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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Liturgia do dia 20 de Julho de 2011


Quarta-Feira da 16ª STC –A - Dia 20/07/2011 - Cor: Verde - S. Apolinário

Primeira Leitura: Eu farei chover para vós o pão do céu
Leitura do Livro do Êxodo 16,1-5.9-15: 1 Toda a comunidade dos filhos de Israel partiu de Alim e chegou ao deserto de Sin, entre Elim e o Sinai, no dia quinze do segundo mês da saída do Egito. 2 A comunidade dos filhos de Israel pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão, no deserto, dizendo: 3 “Quem dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito, quando nos sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão com fartura! Por que nos trouxestes a este deserto para matar de fome a toda esta gente?” 4 O Senhor disse a Moisés: “Eis que farei chover para vós o pão do céu. O povo sairá diariamente e só recolherá a porção de cada dia a fim de que eu o ponha à prova, para ver se anda ou não na minha lei. 5 No sexto dia, quando prepararem o que tiverem trazido, terão o dobro do que recolhem diariamente". 9 E Moisés disse a Aarão: "Dize a toda a comunidade dos filhos de Israel: 'Apresentai-vos diante do Senhor, pois ele ouviu a vossa murmuração'". 10 Enquanto Aarão falava a toda a comunidade dos filhos de Israel, voltando os olhos para o deserto, eles viram aparecer na nuvem a glória do Senhor. 11 O Senhor falou, então, a Moisés, dizendo: 12 "Eu ouvi as murmurações dos filhos de Israel. Dize-lhes, pois: ‘Ao anoitecer, comereis carne, e pela manhã vos fartareis de pão. Assim sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus’”. 13 Com efeito, à tarde, veio um bando de codornizes e cobriu o acampamento; e, pela manhã, formou-se uma camada de orvalho ao redor do acampamento. 14 Quando se evaporou o orvalho que caíra, apareceu na superfície do deserto uma coisa miúda, em forma de grãos, fina como a geada sobre a terra. 15 Vendo aquilo, os filhos de Israel disseram entre si: “Que é isto?” Porque não sabiam o que era. Moisés respondeu-lhes: “Isto é o pão que o Senhor vos deu como alimento”. Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: Eu farei chover para vós o pão do céu
Desta vez, a murmuração (cf. 15,24) é contra o próprio Deus, pois o povo prefere o lugar da escravidão e da morte ao projeto de Deus, que é a libertação voltada para a vida. Diante das dificuldades, a grande tentação é trair o projeto de libertação, vendendo “a preço de banana” a liberdade conquistada. Note-se que a colheita do maná deve obedecer a uma distribuição igualitária: todos tem o mesmo direito aos bens, de tal modo que não faltem e não sobrem para míngüem. Em vista disso, é proibido acumular qualquer excedente, que produziria o senso de posse e desigualdade. O sábado marca a passagem de uma vida escrava para uma vida livre: todos tem direito ao descanso, e o dia do Senhor é o dia em que o homem se refaz dentro do projeto de liberdade e da vida. Na véspera do sábado, todos podem recolher quantidade dupla de maná, pois o povo tem direito de comer também no dia do descanso.

Salmo Responsorial  -  Sl 77(78),18-19.23-24.25-26.27-28     (R. 24b)
R. O Senhor deu o pão do céu, como alimento.
18 E tentaram o Senhor nos corações, exigindo alimento à sua gula. 19 Falavam contra Deus e assim diziam: "Pode o Senhor servir a mesa no deserto?"    (R)
23 Ordenou, então, às nuvens lá dos céus, e as comportas das alturas fez abrir; 24 fez chover-lhes o maná e alimentou-os, e lhes deu para comer o pão do céu.   (R)
25 O homem se nutriu do pão dos anjos, e mandou-lhes alimento em abundância; 26 fez soprar o vento leste pelos céus e fez vir, por seu poder, o vento sul.   (R)
27 Fez chover carne para eles como pó, choveram aves como areia do oceano; 28 elas caíram sobre os seus acampamentos e pousaram ao redor de suas tendas.    (R)

Comentário: Sem memória não há fidelidade
Meditação sapiencial sobre a história de Israel. A história testemunha os benefícios de Deus e, ao mesmo tempo, o esquecimento e infidelidade do povo. A memória é a raiz da fidelidade, enquanto o esquecimento leva à infidelidade
A história é instrução que ensina o povo a viver. Não é, porém, instrução direta. De fato, os acontecimentos são parábolas, que exigem participação para se captar o sentido delas. Tal sentido faz a história um enigma: é preciso ter a chave da fé para perceber que a história é o processo através do qual Deus age, levando o povo para a liberdade e a vida. A história é uma sucessão de gerações que transmitem uma à outra a consciência histórica ou memória ativa, cujo centro é a percepção da presença de Deus e as ações maravilhosas que ele realizou em favor do seu povo. Para que contar a história? Para que a nossa geração confie em Deus e, mantendo a lembrança, viva segundo o projeto dele. E também para que a nova geração não repita os erros e infidelidades passadas. Começa com um fato recente de difícil identificação. Desertar da guerra é castigo vergonhoso e não tanto um pecado. Por que o povo desiste de lutar? Porque se esquece de toda a história passada, em que Deus liderou a conquista da liberdade, guiando o povo para um projeto social novo. No deserto, o pecado do povo foi duvidar que Deus e o seu projeto pudessem satisfazer a todas as necessidades.

Aclamação ao Evangelho
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. A semente é de Deus a palavra, o Cristo é o semeador, todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.    (R)

Evangelho: Produziram à base de cem frutos por semente
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 13,1-9: 1 Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galiléia. 2 Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3 E disse-lhes muitas coisas em parábolas: "O semeador saiu para semear. 4 Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. 5 Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6 Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz. 7 Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8 Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9 Quem tem ouvidos, ouça!" Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: A sorte da semente
Apesar de todos os obstáculos, o semeador realiza seu trabalho, confiando na colheita que vai ter. Jesus também: apesar de todas as reações, obstáculos e incompreensões, sua missão chegará ao fim e será bem sucedida. Se o Reino já está aqui, porque existem fracassos e conflitos? Jesus trouxe as sementes do reino, e elas se espalharam para o mundo. Mas, assim como Jesus encontrou resistência no meio de seu povo, do mesmo modo pessoas e estruturas continuam impedindo a justiça do Reino de se estabelecer entre os homens. Sem dúvida, haverá uma colheita, mas à custa de muitas perdas, isto é, muitos procurarão sufocar as sementes do Reino, antes que chegue a vitória final. Querer negar e fugir dessas dificuldades para a implantação do Reino e não compreender o seu mistério. Dispostos a se tornarem servidores do Reino, os discípulos não deveriam pensar que só encontrariam sucesso pela frente. Era preciso ser realista e, de antemão, dar-se conta da dinâmica do Reino. O sucesso, sem dúvida, viria, porém em meio a perdas e fracassos. O processo de semeadura serviu para ilustrar este aspecto do Reino. O semeador, segundo o costume da época, lançava a semente ao deus-dará. Umas caíam à beira do caminho, outras, em terreno pedregoso, outras, no meio de espinhos. A condição precária do terreno impedia que a semente desse frutos. Talvez chegasse a germinar e tentar crescer. Sua sorte, porém, era murchar e morrer. Só uma pequena porção de semente caía em terreno fértil e chegava a frutificar. Mesmo assim, a colheita variava na base de cem, sessenta e trinta por um. Nem por isso o semeador deixava de semear. Embora soubesse que boa parte da semente haveria de se perder, valia a pena continuar semeando. O discípulo do Reino, como o semeador, não pode deixar de semear a semente da Palavra de Deus, mesmo sabendo que seu trabalho não frutificará cem por cento. Ele deve contar com a perda inevitável e se contentar com o que for produzido de bom, embora seja pouco. Esta parábola do semeador é a primeira de um conjunto de sete parábolas reunidas por Mateus. Ela é tida como originária do próprio Jesus. Na parábola, o semeador e a semente são os mesmos. O destaque está na diversidade dos terrenos. São as pessoas e a maneira como recebem a palavra de Deus. A parábola mantém viva a memória de Jesus, o semeador, e sua palavra, a semente, como a fonte vital do compromisso e da perseverança no Reino de Deus. E apresenta o panorama da comunidade, na sua diversidade e em seus problemas, conforme as várias maneiras com que seus membros recebem a palavra de Jesus. O fundamental é o acolhimento da palavra, concretizando-a na prática, produzindo frutos de amor, de misericórdia, e de justiça, conforme a vontade do Pai.

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