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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Liturgia Dominical do dia 18 de Setembro de 2011


25º DTC - Ano A - Dia 18/09/2011 - Cor: Verde

Primeira Leitura: Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos
Leitura do Livro do Profeta Isaías 55,6-9: 6 Buscai o Senhor, enquanto pode ser achado; invocai-o, enquanto ele está perto. 7 Abandone o ímpio seu caminho, e o homem injusto, suas maquinações; volte para o Senhor, que terá piedade dele, volte para nosso Deus, que é generoso no perdão. 8 Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos e vossos caminhos não são como os meus caminhos, diz o Senhor. 9 Estão meus caminhos tão acima dos vossos caminhos e meus pensamentos acima dos vossos pensamentos, quanto está o céu acima da terra.   Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: Deus oferece a vida
Numa sociedade dominada pelo ídolo dinheiro, o povo gasta tudo o que tem e acaba na sede e fome. O profeta convida a uma nova aliança com Deus que coloca a vida humana como supremo valor, transformando todas as relações sociais e assegurando a todos alimento e dignidade. A realização desse projeto atrairá os povos, porque verão que esse é o verdadeiro projeto para a vida. Deus tem um projeto de verdadeira realização para a história: liberdade e vida para todos. Esse projeto é revelado aos homens através da Palavra que, gerando acontecimentos, concretiza o projeto de Deus. A sabedoria do homem consiste em procurar Deus, isto é, converter-se para ele, ouvir a sua palavra e tornar-se aliado seu na luta em prol da liberdade e vida para todos.

Salmo Responsorial - Sl 144(145),2-3.8-9.17-18 (R. 18a)
R. O Senhor está perto da pessoa que o invoca!
2 Todos os dias haverei de bendizer-vos, hei de louvar o vosso nome para sempre. 3 Grande é o Senhor e muito digno de louvores, e ninguém pode medir sua grandeza. (R)
8 Misericórdia e piedade é o Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão. 9 O Senhor é muito bom para com todos, sua ternura abraça toda criatura. (R)
17 É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda obra que ele faz. 18 Ele está perto da pessoa que o invoca, de todo aquele que o invoca lealmente. (R)

Comentário: Deus merece o louvor
Hino de louvor ao Nome e ao amor de Deus, testemunhos da história
O louvor ao Nome, revelado no momento da grande libertação, recorda que o Deus vivo é o libertador. O louvor é um reconhecimento das obras que Deus realiza na história. Transmitido de geração em geração, esse louvor mantém a fé que constrói a história segundo o projeto de Deus. O centro desse projeto é o amor de Deus criando liberdade e vida. O Reino de Deus é o amor partilhado entre todos os homens, para eliminar as divisões e desigualdades. O amor de Deus, porém, age de forma partidária, assumindo a causa dos oprimidos que o invocam e colocando-se contra os opressores. Termina com o convite para que todos reconheçam a santidade do Deus libertador.

Segunda Leitura: Para mim, o viver é Cristo
Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses 1,20c-24.27ª: Irmãos: 20c Cristo vai ser glorificado no meu corpo, seja pela minha vida, seja pela minha morte. 21 Pois para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro. 22 Entretanto, se o viver na carne significa que meu trabalho será frutuoso, neste caso, não sei o que escolher. 23 Sinto-me atraído para os dois lados: tenho o desejo de partir, para estar com Cristo - o que para mim seria de longe o melhor -, 24 mas para vós é mais necessário que eu continue minha vida neste mundo. 27a Só uma coisa importa: vivei à altura do Evangelho de Cristo.  Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: Viver para Cristo
Paulo provavelmente tem meios para ser solto da prisão e escapar à morte. Mas encontra-se num dilema: viver ou morrer? No contexto da sua fé, as duas coisas se equivalem: viver é estar em função de Cristo, ou seja, da evangelização; e morrer é lucro, pois leva a estar com Cristo. Paulo resolve o dilema, não levando em conta seu próprio interesse, mas o que é melhor para a comunidade: continuar vivo, para ajudar os filipenses a crescer e se realizar plenamente na fé.

Aclamação ao Evangelho Cf. At 16,14b
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Vinde abrir o nosso coração, Senhor; ó Senhor, abri o nosso coração, e, então, do vosso Filho a palavra, poderemos acolher com muito amor!   (R)

Evangelho: Estás com inveja porque eu estou sendo bom?
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus  20,1-16ª: Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos: 1 "O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2 Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3 As nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4 e lhes disse: 'Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo'. 5 E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6 Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: 'Por que estais aí o dia inteiro desocupados?' 7 Eles responderam: 'Porque ninguém nos contratou'. O patrão lhes disse: 'Ide vós também para a minha vinha'. 8 Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: 'Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!' 9 Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10 Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. 11 Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12 'Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro'. 13 Então o patrão disse a um deles: 'Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14 Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15 Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?' 16a Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos". Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: Ide para a minha vinha!
No Reino não existem marginalizados. Todos têm o mesmo direito de participar da bondade e misericórdia divinas, que superam tudo o que os homens consideram como justiça. No Reino não há lugar para o ciúme. Aqueles que julgam possuir mais méritos do que os outros devem aprender que o reino é dom gratuito. A vinha, no contexto bíblico, simboliza o povo de Israel. Já os profetas serviram-se desta metáfora para falar ao povo. A vinha aponta para a predileção da qual Israel era objeto por parte de Deus. Como o vinhateiro prepara a terra, planta mudas escolhidas, cuida delas com muito carinho e as protege, na esperança de que produzam frutos de qualidade, também Deus, no trato com o seu povo, desdobra-se em atenção para que corresponda ao que espera dele. Jesus rompeu a concepção de sua época, ensinando que a benevolência divina não era exclusiva de Israel. A vinha de Deus, na verdade, era a humanidade inteira, toda ela destinatária da Boa Nova da salvação e convidada a viver em comunhão com o Pai. Cessam todos os privilégios tanto de Israel quanto de qualquer outro povo que queira assenhorear-se com exclusividade da vinha, ou seja, do Reino de Deus. Deixa de ter sentido, em termos de garantir a precedência no Reino: a quantidade ou a qualidade do serviço prestado, a antiguidade, as funções e cargos exercidos em favor da comunidade. E até mesmo as diferenças de caráter étnico, cultural, social ou de gênero. Por se tratar de uma adesão livre e gratuita ao chamado do Senhor do Reino, ninguém tem o direito de exigir recompensa, muito menos de julgar-se merecedor de maior recompensa. Basta-lhe a consciência de saber-se humilde servidor! As parábolas narrativas são caracterizadas por sua extensão e por seus detalhamentos. Esta de hoje é exclusiva de Mateus. No cenário aparecem o dono da vinha, imagem característica na tradição de Israel, e os trabalhadores desocupados na praça, cena característica de uma cidade grega. Uma parábola dá margem a uma pluralidade de interpretações. Estes "desocupados" não eram indolentes, mas curtiam a amargura da busca de um trabalho para a sobrevivência diária, excluídos pelo sistema social. Comumente se vê na parábola a expressão da simples generosidade do proprietário que convocou os operários. Com pena dos últimos, decidiu dar-lhes o mesmo que aos outros. Outra interpretação pode ser a compreensão do significado do trabalho. O trabalho não é mercadoria que se vende, avaliado pela eficiência do trabalhador que produz. O trabalho é o meio de subsistência das pessoas e da família, bem como é serviço à comunidade, pela partilha de seus frutos. Todos têm direito ao essencial para a sua sobrevivência. Na parábola, a todos foi dado o necessário para a sobrevivência de um dia, independentemente da quantidade de sua produção. O fruto do trabalho é uma extensão do próprio trabalhador. A venda deste fruto por um salário é uma alienação da dignidade do trabalhador e da trabalhadora. É vender uma parte do seu ser, uma extensão de seu próprio corpo, para a acumulação de riqueza e prazer de outro.

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