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domingo, 12 de fevereiro de 2012

7º. DTC - Ano B - Dia 19/02/2012 - Cor: Verde

Primeira Leitura: Eu cancelo tuas culpas por minha causa
Leitura do Livro do Profeta Isaías 43,18-19.21-22.24b-25: Assim fala o Senhor: 18 “Não relembreis coisas passadas, não olheis para os fatos antigos. 19 Eis que eu farei coisas novas, e que já estão surgindo: acaso não as reconheceis? Pois abrirei uma estrada no deserto e farei correr rios na terra seca. 21 Este povo, eu o criei para mim e ele cantará meus louvores. 22 Mas tu, Jacó, não me invocaste, e tu, Israel, de mim te fatigaste. 24b Com teus pecados, trataste-me como servo, cansando-me com tuas maldades. 25 Sou eu, eu mesmo, que cancelo tuas culpas por minha causa e já não lembrarei de teus pecados”.  Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: A nova libertação
Em comparação com o êxodo do Egito, a nova libertação é um acontecimento bem mais grandioso: os exilados voltarão para a pátria por uma estrada no deserto transformado em oásis. O povo liberto será testemunha da ação de Deus na história. Deus não exige de seu povo sacrifício de animais ou qualquer outro tipo de ofertas; ele não é um Deus que cansa e massacra o povo com imposições culturais, mas está continuamente perdoando. O povo, sim, cansa Deus com suas transgressões e pecados. Ora, a fidelidade a Deus não se mede pela quantidade de cerimônias religiosas, mas por uma prática de vida que dá testemunho da aliança com Ele.

Salmo Responsorial - Sl 40(41),2-3.4-5.13-14  (R. 5b)
R. Curai-me, Senhor, pois pequei contra vós!
2 Feliz de quem pensa no pobre e no fraco: o Senhor o liberta no dia no mal! 3 O Senhor vai guardá-lo e salvar sua vida, o Senhor vai torná-lo feliz sobre a terra, e não vai entregá-lo à mercê do inimigo.  (R)
4 Deus irá ampará-lo em seu leito de dor, e lhe vai transformar a doença em vigor. 5 Eu digo: “Meu Deus, tende pena de mim, curai-me, Senhor, pois pequei contra vós!”  (R)
13 Vós, porém, me havereis de guardar são e salvo e me pôr para sempre na vossa presença. 14 Bendito o Senhor, que é Deus de Israel, desde sempre, agora e sempre. Amém!  (R)

Comentário: Deus cuida do abandonado
Oração de agradecimento pela libertação de uma enfermidade grave.
Este salmo nos mostra que Deus protege aquele que cuida do fraco e do indigente. Os pobres são o sacramento da presença de Deus. Relembra também a súplica feita durante a doença. Vista como conseqüência do pecado, ela provoca duros comentários de inimigos e até de amigos. Mas, o amor de Deus restaura a honra do doente e lhe possibilita responder aos que o criticaram. Deus jamais abandonará quem vive segundo a tua vontade e o teu projeto.

Segunda Leitura: Jesus nunca foi "sim-e-não", mas somente "sim".
Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 1,18-22: Irmãos, 18 eu vos asseguro, pela fidelidade de Deus: O ensinamento que vos transmitimos não é "sim-e-não". 19 Pois o Filho de Deus, Jesus Cristo, que nós - a saber: eu, Silvano e Timóteo - pregamos entre vós, nunca foi "sim-e-não", mas somente "sim”. 20 Com efeito, é nele que todas as promessas de Deus têm o seu “sim” garantido. Por isso também, é por ele que dizemos ''amem'' a Deus, para a sua glória. 21 É Deus que nos confirma, a nós e a vós, em nossa adesão a Cristo, como também é Deus que nos ungiu. 22 Foi ele que nos marcou com o seu selo e nos adiantou como sinal o Espírito derramado em nossos corações. Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: Jesus nunca foi “sim-e-não”, mas somente “sim”
Paulo enaltece a plena coerência da doação de Jesus: ele é o “sim” de Deus. Também a pregação do Apóstolo dói coerente do princípio ao fim: não uma coisa hoje, outra amanhã. Os homens de hoje acham por vezes que seja melhor mudar continuamente. Isso convém às coisas do consumo, às manifestações externas do homem; mas a realidade profunda não pode mudar, sob pena de não mais ser ela mesma. Isto responde à necessidade de “sinceridade” tão sentida hoje, à recusa do compromisso. Pois bem, assim como Deus foi fiel aos homens no Cristo, realizando a obra de salvação concebida em seu amor, assim também devemos nós ser fiéis a Deus, mantendo a coerência de nossa proposta de amor. Devemos ser “Amém”, ou seja, plena adesão à sua iniciativa, cumprindo o que nos compete para sua total realização. Tal coerência é para todos os setores de nossa vida: em casa, no trabalho, na sociedade, na Igreja. Ninguém é sincero pela metade. Paulo a seguir, lembra o rito do batismo, que incorpora os fiéis a Cristo, tornando-os participantes do mistério da Trindade.

Aclamação ao Evangelho - Lc 4,18
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Foi o Senhor quem me mandou boas notícias anunciar; ao pobre a quem está no cativeiro, libertação eu vou proclamar!

Evangelho: O Filho do Homem tem na terra poder de perdoar pecados
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 2,1-12: 1 Alguns dias depois, Jesus entrou de novo em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa. 2 E reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar; nem mesmo diante da porta. E Jesus anunciava-lhes a palavra. 3 Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. 4 Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. 5 Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: "Filho, os teus pecados estão perdoados". 6 Ora, alguns mestres da lei, que estavam ali sentados, refletiam em seus corações: 7 "Como este homem pode falar assim? Ele está blasfemando: ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus". 8 Jesus percebeu logo o que eles estavam pensando no seu intimo, e disse: "Por que pensais assim em vossos corações? 9 O que é mais fácil: dizer ao paralítico: 'Os teus pecados estão perdoados', ou dizer: 'Levanta-te, pega a tua cama e anda'? 10 Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados, disse ele ao paralítico: 11 eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!” 12 O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim.”   Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: Sob o peso do pecado
Depois de percorrer a Galiléia, Jesus volta a Cafarnaum. Novamente a casa é centro de convergência da multidão. Jesus dirige-lhes a palavra. As ações e diálogos que se seguem exprimem o núcleo do ensino e da prática de Jesus: o amor misericordioso de Deus, com o perdão dos pecados. Os escribas se escandalizam pois a casta religiosa de Jerusalém se apresentava como únicos e legítimos representantes de Deus para perdoar os pecados, mediante sacrifícios e ofertas. A acusação de blasfêmia será o motivo da condenação final de Jesus pela casta religiosa que se sente ameaçada por sua ação libertadora. À palavra de Jesus é sempre associada a sua prática vivificante. Segundo os antigos, a doença era causada pelo pecado. Para libertar o homem, Jesus vai direto à raiz: o pecado invisível que causa os males externos e visíveis. A oposição à Jesus começa: os doutores da Lei só se preocupam com teorias religiosas, e não em transformar a situação do homem. A ação de Jesus é completa. É um dizer e fazer que cura por dentro e por fora, fazendo o homem reconquistar a capacidade de caminhar por si. A insistência sobre o tema do perdão dos pecados chama a atenção, na cena da cura do homem paralítico. Assim que Jesus o vê descer através de um buraco aberto no teto, declara que seus pecados estão perdoados. Esta declaração provoca alguns escribas que estavam por perto. Para eles, a palavra do Mestre soava como uma verdadeira usurpação de algo reservado exclusivamente a Deus. Portanto, Jesus era um blasfemo! A maneira como ele rebate a maledicência dos escribas é significativa: cura o paralítico para provar que “o Filho do Homem tem, na Terra, o poder de perdoar os pecados”. O gesto poderoso de cura parece insignificante diante do poder maior de perdoar os pecados. E Jesus, de certo modo, parece sentir-se mais feliz por perdoar os pecados do que por curar. Por quê? O perdão dos pecados tem, também, uma função terapêutica. Trata-se da cura do ser humano na dimensão mais profunda de sua existência, ali onde acontece seu relacionamento com Deus. Sendo esta dimensão invisível aos olhos, as pessoas tendem a se preocupar mais com as dimensões aparentes de sua vida, buscando a cura quando algo não está bem no âmbito corporal. Jesus vê além, preocupando-se por libertar quem pena sob o peso do pecado, mais do que sob o peso da doença. O primeiro é muito mais grave. Permanecer no pecado significa viver afastado de Deus e correr o risco de ser condenado. Este é o motivo por que o Mestre, antes de mais nada, quer ver o ser humano liberto de seus pecados.

Fonte: www.deusunico.com

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