Pesquisar

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Liturgia do dia 27 de Julho de 2011


Quarta-Feira da 17ª STC - Ano A - Dia 27/07/2011 - Cor: Verde

Primeira Leitura: Os filhos de Israel, vendo o rosto de Moisés resplandecente, tiveram medo de se aproximar
Leitura do Livro do Êxodo 34,29-35: 29 Quando Moisés desceu da montanha do Sinai, trazendo nas mãos as duas tábuas da aliança, não sabia que a pele do seu rosto resplandecia por ter falado com o Senhor. 30 Aarão e os filhos de Israel, vendo o rosto de Moisés resplandecente, tiveram medo de se aproximar. 31 Então Moisés os chamou, e tanto Aarão como os chefes da comunidade foram para junto dele. E, depois que lhes falou, 32 todos os filhos de Israel também se aproximaram dele, e Moisés transmitiu-lhes todas as ordens que tinha recebido do Senhor no monte Sinai. 33 Quando Moisés acabou de lhes falar, cobriu o rosto com um véu. 34 Todas as vezes que Moisés se apresentava ao Senhor, para falar com ele, retirava o véu, até a hora de sair; depois saía e dizia aos filhos de Israel tudo o que lhe tinha sido ordenado. 35 E eles viam a pele do rosto de Moisés resplandecer; mas ele voltava a cobrir o rosto com o véu, até o momento em que entrava para falar com o Senhor. Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: Os filhos de Israel vendo o rosto de Moisés resplandecente, tiveram medo de se aproximar
Deus é esplendor (Ex 33,19), e o contato com Deus torna o homem resplandecente, isto é, refletindo a imagem de Deus. Paulo relembra esta passagem, para falar que o cristão é transformado em imagem de Deus (2Cor 3,7-8.18). Moisés avizinhou-se de Deus, falou com ele; Deus lhe deu "lei", que é fonte de santidade (Ex 20,1-17 Dt 5,6-22). A "glória" de Deus reflete-se em seu profeta, o rosto de Moisés "irradia". Quem se encontrou com pessoas verdadeiramente santas, como o papa João XXIII, viu uma luz interior transparecer-lhe no rosto, algo indescritível que manifesta uma especial presença de Deus. E isto pode acontecer com todos. O salmista sugeria: "Olhai para Deus e sereis radiantes, não serão confundidas vossas faces" (Sl 33,6). Paulo contrapõe ousadamente a Moisés, mediador "luminoso, mas velado", a "glória do Senhor" que se reflete "como em espelho" também em nós, que o olhamos "de rosto descoberto": somente Cristo tira o véu que nos cobre (2Cor 3,7-18). Cristo é "velado" só para quem o recusa; quem o aceita vê o glorioso esplendor de sua face (2Cor 4,1-6; Cl 1,15; Hb 1,3; Jo 8,12).

Salmo Responsorial - 98(99),5.6.7.9 (R. cf. 9c)
R. Santo é o Senhor nosso Deus!
5 Exaltai o Senhor nosso Deus, e prostrai-vos perante seus pés, pois é santo o Senhor nosso Deus! (R)
6 Eis Moisés e Aarão entre os seus sacerdotes. E também Samuel invocava seu nome, e ele mesmo, o Senhor, os ouvia. (R)
7 Da coluna de nuvem falava com eles. E guardavam a lei e os preceitos divinos, que o Senhor nosso Deus tinha dado. (R)
9 Exaltai o Senhor nosso Deus, e prostrai-vos perante seu monte, pois é santo o Senhor nosso Deus! (R)

Comentário: Deus é santo
Hino à realeza de Deus, com três aclamações à santidade dele. Talvez este salmo seja o pano de fundo da vocação de Isaías (cf. Is 6,1-10).
A realeza de Deus é uma crítica às pretensões da auto-suficiência, que cria desigualdades e injustiças. A aclamação “ele é santo” se repete nos versículos 5 e 9. A santidade de Deus se demonstra em seus atos históricos para libertar os pobres e oprimidos, fundando uma nova história. O reconhecimento social da santidade de Deus leva o povo a organizar uma sociedade alternativa, em que a justiça e o direito produzem relações igualitárias entre as pessoas Contudo, a encarnação histórico-social da santidade de Deus não pode ser fechada num tempo ou espaço. Tal fechamento pode produzir novas formas de injustiça, isto é, de pecado, que o clamor do povo denuncia. Este exige também que os legítimos mediadores (Moisés, Aarão, Samuel) liderem uma conversão histórico-social que realmente produza novas encarnações da santidade de Deus.

Aclamação ao Evangelho Jo 15,15b
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Eu vos chamo meus amigos, pois, vos dei a conhecer o que o Pai me revelou.     (R)

Evangelho: Ele vende todos os seus bens e compra aquele campo
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 13,44-46: Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44 “O reino dos céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45 O reino dos céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. 46 Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola". Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: O valor infinito do Reino
Para entrar no Reino é necessária decisão total. Apegar-se a seguranças, mesmo religiosas, que são falsas ou puras imitações, em troca da justiça do Reino, é preferir bijuterias a uma pedra preciosa. Quanta coisa o discípulo deixa de lado quando abraça o Reino! O eventual sentimento de perda, por ter que abrir mão de coisas às quais se tinha apegado, é superado quando descobre o valor infinito do Reino de Deus. O Reino e Deus não são duas entidades distintas. São uma só e mesma coisa. O Reino é Deus atuando na história humana com o fito de resgatá-la do pecado. É o Criador buscando libertar a criatura humana de tudo quanto a oprime e a mantém escravizada. É o Senhor de todas as coisas que recupera o senhorio absoluto sobre cada ser humano e sobre a História, instaurando o regime do perdão e da graça. É o triunfo da misericórdia, da solidariedade, da partilha, da fraternidade, da justiça! Existem elementos claramente incompatíveis com o Reino. O discípulo desde logo reconhece ser impossível combiná-los com a sua opção, e percebe a importância de deixá-los de lado. Entretanto, existem bens que não são incompatíveis com o Reino. No entanto, em determinado momento, o discípulo descobre tratar-se de bens menores que devem ser substituídos por um bem maior. Os personagens da parábola são um exemplo de esperteza: chegam a uma decisão rápida e inteligente. Assim deve agir o discípulo quando se defronta com o Reino e descobre seu valor infinito: "vender tudo quanto possui" para adquiri-lo. Além das sete parábolas agrupadas neste capítulo 13, Mateus apresenta mais oito parábolas bem caracterizadas. Deste total de quinze parábolas, oito são exclusivas de Mateus, entre as quais encontram-se as duas curtas parábolas de hoje. Em nove parábolas encontramos uma característica, também exclusiva, de Mateus que é iniciá-las com a expressão: "O Reino dos Céus é como...". Nas duas parábolas de hoje, alguém descobre algo de muito valor e vende tudo para comprá-lo. Na primeira parábola trata-se do homem que acha o tesouro escondido em um campo. Na segunda, trata-se de um negociante que acha uma pérola de grande valor, posta à venda. Nos dois casos o grande valor dos objetos encontrados é desconhecido dos respectivos proprietários: o tesouro no campo, sem que o dono o perceba, e a pérola cujo valor o vendedor desconhece. A ambição da riqueza e o ardil usado pelos personagens principais não são edificantes. Porém, a mensagem principal é que existe um bem maior do que qualquer riqueza deste mundo. Mais do que o tesouro encontrado no campo ou a pérola, a descoberta do Reino dos Céus nos enche de alegria e nos move a abandonar tudo para priorizar os valores deste Reino, fazendo-nos disponíveis para o serviço ao nosso próximo mais necessitado, em comunhão com Jesus e o Pai.

Nenhum comentário:

Postar um comentário