu evangelho, as narrativas de conflitos de Jesus com os fariseus, Mateus apresenta um longo discurso de Jesus como denúncia da prática equivocada dos escribas e fariseus. Com esse discurso, Mateus faz uma advertência às suas comunidades, formadas por discípulos oriundos do judaísmo, que ainda se mantinham apegados à sua antiga doutrina. Os escribas e fariseus não devem ser modelos. Que ninguém pretenda ser "rabi", "pai", "guia" (títulos de autoridade). A comunidade deve ser marcada pela fraternidade e pelo serviço humilde, excluindo-se qualquer aspiração a privilégios ou poder.

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