Pesquisar

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Liturgia Dominical do dia 11 de Setembro de 2011


24º DTC - Ano A - Dia 11/09/2011 - Cor: Verde

Primeira Leitura: Perdoa a injustiça cometida por teu próximo; quando orares, teus pecados serão perdoados
Leitura do Livro do Eclisiástico 27,33-28,9: 33 O rancor e a raiva são coisas detestáveis; até o pecador procura dominá-las. 28,1 Quem se vingar encontrará a vingança do Senhor, que pedirá severas contas dos seus pecados. 2 Perdoa a injustiça cometida por teu próximo: assim, quando orares, teus pecados serão perdoados. 3 Se alguém guarda raiva contra o outro, como poderá pedir  Deus a cura? 4 Se não tem compaixão do seu semelhante, como poderá pedir perdão dos seus pecados? 5 Se ele, que é um mortal, guarda rancor, quem é que vai alcançar perdão para os seus pecados? 6 Lembra-te do teu fim e deixa de odiar; 7 pensa na destruição e na morte, e persevera nos mandamentos. 8 Pensa nos mandamentos, e não guardes rancor ao teu próximo. 9 Pensa na aliança do Altíssimo, e não leves em conta a falta alheia!   Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: Perdoe, e você será perdoado
Somente Deus conhece o mais fundo da nossa vida e história. Por isso, só ele pode avaliar e julgar nossos atos, fazendo justiça. O texto leva diretamente ao "Pai nosso": "Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". "Se vocês não perdoarem aos homens, o Pai de vocês também não perdoará os males que vocês tiverem feito" (Mt 6,15).

Salmo Responsorial - Sl 102(103),1-2.3-4.9-10.11-12 (R. 8)
R. O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso;
1 Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! 2 Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores! (R)
3 Pois ele te perdoa toda culpa, e cura toda sua enfermidade; 4 da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão; (R)
9 Não fica sempre repetindo as suas queixas, nem guarda eterna-mente o seu rancor. 10 Não nos trata como exigem nossas faltas, nem nos pune em proporção às nossas culpas. (R)
11 Quanto os céus por sobre a terra se elevam, tanto é grande o seu amor aos que o temem; 12 quanto dista o nascente do poente, tanto afasta para longe nossos crimes. (R)

Comentário: Deus é amor
Hino de louvor, celebrando o amor de Deus
Este salmo nos mostra que a experiência fundamental do amor de Deus vem através do perdão, que liberta do mal e refaz a vida. O amor de Deus, porém, se expressa através da justiça que defende os que não têm defesa, realizando uma história nova, a partir deles. Os versículos 8-14 mostram a dimensão infinita desse amor, que se compara ao de um pai para com seus filhos. Voltado para o homem, esse amor de Deus se realiza na compaixão, que é sofrer junto com os que participam da condição humana.

Segunda Leitura: Quer vivamos, quer morramos, pertecemos ao Senhor
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 14,7-9: Irmãos, 7 ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. 8 Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. 9 Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto, para ser o Senhor dos mortos e dos vivos. Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: Vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor
O julgamento humano é parcial e corre sempre o risco de ser injusto. Só Deus pode julgar objetivamente, porque só ele conhece o íntimo do homem e seus atos. Diante de Deus, cada um deverá responder por si mesmo. Cada um, portanto, deve aprofundar e esclarecer a própria consciência, vivendo segundo as convicções que tem. Julgar “os outros” é tentação frequente. Paulo defende a liberdade de consciência, mas não gostaria de ver cristãos que se julgam libertos de certas coisas julgar seus irmãos que as adotam. Até certo ponto é necessário bem compreender que, também na Igreja, não é com discussão que se resolvem os problemas, mas pondo em prática aquilo que nos une. Procure-se no diálogo partir não do que é externo, pró ou contra determinadas práticas ou modos de agir, mas do íntimo, de Cristo vivido como motivação fundamental. O cristão que não sabe orar seriamente, nunca terá capacidade para o diálogo, Provavelmente convém não falar muito apressadamente de “consciência”, se antes não soubermos tomar o Cristo crucificado como ponto de referência fundamental.

Aclamação ao Evangelho Jo 13,34
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Eu vos dou este novo Mandamento, nova ordem, agora, vos dou; que, também, vos ameis uns aos outros como eu vos amei, diz o Senhor.   (R)

Evangelho: Não te digo perdoar até sete vezes, mas até setenta vezes sete
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 18,21-35: Naquele tempo, 21 Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?" 22 Jesus respondeu: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.” 23 Porque o reino dos céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24 Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25 Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a divida. 26 O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: 'Dá-me um prazo! E eu te pagarei tudo'. 27 Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28 Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: 'Paga o que me deves'. 29 O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: 'Dá-me um prazo! E eu te pagarei'. 30 Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31 Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32 Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: 'Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33 Não devias tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?' 34 O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35 É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão". Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: Dar e receber perdão
Na comunidade de Jesus não existem limites para o perdão. Ao entrar na comunidade, cada pessoa já recebeu do Pai, um perdão sem limites. A vida na comunidade precisa, portanto, basear-se no amor e na misericórdia, compartilhando entre todos, esse perdão que cada um recebeu. Só é capaz de perdoar o próximo quem, de fato, faz a experiência de sentir-se perdoado por Deus. Pelo contrário, quem se mostra inflexível e incapaz de perdoar, dá mostras de não reconhecer o quanto foi perdoado por Deus. A insensibilidade em relação ao dom recebido de Deus torna impossível a concessão de perdão ao próximo. A simples consciência da imensidade do perdão recebido de Deus deveria ser suficiente para motivar as pessoas a perdoar. A parábola do servo cruel está centrada neste tema. Quando se tratou de ser perdoado pelo rei que lhe havia emprestado uma quantia enorme de dinheiro, e não tinha com que pagar, o servo suplicou-lhe clemência e tempo. Comovido, o rei deixou-o partir, perdoando-lhe toda a dívida. Logo em seguida, porém, ao encontrar um companheiro que lhe devia uma quantia irrisória, foi incapaz de sensibilizar-se quando este lhe pediu tempo e clemência para quitar seu débito. E mandou aprisioná-lo. O rei ficou indignado. Parecia-lhe evidente que, assim como o servo havia sido objeto de compaixão, tendo recebido o perdão de sua dívida, o mesmo deveria ter feito com seu companheiro. Por conseguinte, a falta de compaixão para com o próximo impede que se faça a experiência da compaixão de Deus. Deus perdoa a quem está disposto a perdoar. Uma das características fundamentais da revelação do amor de Deus em Jesus é o perdão, fruto da misericórdia. Na antiga Lei predominavam o revide à agressão e o extermínio do inimigo. A interrogação de Pedro a Jesus indica uma tolerância limitada à ofensa. A resposta de Jesus, com a figuração numérica de "setenta vezes sete", revela que o perdão não tem limites. Só quem se julga justo é que mede até onde se perdoa e dispõe-se a condenar. Nesse sentido segue a parábola narrada por Jesus. Aquele que é perdoado não pode negar seu perdão a outrem. Quem toma consciência de que recebeu o infinito perdão do Deus misericordioso, deve perdoar sem limites. A proposta do perdão sem limites remove a idéia da vingança e da prevenção contra o "inimigo”. No Primeiro Testamento predomina o revide à agressão, e o extermínio do "inimigo", o qual é mencionado em 56 Salmos. Quaresma é tempo de perdão, conforme pedimos na oração do Pai Nosso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário