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domingo, 26 de junho de 2011

Liturgia do dia 29 de Junho de 2011


Quarta-Feira da 13ª STC - Ano A - Dia 29/06/2011 - Cor: Verde
São Pedro e São Paulo, apóstolos

Primeira Leitura: O filho de uma escrava não pode ser herdeiro com o meu filho Isaac
Leitura do Livro do Gênesis 21,5.8-21: 5 Abraão tinha cem anos quando lhe nasceu o filho Isaac. 8 Entretanto, o menino cresceu e foi desmamado; e no dia em que o menino foi desmamado, Abraão deu um grande banquete. 9 Sara, porém, viu o filho que a egípcia Agar dera a Abraão brincando com Isaac. 10 E disse a Abraão: "Manda embora essa escrava e seu filho, pois o filho de uma escrava não pode ser herdeiro com o meu filho Isaac". 11 Abraão ficou muito desgostoso com isso, por se tratar de um filho seu. 12 Mas Deus lhe disse: "Não te aflijas por causa do menino e da tua escrava. Atende a tudo o que Sara te pedir, pois é por Isaac que uma descendência levará o teu nome. 13 Mas do filho da escrava farei também um grande povo, por ele ser da tua raça". 14 Abraão levantou-se de manhã, tomou pão e um odre de água e os deu a Agar, colocando-os nos ombros dela: depois, entregou-lhe o menino e despediu-a. Ela foi-se embora e andou vagueando pelo deserto de Bersabéia. 15 Tendo acabado a água do odre, largou o menino debaixo de um arbusto, 16 e foi sentar-se em frente dele, à distância de um tiro de arco. Pois dizia consigo: "Não quero ver o menino morrer". Assim, ficou sentada defronte ao menino, e pôs-se a gritar e a chorar. 17 Deus ouviu o grito do menino e o anjo de Deus chamou do céu a Agar, dizendo: "Que tens Agar? Não tenhas medo, pois Deus ouviu a voz do menino do lugar em que está. 18 Levanta-te, toma o menino e segura-o bem pela mão, porque farei dele um grande povo". 19 Deus abriu-lhe os olhos, e ela viu um poço de água. Foi então encher o odre e deu de beber ao menino. 20 Deus estava com o menino, que cresceu e habitou no deserto, tornando-se um jovem arqueiro. 21 Morou no deserto de Farã, e sua mãe escolheu para ele uma mulher no país do Egito.   Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: O filho de uma escrava não pode ser herdeiro com o meu filho Isaac
O nascimento do filho da promessa é um desafio à natureza e à compreensão humana. Para Deus nada é impossível (cf. Gn 18,14). Enquanto a mãe Agar se coloca à distância para não ouvir os gritos do filho prestes a morrer, Deus houve esse grito e se apresenta para salvar. Trata-se do filho de uma escrava: Deus está aberto para ouvir os clamores de todos os povos e encaminhá-los para a vida. A fraqueza humana aflora entre os heróis da história da salvação, mas o plano de Deus se realiza através e além das fraquezas humanas. Sobre esse plano de Deus é interessante raciocinarmos um pouco. A história da humanidade registra obras colossais realizadas com sacrifício de vítimas inocentes. Alguém deve pagar para que haja progressão, ouve-se às vezes dizer com excessiva leviandade. Não é assim o plano de Deus. Deus quer salvar seu povo, quer conduzi-lo à terra prometida, mas nunca perdeu de vista o bem de cada um. Aqui, Ismael parece repudiado e destinado cruelmente à morte; entretanto, através mesmo desse repúdio se cumpre o seu destino: tornar-se tronco de uma grande nação. O relacionamento com Deus é algo estritamente pessoal; para realizá-lo, porém, cumpre secundar esse plano e perscrutar, através dos acontecimentos alegres e tristes da vida, a linha de amor que ele percorre.

Salmo Responsorial - Sl 33(34),7-8.10-11.12-13     (R. 7a)
R. Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido.
7 Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia. 8 O anjo do Senhor vem acampar ao redor dos que o temem, e os salva. (R)
10 Respeitai o Senhor Deus, seus santos todos, porque nada faltará aos que o temem. 11 Os ricos empobrecem, passam fome, mas aos que buscam o Senhor não falta nada. (R)
12 Meus filhos, vinde agora e escutai-me: vou ensinar-vos o temor do Senhor Deus. 13 Qual o homem que não ama sua vida, procurando ser feliz todos os dias? (R)

Comentário: Deus se alia aos pobres
Oração de agradecimento
Este salmo nos mostra que o agradecimento é feito no meio da comunidade dos pobres. Onde o salmista é um pobre que em meio a uma situação difícil, fez a experiência da solidariedade de Deus e foi liberto. É também, uma grande catequese, centrada no temor de Deus. Trata-se de conhecer que Deus é Deus, e que o homem não é Deus. Mostra também que é preciso empenhar a própria vida na luta pela verdade e justiça, para que todos possam viver dignamente. Essa é a luta que constrói a paz. Nessa luta Deus toma o partido dos justos, ouvindo o seu clamor, libertando-os e protegendo-os. Por outro lado, Deus se posiciona contra os injustos, que são destruídos pelo próprio mal que produzem.

Aclamação ao Evangelho Tg 1,18
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Deus nos gerou pela palavra da verdade como as primícias de suas criaturas.  (R)

Evangelho: Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 8,28-34: Naquele tempo, 28 quando Jesus chegou à outra margem do lago, na região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois homens possuídos pelo demônio, saindo dos túmulos. Eram tão violentos, que ninguém podia passar por aquele caminho. 29 Eles então gritaram: "O que tens a ver conosco, Filho de Deus? Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?" 30 Ora, a certa distância deles, estava pastando uma grande manada de porcos. 31 Os demônios suplicavam-lhe: "Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos". 32 Jesus disse: "Ide". Os demônios saíram e foram para os porcos. E logo toda a manada atirou-se monte abaixo para dentro do mar, afogando-se nas águas. 33 Os homens que guardavam os porcos fugiram e, indo até a cidade, contaram tudo, inclusive o caso dos possuídos pelo demônio. 34 Então a cidade toda saiu ao encontro de Jesus. Quando o viram, pediram-lhe que se retirasse da região deles.  Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: A vitória sobre o mal
A atitude dos que pedem que Jesus vá embora é a mesma de uma sociedade que valoriza mais a posse dos bens do que a libertação dos alienados e escravizados. Em primeiro lugar, Deus quer que o homem viva. A sociedade que põe qualquer coisa acima da vida humana é sociedade que rejeita Jesus. Mateus mostra que Jesus realizou sua ação libertadora, mesmo que para isso tivesse que “invadir” áreas pagãs, consideradas propriedade do demônio. O incidente com a vara de porcos, em território pagão, esconde uma temática teológica, retrabalhada pelo evangelista a partir de um motivo folclorístico, com traços de comicidade: o Filho de Deus venceu o mal, libertando a humanidade do poder demoníaco. Os espíritos malignos, tendo-se apoderado dos dois gadarenos, tornaram-nos refratários a Jesus, levando-os a rejeitar sua presença. Insociáveis e violentos, esses homens viviam no mundo da morte, pois moravam nos sepulcros, seu lugar de habitação, tendo sido reduzidos a um estado de total desumanização. A presença de Jesus reverteu este quadro. Era impossível que ele ficasse impassível diante de uma situação tão deplorável! Sua atitude imediata foi libertar os gadarenos, ordenando aos demônios que voltassem para o mundo da impureza, simbolizada pelos porcos presentes nas imediações. Foi deles a iniciativa de pedir para serem mandados para lá. Afinal, os homens tinham sido recuperados para a vida, libertados do mal. Os habitantes de Gadara não foram capazes de reconhecer o poder de Jesus. Um misto de medo, confusão e ressentimento pela perda dos porcos apoderou-se deles. Por isso, pediram que ele se retirasse de seu território. Em todo caso, doravante os dois homens miraculados seriam um símbolo vivo do poder libertador do Messias Jesus. Mateus reproduz aqui uma narrativa de milagre que Marcos já incluíra em seu evangelho, alguns anos antes. Embora mencione dois possessos, e não um, Mateus resume a narrativa de Marcos e a inclui no bloco de dez milagres, em seguida ao milagre da tempestade no mar acalmada. Com estes milagres, Mateus prepara o envio dos Doze e o discurso missionário. Enquanto em Marcos a narrativa destaca a dimensão libertadora de Jesus ante os vários sistemas opressores, tanto na área de influência judaica como em território gentílico, em Mateus o destaque é o grande poder de Jesus. O seu poder é sobre a natureza e sobre os demônios. Assim revestido de poder, Jesus é apresentado com os traços do messias esperado pelo judaísmo. Percebe-se, assim, as diferenças de enfoques sob os quais é visto: por um lado, Jesus libertador e amoroso, por outro lado, poderoso.

Reflexão do dia: “Os demônios são expulsos”
Este milagre é um dos mais misteriosos dos evangelhos. Na época de Jesus, muitas enfermidades eram interpretadas como possessões diabólicas. Por isso, para eles, o sinal mais evidente da chegada do reino era a vitória sobre essas forças do mal, que oprimem o mundo.
Seria interessante comparar esse relato entre Mateus e Marcos, para perceber as diferenças e os elementos comuns, e entender melhor o relato. O fato de que a cura tenha acontecido em território pagão sugere que a força do Reino e a pregação do Evangelho chegaram a todos os povos.
Esta é a intenção dos evangelistas ao salientar a atividade da Jesus para com os pagãos e o seu poder diante de Satanás.
A justiça do Reino de Deus não veio somente para um povo ou para uma religião. Deus quer a liberdade e a justiça reinando em todos os corações e em todas as nações. Jesus liberta todos aqueles que precisam de libertação. Somos convidados a fazer o mesmo.

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