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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Liturgia Dominical


27º DTC - Ano A – Dia: 02/10/2011 - Cor: Verde

Primeira Leitura: A vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel
Leitura do Livro do Profeta Isaías 5,1-7: 1 Vou cantar para o meu amado o cântico da vinha de um amigo meu: Um amigo meu possuía uma vinha em fértil encosta. 2 Cercou-a, limpou-a de pedras, plantou videiras escolhidas, edificou uma torre no meio e construiu um lagar; esperava que ela produzisse uvas boas, mas produziu uvas selvagens. 3 Agora, habitantes de Jerusalém e cidadãos de Judá, julgai a minha situação e a de minha vinha. 4 O que poderia eu ter feito a mais por minha vinha e não fiz? Eu contava com uvas de verdade, mas por que produziu ela uvas selvagens? 5 Pois agora vou mostrar-vos o que farei com minha vinha: vou desmanchar a cerca, e ela será devastada; vou derrubar o muro, e ela será pisoteada. 6 Vou deixá-la inculta e selvagem: ela não será podada nem lavrada, espinhos e sarças tomarão conta dela; não deixarei as nuvens derramar a chuva sobre ela. 7 Pois bem, a vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e o povo de Judá, sua dileta plantação; eu esperava deles frutos de justiça - e eis a injustiça; esperava obras de bondade - e eis a iniquidade. Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: Julguem vocês mesmos
O dono da vinha fez de tudo para que ela produzisse uvas boas, como ela produziu só uvas azedas, seu dono abandonou-a. Deus fez de tudo para que seu povo vivesse o direito e a justiça; mas o povo só produziu violação do direito e injustiça. O cerne do cântico é o v. 3: o próprio povo é quem deve julgar a situação e dar a sentença.

Salmo Responsorial - Sl 79(80),9 e 12.13-14.15-16.19-20 (R. Is 5,7a)
R. A vinha do Senhor é a casa de Israel.
9 Arrancastes do Egito esta videira, e expulsastes as nações para plantá-la; 12 até o mar se estenderam seus sarmentos, até o rio os seus rebentos se espalharam.   (R)
13 Por que razão vós destruístes sua cerca, para que todos os passantes a vindimem, 14 o javali da mata virgem a devaste, e os animais do descampado nela pastem?   (R)
15 Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a! 16 Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmastes!  (R)
19 E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus! Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome! 20 Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, e sobre nós iluminai a vossa face! Se voltardes para nós, seremos salvos!  (R)

Comentário: Deus restaura o seu povo
Oração coletiva de súplica, por ocasião de uma invasão inimiga
Este salmo nos mostra que Israel e José representam o reino do Norte, do qual se mencionam três tribos. Trata-se de uma súplica, talvez motivada pela invasão assíria, que destruiu o reino de Israel em 722 a.C. Os versículos 13-19 contém súplicas repetidas, apresentando o motivo para Deus agir: trata-se da tua videira, da tua vinha. A situação difícil é também momento para tomada de consciência e conversão.

Segunda Leitura: Praticai o que aprendestes, e o Deus da paz estará convosco
Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses 4,6-9: Irmãos: 6 Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. 7 E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamentos em Cristo Jesus. 8 Quanto ao mais, irmãos, ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso, tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor. 9 Praticai o que aprendestes e recebestes de mim, ou que de mim vistes e ouvistes. Assim, o Deus da paz estará convosco. Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: Praticai o que aprendestes, e o Deus da paz estará convosco
A alegria cristã se baseia na salvação obtida por Cristo, e é testemunhada sobretudo pela bondade que se irradia para todos e pela tranquila confiança em Deus. Os cristãos devem ser fiéis ao que aprenderam dos seus evangelizadores, mas também precisam estar abertos a todas as coisas sadias que encontram na sociedade.

Aclamação ao Evangelho Cf. Jo 15,16
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Eu vos escolhi, foi do meio do mundo, a fim de que deis um fruto que dure. Eu vos escolhi, foi do meio do mundo. Amém! Aleluia, Aleluia!     (R)

Evangelho: Arrendou a vinha a outros vinhateiros
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 21,33-43: Naquele tempo, Jesus disse aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo: 33 "Escutai esta outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, fez nela um lagar para esmagar as uvas e construiu uma torre de guarda. Depois arrendou-a a vinhateiros, e viajou para o estrangeiro. 34 Quando chegou o tempo da colheita, o proprietário mandou seus empregados aos vinhateiros para receber seus frutos. 35 Os vinhateiros, porém, agarraram os empregados, espancaram a um, mataram a outro, e ao terceiro apedrejaram. 36 O proprietário mandou de novo outros empregados, em maior número do que os primeiros. Mas eles os trataram da mesma forma. 37 Finalmente, o proprietário, enviou-lhes o seu filho, pensando: 'Ao meu filho eles vão respeitar'. 38 Os vinhateiros, porém, ao verem o filho, disseram entre si: 'Este é o herdeiro. Vinde, vamos matá-lo e tomar posse da sua herança!' 39 Então agarraram o filho, jogaram-no para fora da vinha e o mataram. 40 Pois bem, quando o dono da vinha voltar, que fará com esses vinhateiros?" 41 Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: "Com certeza mandará matar de modo violento esses perversos e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os frutos no tempo certo". 42 Então Jesus lhes disse: "Vós nunca lestes nas Escrituras: 'A pedra que os construtores rejeitaram tomou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos?" 43 Por isso eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos.  Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: Quando se age de forma insensata
Jesus passa ao ataque. A figueira não dá frutos, e o Templo tornou-se lugar de roubo, porque as autoridades (chefes dos sacerdotes, doutores da Lei, anciãos do Sinédrio) exploram e oprimem, apoderando-se daquilo que pertence a Deus, isto é, o povo da aliança (vinha). Depois de muitos profetas que pregavam a justiça (empregados), Deus envia o próprio Filho com o Reino. A rejeição e morte do Filho trazem a sentença: o povo de Deus, agora congregado em torno de Jesus (pedra), passa a outros chefes, que não devem tomar posse, mas servir. Mateus salienta a formação de um novo povo de Deus, formado agora não por uma nação particular, mas por todos aqueles que acreditam, comprometendo-se com Jesus. A relação entre Jesus e a liderança judaica de sua época foi muito tensa e problemática. O Mestre se dava conta da profunda rejeição de que era vítima. Percebia que seus adversários opunham-se à sua pregação. Diante disto, era inútil esperar deles uma mudança de mentalidade que os direcionasse para o Reino. Jesus questionou a indisposição dos sacerdotes e dos anciãos do povo contra ele. A parábola da vinha mostra que eles herdaram uma mentalidade muito antiga em Israel. Há muito tempo, Deus vinha esperando de seu povo atitudes compatíveis com sua fé. Os servos, enviados para receberem o lucro devido aludem aos que, ao longo dos tempos, tinham vindo em nome de Deus, para conclamar o povo para a conversão e exigir uma mudança radical de vida. Contudo, foram rejeitados. O envio do filho, identificado com Jesus, foi a última tentativa por parte do dono da vinha. O fato de ser o herdeiro da vinha teve seu peso: também ele foi assassinado. A recusa resultou em aniquilação dos primeiros arrendatários e a cessão da vinha a outro povo que a fizesse frutificar. A insensatez dos líderes do tempo de Jesus custou-lhes caro. Eles não perceberam que era preciso agir logo e dar frutos, antes que fosse tarde demais. A tolerância divina teve seus limites. A parábola de hoje é dirigida, diretamente, aos chefes religiosos de Israel. A eles cabia conduzir o povo de Deus fazendo frutificar a justiça e o direito. Mas tal não aconteceu. Quando o Filho de Deus vem para colher estes frutos, não só não os encontra como, também, será morto por estes chefes. A sentença final significa uma reviravolta: o Reino de Deus será tirado destes dirigentes e entregue a um povo que produza frutos. É uma alusão aos gentios que acolheram Jesus. O Reino de Deus está presente em todos os povos entre os quais vigora "tudo que é verdadeiro, digno de respeito ou justo, puro, amável ou honroso, com tudo o que é virtude ou louvável". O amor e a justiça unem a todos na paz e seus frutos permanecem para sempre.

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