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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Liturgia do dia 15 de Junho de 2001


Quarta-Feira da 11ª Semana do Tempo Comum - Bv. Albertina Berkembrock
Ano A - Dia 15/06/2011 - Cor: Verde

Primeira Leitura: Deus ama quem dá com alegria
Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios: 9,6-11: Irmãos, 6 "quem semeia pouco colherá também pouco e quem semeia com largueza colherá também com largueza". 7 Dê cada um conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento; pois Deus "ama quem dá com alegria". 8 Deus é poderoso para vos cumular de toda sorte de graças, para que, em tudo, tenhais sempre o necessário e ainda tenhais de sobra para toda obra boa, 9 como está escrito: "Distribuiu generosamente, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre". 10 Aquele que dá a semente ao semeador e lhe dará o pão como alimento, ele mesmo multiplicará as vossas sementes e aumentará os frutos da vossa justiça. 11 Assim, ficareis enriquecidos em tudo e podereis praticar toda espécie de liberalidade, que, através de nós, resultará em ação de graças a Deus.  Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: Deus ama quem dá com alegria
Volta o tema da coleta, como se nada tivesse sido falado no capítulo anterior. Na opinião de alguns estudiosos, Paulo escreveu também um bilhete dirigido à igrejas da região de Corinto. É possível que 2Cor 9 seja esse bilhete, colocado aqui por tratar o mesmo assunto do capítulo 8. Toda essa preocupação pela coleta em favor dos necessitados da comunidade de Jerusalém demonstra que, desde o início, o econômico também fazia parte do testemunho cristão. A partilha e a solidariedade em favor dos mais pobres não se manifestavam só na própria comunidade, mas eram sinal de unidade entre as diversas comunidades. Esse intercâmbio material não era questão periférica da fé, mas autêntico veículo de comunicação do “dom extraordinário” de Deus e obediência ao Evangelho de Cristo. “Deus ama a quem dá com alegria” (versículo 7). Muitas das tragédias pequenas ou grandes, conhecidas ou anônimas, que envolvem continuamente o mundo, são no fundo lutas para roubar uma pequenina migalha de alegria aparente, posta no dinheiro, no prazer ou no poder. Quer-se tomar, sobretudo “tomar para si”. Ao contrário, diz-nos a Escritura que a alegria está em dar, em dar-se. Dando, enriquecemo-nos. É uma alegre economia, que não está descrita em nossas cotações de bolsa ou nos boletins das transações comerciais, mas que acaba por dar a todos um valor, embora em outro plano. A Bíblia nos apresenta novo modelo de desenvolvimento, que não teme recessões nem inflações. Mas exige de cada um de nós e de nossa sociedade uma mentalidade de administradores, não de senhores dos bens (materiais e espirituais).

Salmo Responsorial - Sl 111(112),1-2.3-4.9   (R. 1a)
R. Feliz aquele que respeita o Senhor! Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.
1 Feliz o homem que respeita o Senhor e que ama com carinho a sua lei! 2 Sua descendência será forte sobre a terra, abençoada a geração dos homens retos!    (R)
3 Haverá glória e riqueza em sua casa, e permanece para sempre o bem que fez. 4 Ele é correto, generoso e compassivo, como luz brilha nas trevas para os justos.  (R)
9 Ele reparte com os pobres os seus bens, permanece para sempre o bem que fez, e crescerão a sua glória e seu poder.   (R)

Comentário: Retrato do homem justo
Meditação sapiencial, caracterizando o ser e o comportamento do justo
Toda a existência do justo tem como ponto de partida o temor de Deus. Esse temor se manifesta nas relações sociais fraternas e justas. O versículo 6 apresenta a idéia mais antiga a respeito da ressurreição: a lembrança permanente da vida do justo, cujo testemunho permanece sempre vivo na memória do povo. O justo está permanentemente voltado para a partilha da vida com os outros.

Aclamação ao Evangelho: Jo 14,23
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Quem me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará e a ele nós viremos.    (R)

Evangelho: Teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus: 6,1-6.16-18: Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 1 "Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus. 2 Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 3 Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, 4 de modo que a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. 5 Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 6 Ao contrário, quando tu orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa. 16 Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo: Eles já receberam a sua recompensa. 17 Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, 18 para que os homens não vejam que tu estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa".  Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: Obras de piedade
O termo justiça se refere, aqui, a atitudes práticas em relação ao próximo (esmola), a Deus (oração), e a si mesmo (jejum). Jesus não nega o valor dessas práticas. Ele mostra como devem ser feitas para que se tornem autênticas. A esmola é um gesto de partilha, e deve ser o sinal da compaixão que busca a justiça, relativizando o egoísmo da posse. Dar esmola para ser elogiado é servir a si mesmo e, portanto, falsificá-la. Na oração, o homem se volta para Deus, reconhecendo-o como único absoluto, e reconhecendo a si mesmo como criatura, relativizando a auto-suficiência. Por isso, rezar para ser elogiado é colocar-se como centro, falsificando a oração. Jejuar é privar-se de algo imediato e necessário, a fim de ver perspectivas novas e mais amplas para realização da vida. Trata-se de deixar o egocentrismo, para crescer e dispor-se a realizar novo projeto de justiça. Jejuar para aparecer é perder de uma vez o sentido do jejum. A religião judaica dava grande importância à esmola, à oração e ao jejum como práticas de piedade, embora não fossem expressamente prescritas pela Lei. Os discípulos de Jesus, enquanto herdeiros da tradição judaica, tinham consciência do valor destas práticas como forma de expressar uma relação profunda com o próximo (esmola), com Deus (oração) e consigo mesmo (jejum). O cuidado de Jesus visava orientá-los sobre a maneira correta de praticá-las. A preocupação do Mestre ia além dessas três práticas tradicionais de piedade. Ele queria ensinar os seus discípulos como ser piedoso. Existe uma maneira de ser piedoso com a preocupação de ser visto e louvado pelos outros. Era a preocupação própria dos hipócritas e exibidos. Mas existe também, outro modo de ser piedoso, que consiste em colocar-se em profunda comunhão com o Pai, que vê as coisas ocultas, e reconhece a sinceridade de coração de quem pretende ser-lhe agradável. "Agir em segredo" não é o mesmo que fazer "ações secretas". Mesmo quando age em público, o coração do discípulo está centrado no Pai, e só a ele procura agradar. Eventuais recompensas humanas são irrelevantes para ele, comparadas com as que o Pai lhe reserva. No Sermão da Montanha, Jesus substitui a Lei do Primeiro Testamento por seu novo ensinamento, repetindo o refrão: "Ouvistes o que foi dito... eu, porém, vos digo...". Agora, Jesus detém-se sobre as três obras de piedade da Lei: a esmola, a oração e o jejum. A observância destas obras levava mais a adquirir-se uma "boa consciência" do que a um compromisso concreto, interior e exterior, de comunhão com o próximo e com Deus. No despojamento, na partilha e na oração, saímos de nós mesmos, somos libertados de nossa opressão interior, abandonados nas mãos de Deus, no encontro com a vida.
Reflexão do dia: “Oração, esmola e jejum”.
Esta narrativa contém três importantes ensinamentos. O primeiro é a recomendação de que precisamos banir a vaidade e o orgulho de nossa prática da lei evangélica. O segundo é que precisamos fazer o bem diante de Deus e não diante dos homens, ou para nossa própria segurança. O terceiro ensinamento é de que, por maio do jejum, podemos perceber horizontes novos para a nossa vida, podemos crescer além do que já somos, fazendo coisas diferentes daquelas que já fazemos. Jesus revela-nos aqui um dos tópicos-chave do Sermão da Montanha: seus discípulos precisam ser perfeitos na imitação de Deus e não dos homens, sendo responsáveis somente perante Deus.

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