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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Liturgia do dia 02 de Novembro de 2011


Quarta-Feira da 31ª STC - Ano A – Cor: Roxo
Fiéis Defuntos

Primeira Leitura: Eu sei que o meu Redentor está vivo
Leitura do Livro de Jó 19,1.23-27ª: 1 Jó tomou a palavra e disse: 23 "Gostaria que minhas palavras fossem escritas e gravadas numa inscrição 24 com ponteiro de ferro e com chumbo, cravadas na rocha para sempre! 25 Eu sei que o meu redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó; 26 e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus. 27a Eu mesmo o verei, meus olhos o contemplarão, e não os olhos de outros". Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: O meu redentor está vivo
Jó descreve o abandono total em que foi deixado pelos concidadãos, parentes, familiares e até pela própria esposa. Inclusive os amigos, de quem Jó esperaria solidariedade e compreensão, todos se afastaram, considerando-o pecador. Diante disso, ele implora piedade e declara: "Foi Deus quem violou o meu direito... a mão de Deus me feriu!" Jó clama por solidariedade, que implica num compromisso que supera uma visão simplista da realidade e chega a uma visão nova da justiça de Deus, do marginalizado e do relacionamento entre ambos. Jó não pode mais contar com a solidariedade de ninguém. Apesar de tudo, sabe que é inocente, e não lhe importa se os outros o consideram pecador por estar sofrendo. Ele declara que nessa condição terá uma experiência de Deus ("com os próprios olhos"), superando aquela concepção veiculada pelo dogma da retribuição. Na verdade, Deus não condena o justo que sofre; antes se solidariza com ele e o defende contra essa própria teologia que considera qualquer sofredor como pecador.

Salmo Responsorial - Sl 41(42),2.3.5bcd; Sl 42,3.4.5 (R. 41,3a)
R. A minh’alma tem sede de Deus e deseja o Deus vivo.
41,2 Assim como a corça suspira pelas águas correntes, suspira igualmente minh’alma por vós, ó meu Deus! (R)
3 A minh’alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus? (R)
5b Peregrino e feliz caminhando 5c para a casa de Deus, 5d entre gritos, louvor e alegria da multidão jubilosa. (R)
42,3 Enviai vossa luz, vossa verdade: elas serão o meu guia; que me levem ao vosso Monte santo, até vossa morada! (R)
4 Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria. Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus! (R)
5 Por que te entristeces, minh’alma a gemer no meu peito? Espera em Deus! Louvarei novamente o meu Deus Salvador!   (R)

Comentário: Sede do Deus vivo e esperança de justiça
Súplica, provavelmente de um sacerdote injustamente julgado, condenado e exilado
Este salmo apresenta a imagem do animal selvagem e sedento, traduzindo o sentimento do exilado. À pergunta dos estrangeiros, ele se lembra do passado: a presença especial de Deus em Jerusalém. O futuro se abre na esperança. A luz e a verdade conduzirão o exilado para Jerusalém, onde o próprio Deus o julgará com justiça.

Segunda Leitura: A morte foi tragada pela vitória
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 15,51-57: Irmãos: 51 Eu vos comunico um mistério: Nem todos nós morreremos, mas todos nós seremos transformados. 52 Num instante, num abrir e fechar de olhos, ao soar da trombeta final - pois a trombeta soará - não só os mortos ressuscitarão incorruptíveis, mas nós também seremos transformados. 53 Pois é preciso que este ser corruptível se vista de incorruptibilidade; é preciso que este ser mortal se vista de imortalidade. 54 E quando este ser corruptível estiver vestido de incorruptibilidade e este ser mortal estiver vestido de imortalidade, então estará cumprida a palavra da Escritura: "A morte foi tragada pela vitória. 55 Ó morte, onde está a tua vitória? Onde está o teu aguilhão?" 56 O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a Lei. 57 Graças sejam dadas a Deus que nos dá a vitória pelo Senhor nosso, Jesus Cristo. Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: A morte foi tragada pela vitória
Paulo imagina que Cristo há de voltar antes que a sua geração morra; os mortos ressuscitarão e os que estiverem vivos serão transformados. Desse modo, ele salienta que a ressurreição não é apenas retorno à vida. Depois que Cristo ressuscitou, nenhum tipo de morte terá a vitória final. Essa vitória de Cristo sobre a morte é também vitória contra o pecado, que introduz e alimenta a morte no mundo,  e contra a lei, que mostra o que é pecado, mas não dá forças para vencê-lo. Quem acredita em Jesus ressuscitado pode cantar desde já o triunfo da vida.

Aclamação ao Evangelho Cf. Jo 6,40   
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Quem vê o Filho e nele crê, este tem a vida eterna, e eu o farei ressuscitar n’último dia, diz Jesus.   (R)

Evangelho: Quem crê no Filho terá a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 6,37-40: Naquele tempo, disse Jesus às multidões: 37 "Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei. 38 Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39 E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40 Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia".  Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: Fé e vida eterna - "Eu sou o pão da vida".
Jesus se apresenta como aquele que veio de Deus para dar a vida definitiva aos homens. Seus adversários não admitem que um homem possa ter origem divina e, portanto, possa dar a vida definitiva. A vida de Jesus foi toda norteada pela vontade do Pai. Esta se resume em querer a salvação de todo ser humano, para o qual está reservada a vida eterna, na medida em que acolher a palavra de Jesus e se deixar guiar por ela. Por isso, o ministério do Mestre pode ser definido como serviço à salvação da humanidade. Isto explica por que buscava estar presente ali onde a morte se fazia sentir com mais intensidade, junto de quem se tornara escravo do pecado. Os pecadores foram alvo de sua constante solicitude. O desígnio do Pai era que não se perdesse ninguém dos que tinham sido entregues ao Filho. Evidentemente, a palavra de Jesus tem um sentido inclusivo: toda a humanidade foi-lhe entregue para ser salva, sem exclusão de ninguém. Sendo assim, o Filho devia empenhar-se para que a salvação, a vida eterna, atingisse cada criatura humana. O caminho da salvação exige fé sincera no Filho Jesus. Confessá-la significava aderir à dinâmica de vida assumida por ele, cujo centro era a vontade do Pai, e deixar a vida divina permear a existência humana, de forma a transformá-la pelo amor. Assim, o discípulo de Jesus tinha a chance de, já no curso de sua existência terrena, experimentar a vida eterna que lhe estava reservada. O evangelho de João nos apresenta o discurso de Jesus sobre o pão, após a partilha dos pães. Neste discurso, depois de referir-se ao maná do deserto, Jesus faz a auto-proclamação: "Eu sou o pão da vida". No evangelho de João, temos mais seis auto-proclamações simbólicas de Jesus: Eu sou... a luz do mundo, a porta, o bom pastor, a ressurreição e a vida, o caminho, a verdade e a vida, a videira verdadeira. O acento em "Eu sou" coloca Jesus como revelação de Deus e objeto do crer. O próprio Jesus é o grande sinal, porém muitos que o viram não creram nele. Mas ele convida e acolhe a todos. Crer em Jesus significa dar adesão a ele, e não a assimilação de uma doutrina. Jesus havia declarado: "É o meu pai quem vos dá o verdadeiro pão do céu". E este pão é o próprio Jesus que é o pão da vida. Comer este pão significa assimilar o seu amor e seu exemplo de serviço, partilha e dom da vida. A conclusão consiste na essência do evangelho. A vontade do Pai, ao enviar o Filho, é que quem vê o Filho, suas palavras e ações e nele crê, seguindo seus passos, tenha a vida eterna

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