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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Liturgia do dia 19/10/2011


Quarta-Feira da 29ª STC - Ano A – Dia: 19/10/2011 - Cor: Verde
São João de Brébeuf e Santo Isaac Jogues, presbíteros, e seus companheiros, mártires
São Paulo da Cruz, presbítero

Primeira Leitura: Oferecei-vos a Deus como pessoas que passaram da morte à vida
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 6,12-18: Irmãos, 12 que o pecado não reine mais em vosso corpo mortal, levando-vos a obedecer às suas paixões. 13 Não ofereçais mais vossos membros ao pecado como armas de iniquidade. Pelo contrário, oferecei-vos a Deus como pessoas vivas, isto é, como pessoas que passaram da morte à vida, e ponde vossos membros ao serviço de Deus como armas de justiça. 14 De fato, o pecado não vos dominará, visto que não estais sob o regime da lei, mas sob o regime da graça. 15 Então, iremos pecar, porque não estamos sob o regime da lei, mas sob o regime da graça? De modo algum! 16 Acaso não sabeis que, oferecendo-vos a alguém como escravos, sois realmente escravos daquele a quem obedeceis, seja escravos do pecado para a morte, seja escravos da obediência para a justiça? 17 Graças a Deus que vós, depois de terdes sido escravos do pecado, passastes a obedecer, de coração, aos ensinamentos, aos quais fostes entregues. 18 Libertados do pecado, vos tornastes escravos da justiça.  Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: Oferecei-vos a Deus como pessoas que passaram da morte à vida
Ressuscitando para viver sob o regime da graça concedida por Deus através de Jesus Cristo, os cristãos devem viver em clima de conversão, de contínua passagem da morte para a vida. Trata-se de não mais se prestarem como instrumentos de uma sociedade que produz injustiça e morte, mas de se entregarem ao serviço de Deus, oferecendo-se a si mesmos como instrumentos que realizem o projeto de Deus na história (justiça). Em outras palavras, entregar-se de corpo e alma à luta para implantar um sistema social em que a vida seja o centro e o fundamento. Sobre os cristãos o pecado não terá mais voz e vez. Paulo radicaliza: o cristão não deve ser apenas instrumento, mas escravo de Deus e da justiça; deve ser alguém que se empenha total e exclusivamente na realização do projeto de Deus. E nesse serviço não existe relação comercial, como no pecado: a recompensa é dom gratuito de Deus, que é a própria vida. Estar sem cadeias, sem saber em que direção andar, sem meta que dê um sentido à caminhada, não é liberdade, mas simples ausência de constrição ou espontaneidade. Não é livre aquele que não obedece a ninguém, mas quem obedece a Deus. Em nossa adesão a Cristo, preso à obediência ao Pai, encontramos nossa verdadeira liberdade. Cristo quis plenamente e a fundo a vontade do Pai. Esta sua decisão é o lugar de maturação de nossa liberdade. Esta não se reduz a um desejo adolescente de afirmar de qualquer modo a própria personalidade. Deus é amor. Somente o sol do amor faz amadurecer a liberdade, como qualquer realidade do homem.
Salmo Responsorial - Sl 123(124),1-3.4-6.7-8 (R. 8a)
R. Nosso auxílio está no nome do Senhor.
1 Se o Senhor não estivesse ao nosso lado, que o diga Israel neste momento; 2 se o Senhor não estivesse ao nosso lado, quando os homens investiram contra nós, 3 com certeza nos teriam devorado no furor de sua ira contra nós. (R)
4 Então as águas nos teriam submergido, a correnteza nos teria arrastado, 5 e então, por sobre nós teriam passado essas águas sempre mais impetuosas. 6 Bendito seja o Senhor, que não deixou cairmos como presa de seus dentes! (R)
7 Nossa alma como um pássaro escapou do laço que lhe armara o caçador; o laço arrebentou-se de repente, e assim nós conseguimos libertar-nos. 8 O nosso auxílio está no nome do Senhor, do Senhor que fez o céu e fez a terra! (R)

Comentário: É Deus quem protege o povo
Oração coletiva de agradecimento, depois de um perigo superado
Este salmo nos mostra que apoiado no projeto do Deus libertador, o povo consegue a vitória contra os inimigos. Deus colabora muitas vezes com seu povo, fazendo fracassar os planos dos opressores. O versículo 8 é uma confissão de confiança: quem auxilia o povo é o Deus libertador, Senhor da vida.

Aclamação ao Evangelho Mt 24,42a.44
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Vigiai, diz Jesus, vigiai, pois, no dia em que não esperais, o vosso Senhor há de vir.     (R)

Evangelho: A quem muito foi dado, muito será pedido
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 12,39-48: Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 39 "Ficai certos, se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. 40 Vós também ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes". 41 Então Pedro disse: "Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?" 42 E o Senhor respondeu: "Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa? 43 Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! 44 Em verdade eu vos digo: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. 45 Porém, se aquele empregado pensar: 'Meu patrão está demorando', e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, 46 O senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis. 47 Aquele empregado que, conhecendo a vontade do senhor, nada preparou, nem agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. 48 Porém, o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!"    Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: Um alerta para os líderes
Esperando continuamente a chegada imprevisível do Senhor que serve, a comunidade cristã permanece atenta, concretizando a busca do Reino através da prontidão para o serviço fraterno. Os versículos 41-46 mostram que isso vale ainda mais para os dirigentes da comunidade, que receberam de Jesus o encargo de servir, provendo às necessidades da comunidade. A responsabilidade é ainda maior, quando se sabe o que deve ser feito (versículos 47-48). A parábola do dispenseiro prudente e fiel é uma chamada de atenção para os líderes das comunidades cristãs, na perspectiva da demora em consumar-se a segunda vinda do Senhor. O dispenseiro confiável corresponde ao líder que exerce a tarefa de coordenar a comunidade, sem extrapolar os limites de suas atribuições. No trato com os irmãos e as irmãs, sabe ser benevolente e justo, fraterno e solidário, equânime e respeitoso. Ele não cede à tentação de sentir-se superior aos demais, nem de fazer acepção de pessoas. Antes, exerce a liderança, consciente de estar a serviço do Senhor, a quem deverá prestar contas. O dispenseiro insensato assemelha-se ao líder que tiraniza a comunidade, despreza as pessoas, e é inescrupuloso no trato com elas. Comporta-se como se fosse o senhor de seus semelhantes. Um senhor impiedoso e cruel! Os efeitos danosos de sua atitude são imediatamente sentidos pela comunidade, a qual se dispersa, desanima, perde o gosto de testemunhar sua fé. A reação do senhor diante das duas atitudes contrastantes alerta para o destino de cada tipo de líder: quem é fiel receberá a bênção divina, em forma de herança dos bens eternos. Sua fidelidade a um projeto histórico torná-lo-á merecedor de um prêmio celeste. Já o líder tirano será punido com severidade, recebendo a mesma sorte dos ímpios, ou seja, o castigo eterno. Estas duas parábolas comparativas são estimulantes a partir da expectativa da volta do Senhor. A primeira, sobre o dono da casa e a vinda do ladrão, é dirigida aos discípulos em geral, que devem estar atentos, vigiando, isto é, zelosos em praticar a vontade de Deus. A segunda, sobre o servo que cuida da criadagem do senhor, é dirigida àqueles que têm a missão de conduzir a comunidade. É provável que ela fosse inicialmente dirigida aos fariseus, aplicando-se, em seguida, aos líderes das comunidades de discípulos de Jesus. Todos devem assumir com humildade suas responsabilidades, estando atentos às necessidades dos irmãos, sem impor ou dominar os demais.

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