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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

3º DTC - Ano B - Dia 22/01/2012 - Cor: Verde


Primeira Leitura: Os ninivitas afastaram-se do mau caminho
Leitura da Profecia de Jonas 3,1-5.10: 1 A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, pela segunda vez: 2 "Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive e anuncia-lhe a mensagem que eu te vou confiar". 3 Jonas pôs-se a caminho de Nínive, conforme a ordem do Senhor. Ora, Nínive era uma cidade muito grande; eram necessários três dias para ser atravessada. 4 Jonas entrou na cidade, percorrendo o caminho de um dia; pregava ao povo, dizendo: "Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída". 5 Os ninivitas acreditaram em Deus; aceitaram fazer jejum, e vestiram sacos, desde o superior ao inferior. 10 Vendo Deus as suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho, compadeceu-se e suspendeu o mal, que tinha ameaçado fazer-lhes, e não o fez.  Palavra do Senhor! - Graças a Deus!
Comentário: Os ninivitas se afastavam do mau caminho
Uma nova ordem de Deus, e dessa vez Jonas obedece. Nínive é o símbolo do mundo pagão; por isso, é apresentada com dimensões incrivelmente vastas. O profeta ainda não mudou de idéia sobre os pagãos: sua pregação só apresenta ameaças. Todavia, vemos em Nínive aquilo que nenhum profeta conseguiu em Israel: os pagãos se arrependem e se convertem, participando da penitência inclusive os animais. Como é que Deus poderia negar o perdão a essa gente mais sensata que o povo de Israel? Se nos pusermos do lado de Jonas, deveremos recordar que Nínive, isto é, o mundo, os outros, os não-cristãos, estão dentro dos confins do amor de Deus; que Deus não quer condená-los, mas salvá-los; que Deus "vela paternalmente sobre todos, quis que todos os homens constituíssem uma só família e se tratassem mutuamente como irmãos". O livro de Jonas exorta o povo de Deus a não se dobrar sobre si mesmo, não se fechar'; pensando ser a comunidade dos salvos, talvez perseguida pelos demais. Os cristãos foram escolhidos por Deus, não para um privilégio, e sim para um serviço. Fomos escolhidos por ele para testemunhar uma salvação oferecida a todos. Os habitantes de Nínive acolheram a palavra de Deus e converteram-se. Só poderemos proclamar o convite à conversão se pudermos dar testemunho de que ela tem significado para nós.

Salmo Responsorial - Sl 24(25),4ab-5ab.6-7bc.8-9 (R. 4a.5a)
R. Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, vossa verdade me oriente e me conduza!
4a Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, b fazei-me conhecer a vossa estrada! 5a Vossa verdade me oriente e me conduza, b porque sois o Deus da minha salvação; (R)
6 Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e a vossa compaixão que são eternas! 7b De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia c e sois bondade sem limites, ó Senhor! (R)
8 O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores. 9 Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho. (R)

Comentário: Do pecado à conversão
Súplica em estilo de reflexão sapiencial
Este salmo nos mostra que a situação é obscura. O salmista pede que Deus lhe abra perspectivas. Pede que seus erros involuntários não sejam empecilho para que Deus o trate com amor na situação angustiante em que se encontra. Não está claro qual seja a falta ou pecado. Em todo caso, é ocasião para uma tomada de consciência e conversão. O temor de Deus é a atitude própria de quem reconhece que Deus é Deus, e o homem não é Deus. Quando o homem reconhece que só Deus é o absoluto, passa a relativizar os projetos humanos e permanece aberto à contínua novidade do projeto de Deus.

Segunda Leitura: A figura deste mundo passa
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 7,29-31: 29 Eu digo, irmãos: o tempo está abreviado. Então que, doravante, os que têm mulher vivam como se não tivessem mulher; 30 e os que choram, como se não chorassem, e os que estão alegres, como se não estivessem alegres; e os que fazem compras, como se não possuíssem coisa alguma; 31 e os que usam o mundo, como se dele não estivessem gozando. Pois a figura deste mundo passa.   Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: Matrimônio ou celibato?
Para a Igreja primitiva eram iminentes o fim do mundo e a manifestação final e gloriosa de Jesus. É nessa perspectiva que podemos compreender muitos conselhos referentes ao matrimônio, ao celibato e à virgindade: se o fim está próximo, para que se casar e ter filhos? Na visão de Paulo, a virgindade é vista como dom total da própria vida ao Senhor, como maneira de empenhar-se totalmente no testemunho do Evangelho. Jesus já destacava a grandeza do celibato na consagração radical a Deus e ao Reino, mas sem o impor (cf. Mt 19,10-12).

Aclamação ao Evangelho Mc 1,15
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. O Reino do Céu está perto! Convertei-vos, irmãos, é preciso! Crede todos no Evangelho! (R.)

Evangelho: Convertei-vos e crede na Boa-Nova!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,14-20: 14 Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para Galiléia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15 "O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos, e crede no Evangelho!". 16 E, passando à beira do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 17 Jesus lhes disse: "Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens". 18 E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus. 19 Caminhando mais um pouco, viu também Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes; 20 e logo os chamou. Eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados, e partiram, seguindo Jesus. Palavra da Salvação! - Glória, a Vós, Senhor!

Comentário: Os seguidores de Jesus
João Batista foi preso por Herodes que, como os chefes religiosos de Israel, temia a popularidade de João e a contestação que fazia do sistema opressor sob o qual o povo vivia. Após a prisão, Jesus retorna à Galiléia, que é um território predominantemente gentílico. Aí, Jesus desenvolve seu ministério, com o mesmo anúncio de João Batista, da proximidade do Reino e da conversão à justiça. Marcos, bem como Mateus e Lucas, narram o chamado dos primeiros discípulos às margens do Mar da Galiléia. O evangelho de João narra este chamado já na ocasião do batismo de Jesus, quando alguns discípulos de João Batista se dispõem a seguir Jesus. O chamado, narrado em estilo sumário, na realidade se fez em um clima de diálogo e conhecimento mútuo. Assim como Jesus abandonou sua rotina de vida em Nazaré, também seus discípulos abandonam seu antigo sistema de vida, não para fugirem do mundo, mas para iniciarem uma nova prática social alternativa, de justiça e paz. As primeiras palavras de Jesus apresentam a chave para interpretar toda a sua atividade; Cumprimento: em Jesus, Deus se entrega totalmente. Não é mais tempo de esperar. É hora de agir: o Reino é o amor de Deus que provoca a transformação radical da situação injusta que domina os homens. Está próximo: o Reino é dinâmico e está sempre crescendo. Conversão: a ação de Jesus exige mudança radical da orientação de vida. Acreditar na Boa Notícia: é aceitar o que Jesus realiza e empenhar-se com ele. O chamado dos primeiros discípulos é um convite aberto a todos os que ouvem as palavras de Jesus. Simão e André deixam a profissão; Tiago e João deixam a família... Seguir a Jesus implica deixar as seguranças que possam impedir o compromisso com uma ação transformadora. Dois traços marcaram o ministério de Jesus desde os seus primórdios. Ele não foi um pregador solitário, apegado à tarefa recebida do Pai, sem partilhá-la com ninguém. Pelo contrário, quis contar com colaboradores que o ajudassem a levar a cabo sua missão. Os escolhidos foram pessoas simples, pescadores do lago da Galiléia, cujas vidas se transformaram totalmente, a partir do encontro com o Senhor. Eles foram convidados a deixar tudo e seguir o Mestre, que lhes deu como missão saírem pelo mundo, atraindo as pessoas para Deus. Um horizonte novo despontou para eles. O desafio lançado por Jesus foi acolhido com generosidade. Nada os impediu de romper com o mundo e seguir o Mestre. Outro traço do ministério de Jesus: ao chamar os discípulos e confiar-lhes uma missão, o Senhor deu a entender que sua obra deveria ser levada adiante e expandir-se, a partir da sementinha lançada por ele. Jesus anunciou a chegada do Reino e realizou sinais indicadores de sua presença. Durante sua vida terrena, não se poupou para fazer o Reino acontecer. Agora, cabia aos discípulos levar adiante o anúncio da Boa-Nova, para que o apelo do Reino atingisse a todos, sem distinção. Jesus colocou diante deles um mar diferente, a humanidade inteira, onde a função de pescadores haveria de continuar. Era hora de pescar muitas pessoas para Deus.

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