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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Nossa Senhora da Conceição Aparecida


Quarta-Feira da 28º STC - Ano A – Dia: 12/10/2011 - Cor: Branco

Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira principal do Brasil

Primeira Leitura: Concede-me a vida do meu povo, eis o meu desejo!
Leitura do Livro de Ester 5,1b-2; 7,2b-3: 1b Ester revestiu-se com vestes de rainha e foi colocar-se no vestíbulo interno do palácio real, frente à residência do rei. O rei estava sentado no trono real, na sala do trono, frente à entrada. 2 Ao ver a rainha Ester parada no vestíbulo, olhou para ela com agrado e estendeu-lhe o cetro de ouro que tinha na mão, e Ester aproximou-se para tocar a ponta do cetro. 7,2b Então, o rei lhe disse: "O que me pedes, Ester; o que queres que eu faça? Ainda que me pedisses a metade do meu reino, ela te seria concedida". 3 Ester respondeu-lhe: "Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e se for de teu agrado, concede-me a vida - eis o meu pedido! - e a vida do meu povo - eis o meu desejo!"  Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: O dom da vida
Enquanto os poderosos se embriagam e se alienam em banquetes para sustentar o próprio poder, os oprimidos se conscientizam e se preparam para agir, através da oração e do jejum. Noutras palavras, sua necessidade e clamor chegam ao limite e os impelem a tomar posição. As situações estão prestes a se inverter: através da fraqueza dos oprimidos (Ester), Deus começa a agir para quebrar a força dos poderosos e derrotar o poder do inimigo. Enquanto isso, os oprimidos, mesmo ameaçados, não se dobram diante do opressor. É a resistência dos oprimidos desmascarando a "verdade" do opressor e acelerando os acontecimentos. O pedido e o desejo de Ester são os mesmos de todo o povo: a vida. No entanto, para que todos tenham vida é preciso denunciar a perversidade do sistema opressor, que vende o povo para ser exterminado, morto e aniquilado. Além do mais, o que se ganha, destruindo o povo? A atitude de Ester é exemplo ousado para qualquer autoridade: ela arrisca a própria vida para salvar a vida do povo e a ele servir.

Salmo Responsorial - 44(45),11-12a.12b-13.14-15a.15b-16 (R. 11.12a)
R. Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: que o Rei se encante com vossa beleza!
11 Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: "Esquecei vosso povo e a casa paterna! 12a Que o Rei se encante com vossa beleza!    (R)
12b Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor! 13 O povo de Tiro vos traz seus presentes, os grandes do povo vos pedem favores.  (R)
14 Majestosa, a princesa real vem chegando vestida de ricos brocados de ouro. 15a Em vestes vistosas ao Rei se dirige.   (R)
15b E as virgens amigas lhe formam cortejo; 16 entre cantos de festa e com grande alegria, ingressam, então, no palácio real".  (R)

Comentário: Defender a verdade e a justiça
Elogio dedicado ao rei, por ocasião do casamento
Este salmo nos mostra que a função do rei é lutar pela verdade e justiça, defendendo o povo, principalmente em conflitos internacionais. Após explicar o novo estilo de vida da noiva, o salmo descreve sua entrada até o rei, para a cerimônia do casamento.

Segunda Leitura: Um grande sinal apareceu no céu
Leitura do Apocalipse de São João 12,1.5.13a.15-16ª: 1 Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. 5 E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. 13a Quando viu que tinha sido expulso para a terra, o dragão começou a perseguir a mulher que tinha dado à luz o menino. 15 A serpente, então, vomitou como um rio de água atrás da mulher, a fim de a submergir. 16a A terra, porém, veio em socorro da mulher.  Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário:
A Mulher é um símbolo cheio de significados: é Eva, a mãe da humanidade (cf. Gn 3,15-20); também o povo de Israel (doze estrelas = doze tribos) assim como Sião, o resto do povo de Deus que espera o Messias (Is 66,7). É também Maria enquanto mãe de Jesus e mãe dos discípulos de Jesus (Jo 19,25-27), e o povo de Deus da nova Aliança (doze estrelas = doze apóstolos). O dragão personifica o mal, inimigo de Deus. Trata-se do egoísmo, orgulho e auto-suficiência que deformam os indivíduos e os grupos sociais. Ele é sanguinário (vermelho), tem pleno poder sobre os impérios do mundo (sete cabeças e sete diademas), mas sua força é relativa e imperfeita (dez chifres). Ele tem a pretensão de lutar contra Deus (estrelas do céu). Quer devorar o Filho da Mulher, o Messias que veio para destruí-lo. O Filho é Jesus, que nasce (ressurreição) para a glória e para dominar as nações, destruindo o poder do dragão. O mal foi derrotado. Agora a situação do povo de Deus é como a dos hebreus no deserto, libertados da escravidão: viverá no deserto até o fim da história, em meio a perseguições e na intimidade com Deus. O mal não conseguiu vencer Jesus; por isso agora persegue os cristãos seguidores de Jesus. Mas estes são continuamente protegidos por Deus, até o final da história. É tempo de perseguição (rio) mas, como no Êxodo, o povo de Deus não sucumbe.

Aclamação ao Evangelho Jo 2,5b
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Disse a Mãe de Jesus aos serventes: fazei tudo o que Ele disser!  (R)

Evangelho: Fazei o que ele vos disser
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 2,1-11: Naquele tempo, 1 houve um casamento em Caná da Galiléia. A mãe de Jesus estava presente. 2 Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. 3 Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: "Eles não têm mais vinho". 4 Jesus respondeu-lhe: "Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou". 5 Sua mãe disse aos que estavam servindo: "Fazei o que ele vos disser". 6 Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. 7 Jesus disse aos que estavam servindo: "Enchei as talhas de água". Encheram-nas até a boca. 8 Jesus disse: "Agora tirai e levai ao mestre-sala". E eles levaram. 9 O mestre-sala experimentou a água que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. 10 O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: "Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho bom até agora!" 11 Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galiléia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.    Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: A transformação da água em vinho
Segundo João, a primeira semana de Jesus termina com a festa de casamento em Cana. João relata este episódio por causa do seu aspecto simbólico: o casamento é o símbolo da união de Deus com a humanidade, realizada de maneira definitiva na pessoa de Jesus, Deus-e-Homem. Sem Jesus, a humanidade vive uma festa de casamento sem vinho. Maria, aliviando a situação constrangedora, simboliza a comunidade que nasce da fé em Jesus, e as últimas palavras que ela diz neste evangelho são um convite: “Façam o que Jesus mandar”. Jesus diz que a sua hora ainda não chegou, pois só acontecerá na sua morte e ressurreição, quando ele nos reconcilia com Deus. Jesus utilizou a água que os judeus usavam para as purificações. Os judeus estavam cegos pela preocupação de não se mancharem, e sua religião multiplicava os ritos de purificação. Mas Jesus transformou a água em vinho! É que a religião verdadeira não se baseia no medo do pecado. O importante é receber de Jesus o Espírito. Este, como vinho generoso, faz a gente romper com as normas que aprisionam e com a mesquinhez da nossa própria sabedoria. O episódio de Cana é uma espécie de resumo daquilo que vai acontecer através de toda a atividade de Jesus: com sua palavra e ação, Jesus transforma as relações dos homens com Deus e dos homens entre si. Maria, como mãe de Jesus, o Filho de Deus, é revestida de imensa glória. Sua proximidade do Filho permite que seja um apoio para nossa fé. Maria nos conduz a Jesus. Pois é a si próprio que Jesus chama a todos para segui-lo como discípulos. O evangelista João fala sempre em "a mãe de Jesus", sem dizer seu nome. "Mãe", com seu sentido de origem do ser, representa a maternidade universal e divina de Maria, gerando para a vida eterna. A nossa piedade vê, neste evangelho, o importante papel de Nossa Senhora no projeto salvífico de Deus. Ela é sensível às nossas necessidades, e intercede por nós junto a seu Filho. E Jesus atende aos apelos de sua mãe. Em Ester (primeira leitura) a tradição encontrou uma similitude com Maria: ela intercede junto ao rei por seu povo. No Apocalipse, a mulher celestial que dá à luz um filho homem (segunda leitura), também encontramos uma alusão à Maria. Aqui podemos, ainda, ver uma referência à Igreja, na terra, perseguida pela Serpente. No evangelho de João temos uma simbologia abrangente. Jesus está inaugurando seu ministério. Nele encontramos algo extraordinariamente novo, que extrapola as expectativas e observâncias do judaísmo. Na tradição profética, a Aliança de Deus com seu povo é apresentada como uma núpcias. Nesta narrativa de João, a festa de núpcias não oferece vinho suficiente. Haviam seis talhas de pedra, vazias, destinadas às purificações rituais dos judeus, que foram preenchidas com água. A água de purificação não é solução. É preciso transformá-la. A atual prática do judaísmo deixa a desejar. A mãe de Jesus percebe o problema. Com seu simbolismo, João não pretende realçar a relação amorosa, mãe-filho, mas sim a relação de maternidade entre Maria e a humanidade. Jesus afirma que não é a "sua hora", a hora de sua glorificação na cruz, que consagra uma vida toda dedicada à renovação do mundo pelo amor, até o fim, sem temer a morte. Contudo Jesus resolve sinalizar sua "hora", e associa a água, fonte da vida, ao vinho, fonte de alegria! O amor de Jesus liberta da Lei e gera vida e alegria.

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