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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Liturgia Dominical

33º Domingo do Tempo Comum - Ano A – Dia: 13/11/2011 - Cor: Verde

Primeira Leitura: Com habilidade trabalham as suas mãos
Leitura do Livro dos Provérbios 31,10-13.19-20.30-31: 10 Uma mulher forte, quem a encontrará? Ela vale muito mais do que as jóias. 11 Seu marido confia nela plenamente, e não terá falta de recursos. 12 Ela lhe dá só alegria e nenhum desgosto, todos os dias de sua vida. 13 Procura lá e linho, e com habilidade trabalham as suas mãos. 19 Estende a mão para a roca, e seus dedos seguram o fuso. 20 Abre suas mãos ao necessitado e estende suas mãos ao pobre. 30 O encanto é enganador e a beleza é passageira; a mulher que teme ao Senhor, essa sim, merece louvor. 31 Proclamem o êxito de suas mãos, e na praça louvem-na as suas obras!   Palavra do Senhor! - Graças à Deus!

Comentário: A esposa ideal
Mais do que elogio a uma determinada esposa, o poema proclama a sabedoria personificada como esposa ideal, que leva o homem para a justiça, honra, prosperidade e vida. É a companheira ideal para todos, homens e mulheres. Dessa forma, a mulher fica livre das exigências desmedidas que a sociedade patriarcal e machista lhe impõe.

Salmo Responsorial - Sl 127(128),1-2.3.4-5ab (R. cf. 1a)
R. Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!
1 Feliz és tu se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! 2 Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem! (R)
3 A tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de oliveira ao redor de tua mesa. (R)
4 Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. 5 O Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida. (R)

Comentário: A felicidade vem da partilha
Oração em estilo sapiencial sobre a felicidade do justo
Este salmo nos mostra que temer a Deus consiste em reconhecer que só ele é Deus, e o homem não é Deus. Daí nasce a obediência à vontade de Deus, que abençoa e ensina o caminho de vida: trabalho honesto, amor matrimonial, paternidade e maternidade que partilham a vida. Do círculo familiar parte para todo o povo: da cidade da Aliança, Deus abençoa a todos, criando uma história de paz.

Segunda Leitura: Que esse dia não vos surpreenda como um ladrão
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses 5,1-6: 1 Quanto ao tempo e à hora, meus irmãos, não há por que vos escrever. 2 Vós mesmos sabeis perfeitamente que o dia do Senhor virá como ladrão, de noite. 3 Quando as pessoas disserem:"Paz e segurança!", então de repente sobrevirá a destruição, como as dores de parto sobre a mulher grávida. E não poderão escapar. 4 Mas vós, meus irmãos, não estais nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão. 5 Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite, nem das trevas. 6 Portanto, não durmamos, como os outros, mas sejamos vigilantes e sóbrios. Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: Jesus Cristo morreu por nós
Saber com precisão a data da parusia de Cristo é desejo muito humano, porém fadado à frustração. Conforme a tradição cristã, só Deus Pai conhece o momento preciso: “Quanto a esse dia e hora, ninguém sabe nada, nem os anjos do céu, nem o Filho. Somente o Pai é quem sabe” (Mc 13,32). Aos cristãos cabe esperar com espírito vigilante. A luz é o símbolo da vida, enquanto as trevas são símbolo do mal e da morte. Para Paulo, o cristão é aquele que acredita na vida e luta por ela, sem aceitar nenhum compromisso com as estruturas que produzem a morte. O testemunho cristão é verdadeiro combate com as armas da fé, do amor e da esperança: a fé leva ao conhecimento da verdade e da justiça; o amor produz novas relações entre os homens; a esperança abre o futuro para a liberdade e a vida. Cristão não é aquele que perde tempo em discutir sobre dia e hora, porém aquele que, instruído pelas palavras de Jesus, vive em vigília. Esta "espera vigilante", para ser autêntica, deve ser operosa. Paulo insiste com os tessalonicenses para que sejam ativos no bem, no bem concreto, de cada dia, para com todos. Serão salvos e filhos da luz, não das trevas, aqueles que forem vigilantes e sóbrios, não os que dormirem; aqueles que vestirem a armadura espiritual de defesa, que os torna invencíveis. Uma certeza orienta a vida do cristão e lhe determina a conduta: o Senhor virá. Sua vinda não deve ser imaginada fora do tempo e da história (o dia do Senhor). Ele vem agora, no cotidiano da existência. É, pois, melhor viver com Deus na fé e no amor cada dia que nos for dado.

Aclamação ao Evangelho Jo 15,4a.5b
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Ficai em mim, e eu em vós hei de ficar, diz o Senhor; quem em mim permanece, esse dá muito fruto.    (R)

Evangelho: Como foste fiel na administração de tão pouco, vem participar de minha alegria
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 25,14-30: Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 14 "Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. 15 A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. 16 O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles e lucrou outros cinco. 17 Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. 18 Mas aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu patrão. 19 Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. 20 O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: 'Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei'. 21 O patrão lhe disse: 'Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!' 22 Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: 'Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei'. 23 O patrão lhe disse: 'Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!' 24 Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: 'Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25 Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence'. 26 O patrão lhe respondeu: 'Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e que ceifo onde não semeei? 27 Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence'. 28 Em seguida, o patrão ordenou: 'Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! 29 Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30 Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes!'" Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: O talento multiplicado
Não basta estar preparado, esperando passivamente a manifestação de Jesus. É preciso arriscar e lançar-se à ação, para que os dons recebidos frutifiquem e cresçam. Jesus confiou à comunidade cristã a revelação da vontade de Deus e a chave do Reino. No julgamento, ele pedirá contas por esse dom. A comunidade o repartiu e o fez crescer, ou o escondeu dos homens?
O encontro definitivo com o Senhor é que dá sentido à vida do discípulo. Este evento futuro e incerto motiva as suas iniciativas. Cada minuto de sua existência é tomado como possibilidade de fazer algo mais. Não perde a chance de se mostrar fiel ao Senhor, nas mínimas coisas. O discípulo age a partir dos dons recebidos de Deus. Quantos e quais sejam, pouco lhe importa. Importa-lhe apenas saber que o Senhor quer vê-los multiplicados. O verdadeiro discípulo sabe como fazer multiplicar seus dons. Isto se dá no serviço ao próximo, buscando construir a justiça e a fraternidade, e fazendo deles instrumento de restauração da dignidade humana. Quanto mais o discípulo põe a serviço dos outros os dons recebidos de Deus, mais estes se multiplicam. A atitude dos discípulos operosos e engajados contrasta com a dos preguiçosos, medrosos, acomodados, sem criatividade. Por preguiça espiritual, eles não se sentem motivados a fazer multiplicar o dom recebido de Deus. Por medo da severidade de Deus, por considerarem poucos os dons recebidos, por temerem enfrentar o mundo e seus desafios ou por não saberem como agir, o fato é que não progridem no caminho para Deus. A vida inútil que levam, resultará em severa punição, quando se encontrarem com o Senhor. As imagens da parábola são extraídas de uma sociedade oportunista consagrada ao mercado em busca do lucro. Na parábola, o senhor ambicioso, ao viajar, determina a seus três servos que façam render seu dinheiro. Os dois servos mais "fieis" fizeram o dinheiro render cem por cento. Contudo um servo mais tímido, temeroso da severidade do patrão, não querendo correr risco, escondeu o dinheiro que recebeu e devolveu-o tal qual. O senhor , afirmando-se como sendo aquele que "colhe onde não plantou e ajunta onde não semeou", qualifica o servo tímido de mau e preguiçoso. Os dois servos fieis e eficientes foram exaltados e o servo tímido foi lançado fora. A sentença final, "a quem tem será dado mais... daquele que não tem será tirado", é típica da sociedade excludente e concentradora de riquezas. A parábola tem um certo aspecto de caricatura irônica da sociedade. Suas imagens são pouco condizentes com a revelação de Jesus de Nazaré, manso e humilde de coração, que vem trazer vida para todos, sem exclusões. O Reino de Deus é o reino dos pobres, mansos, pacíficos e misericordiosos, com fome e sede de justiça e partilha. Com certo constrangimento, a parábola tem sido entendida como uma advertência aos discípulos afim de que façam frutificar seus dons pessoais, a serviço da comunidade e da sociedade.

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