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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

2º. Domingo do Tempo Comum - Ano B - Dia: 15/01/2012 - Cor: Verde


Primeira Leitura: Fala, Senhor, que teu servo escuta
Leitura do Primeiro Livro de Samuel - 3,3b-10.19: Naqueles dias, 3b Samuel estava dormindo no templo do Senhor, onde se encontrava a arca de Deus. 4 Então o Senhor chamou: "Samuel, Samuel!" Ele respondeu: "Estou aqui". 5 E correu para junto de Eli e disse: "Tu me chamaste, aqui estou". Eli respondeu: "Eu não te chamei. Volta a dormir!" E ele foi deitar-se. 6 O Senhor chamou de novo: "Samuel, Samuel!" E Samuel levantou-se, foi ter com Eli e disse: "Tu me chamaste, aqui estou". Ele respondeu: "Não te chamei, meu filho. Volta a dormir!" 7 Samuel ainda não conhecia o Senhor, pois, até então, a palavra do Senhor não se lhe tinha manifestado. 8 O Senhor chamou pela terceira vez: "Samuel, Samuel!" Ele levantou-se, foi para junto de Eli e disse: "Tu me chamaste, aqui estou". Eli compreendeu que era o Senhor que estava chamando o menino. 9 Então disse a Samuel: "Volta a deitar-se e, se alguém te chamar, responderás: 'Senhor, fala, que teu servo escuta!"' E Samuel voltou ao seu lugar para dormir. 10 O Senhor veio, pôs-se junto dele e chamou-o como das outras vezes: "Samuel! Samuel!" E ele respondeu: "Fala, que teu servo escuta". 19 Samuel crescia, e o Senhor estava com ele. E não deixava cair por terra nenhuma de suas palavras.   Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: Fala, Senhor, que teu servo escuta
Narrando a vocação de Samuel, a Bíblia inicia grande lista dos profetas, cuja função é serem porta-vozes de Deus: eles anunciam claramente o que Deus está realizando ou vai realizar dentro da história. Neste relato, a função profética aparece em Israel antes de surgir e se formar o Estado com autoridade política central. A Bíblia quer mostrar que o profeta é aquele que mantém viva a consciência crítica de um povo: ele deve impedir que as autoridades políticas se absolutizem e oprimam o povo. O texto faz pensar na vocação de cada pessoa. Deus chama cada um de nós para exercer uma função dentro do seu projeto. Projeto esse que é voltado para a liberdade e a vida. Cada pessoa é um modo de Deus dizer a palavra que constrói a sociedade e a história. É preciso que cada um aprenda a distingüir a voz de Deus, sem confundi-la com a voz daqueles que produzem e mantêm uma estrutura de sociedade voltada para a escravidão e a morte. O episódio de Samuel é o trecho clássico do Antigo Testamento que manifesta o sentido da vocação profética. Deus confia aos homens missões particulares, sensibiliza-os diante de seu plano de salvação e torna-os disponíveis à sua vontade: "Falai, Senhor que vosso servo escuta". Aqueles que são chamados encontram nesse rapaz um modelo singular. Entretanto, parece importante salientar duas coisas. Nem sempre quem é chamado para tarefas importantes recebe sinais evidentes de sua escolha. Deus age normalmente através de causas segundas, pessoas, acontecimentos, encontros fortuitos. O que importa é saber reconhecer nas causas segundas a vontade de Deus e segui-la com humildade, mas também com coragem. Há um chamado para cada homem. Cada um tem um papel a desempenhar no mundo, na sociedade, na família em que vive. Mais importante ou menos importante, pouco importa; o que vale diante de Deus é desempenhá-lo com fidelidade. Um dos requisitos é saber escutar.

Salmo Responsorial - Sl 39(40),2.4ab.7-8a.8b-9.10 (R. 8a.9a)
R. Eu disse: "Eis que venho, Senhor!" Com prazer faço a vossa vontade.
2 Esperando, esperei no Senhor, e inclinando-se, ouviu meu clamor. 4a Canto novo ele pôs em meus lábios, 4b um poema em louvor ao Senhor. (R)
7 Sacrifício e oblação não quisestes, mas abristes, Senhor, meus ouvidos; não pedistes ofertas nem vítimas, holocaustos por nossos pecados. (R)
8a E então eu vos disse: “Eis que venho!” 8b Sobre mim está escrito no livro: 9 “Com prazer faço a vossa vontade, guardo em meu coração vossa lei!” (R)
10 Boas novas de vossa justiça anunciei numa grande assembléia; vós sabeis: não fechei os meus lábios! (R)

Comentário: Anunciar a justiça de Deus
Oração de agradecimento, incluindo a súplica numa situação que acarreta perigo de vida.
Libertando o salmista de um perigo de morte, a ação de Deus torna-se motivo de confiança para a comunidade que participa do agradecimento. Por ocasião do agradecimento, costumava-se oferecer um sacrifício. Deus, porém, não quer sacrifício, e sim que o homem realize a vontade dele. Para isso, é preciso assimilar o projeto de Deus. (lei). Não basta assimilar. É preciso também anunciar a justiça de Deus, através da palavra e ação.

Segunda Leitura: Vossos corpos são membros de Cristo
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios - 6,13c-15a.17-20: Irmãos: 13c O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor é para o corpo; 14 e Deus, que ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará também a nós, pelo seu poder. 15a Porventura ignorais que vossos corpos são membros de Cristo? 17 Quem adere ao Senhor torna-se com ele um só espírito. 18 Fugi da imoralidade. Em geral, qualquer pecado que uma pessoa venha a cometer fica fora do seu corpo. Mas o fornicador peca contra o seu próprio corpo. 19 Ou ignorais que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que mora em vós e que vos é dado por Deus? E, portanto, ignorais também que vós não pertenceis a vós mesmos? 20 De fato, fostes comprados e por preço muito alto. Então, glorificai a Deus com o vosso corpo.  Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: Vossos corpos são membros de Cristo
Paulo enfrenta uma falsa concepção de liberdade, extremamente permissiva em questões de vida. Como princípio, ele salienta que nem tudo convém à condição cristã. Em outras palavras: o cristão deve saber discernir o que leva ao crescimento e à realização da pessoa humana. Uma vez que foi resgatado por Cristo para viver a liberdade, ele não deve deixar-se escravizar de novo, nem mesmo pelo próprio corpo. Devemos cuidar do nosso corpo, do nosso interior, purificando o nosso coração, pois, ele é o Templo do Espírito Santo.

Aclamação ao Evangelho Jo 1,41.17b
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Encontramos o Messias, Jesus Cristo, de graça e verdade ele é pleno; de sua imensa riqueza graças, sem fim, recebemos. (R.)

Evangelho: Foram, viram onde Jesus morava e permaneceram com ele
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 1,35-42: Naquele tempo, 35 João estava de novo com dois de seus discípulos 36 e, vendo Jesus passar, disse: "Eis o cordeiro de Deus!" 37 Ouvindo essas palavras, os dois discípulos seguiram Jesus. 38 Voltando-se para eles e vendo que o estavam seguindo, Jesus perguntou: "O que estais procurando?" Eles disseram: "Rabi (que quer dizer mestre), onde moras?" 39 Jesus respondeu: "Vinde ver". Foram pois ver onde ele morava e, nesse dia, permaneceram com ele. Era por volta das quatro da tarde. 40 André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus. 41 Ele foi logo encontrar seu irmão Simão e lhe disse: "Encontramos o messias" (que quer dizer Cristo). 42 Então André conduziu Simão a Jesus. Jesus olhou bem para ele e disse: “Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas" (que quer dizer pedra). Palavra da Salvação! - Glória Vós, Senhor!

Comentário: O encontro com o Messias
“O que vocês estão procurando?” São estas as primeiras palavras de Jesus neste evangelho. Essa pergunta, ele a faz a todos os homens. Nós queremos saber quem é Jesus, e ele nos pergunta sobre o que buscamos na vida. Os homens que encontraram Jesus começaram a conviver com ele. E no decorrer do tempo vão descobrindo que ele é o Mestre, o Messias, o Filho de Deus. O mesmo acontece conosco: enquanto caminhamos com Cristo, vamos progredindo no conhecimento a respeito dele. João Batista era apenas testemunha de Jesus, a quem tudo se deve dirigir. João sabia disso; por isso convida seus próprios discípulos para que se dirijam a Jesus. E os dois primeiros vão buscar outros. É desse mesmo modo que nós encontramos a Jesus: porque outra pessoa nos falou dele ou nos comprometeu numa tarefa apostólica. Jesus sempre reconhece aqueles que o Pai coloca em seu caminho. Ele reconhece Natanael debaixo da figueira e também a Simão, escolhido para ser a primeira pedra da Igreja. Vereis o céu aberto: No sonho de Jacó, os anjos subiam e desciam por uma escada que ligava a terra e o céu (leia Gn 28,10-22). Doravante é Jesus, o Filho do Homem, a nova ligação entre Deus e os homens. João repete a apresentação de Jesus: "Eis o cordeiro de Deus!". Nessa expressão, que tem raízes na prática sacrifical do Primeiro Testamento, podemos ver uma inversão de sentido: no regime da Lei e do Templo, o sacerdote sacrificava um cordeiro para reparação de pecados contra as observâncias da Lei. Agora, Jesus, que vem anunciar o perdão dos pecados e a libertação da opressão da Lei, será sacrificado pelos sacerdotes que procuram manter seu poder e privilégios. A formação do discipulado de Jesus tem início entre os discípulos de João Batista. A partir do breve diálogo, dois discípulos vão onde Jesus morava e permanecem com ele. A adesão a Jesus se dá a partir de relações pessoais, em um processo comunitário. Ir e ver, o estar com Jesus, é fonte de experiência de Deus e nos move a nos comunicarmos com os irmãos, formando novas comunidades de vida. O encontro de Jesus com seus primeiros discípulos é apresentado sob uma luz messiânica. Dois discípulos de João Batista, um dos quais era André, seguiram o novo Mestre, assim que foram informados tratar-se do "Cordeiro de Deus". Encontrando-se com Simão Pedro, André, seu irmão, anuncia-lhe ter encontrado o Messias. O desejo de conhecer Jesus fez com que os dois primeiros discípulos o seguissem e ficassem com ele um dia inteiro. Foram movidos por um interesse que ia muito além de constatar as condições de vida do novo Mestre. Eles queriam averiguar em que sentido ele era o "Cordeiro de Deus". O diálogo com Jesus serviu para esclarecer sua condição de enviado, com a tarefa precisa de reconciliar a humanidade pecadora com o Pai, eliminando o pecado que impede o ser humano de ter acesso a Deus. A libertação do passado continuava a se efetivar no presente, por meio do ministério de Jesus. Sua condição de "Cordeiro" era claro indicio de que a salvação comportaria sacrifício e morte. Se quisessem tornar-se discípulos seus, André e João deveriam considerar, desde já, este aspecto do discipulado. Convivendo com o Mestre, entenderam tratar-se do Messias. Por isso é que André, plenamente convicto, foi até seu irmão Simão para dar-lhe a notícia: "Nós encontramos o Messias". Movido por esta certeza, Simão não hesitou em deixar o antigo mestre, João Batista, e, começar um discipulado totalmente novo.

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