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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Oitava do Natal do Senhor - Ano B – Dia: 01/01/2012 - Cor: Branco


Solenidade da Santa Maria Mãe de Deus

Primeira Leitura:
Leitura do Livro dos Números 6,22-27: Invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e eu os abençoarei
22 O Senhor falou a Moisés, dizendo: 23 "Fala a Aarão e a seus filhos: Ao abençoar os filhos de Israel, dizei-lhes: 24 O Senhor te abençoe e te guarde! 25 O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! 26 O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!' 27 Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei”. Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: Deus abençoa o povo
A bênção é um sinal da presença protetora e vivificante de Deus no meio do seu povo. O texto conserva uma bênção muito antiga, em que Deus é invocado três vezes. Tal bênção mostra que o povo pertence a Deus e que este o abençoa com a paz, quer dizer, com a vida plena, segundo o modo bíblico de entender a paz.

Salmo 66(67),2-3.5.6.8 (R. 2a)
R. Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.
2 Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, e sua face resplandeça sobre nós! 3 Que na terra se conheça o seu caminho e a sua salvação por entre os povos. (R)
5 Exulte de alegria a terra inteira, pois julgais o universo com justiça; os povos governais com retidão, e guiais, em toda a terra, as nações. (R)
6 Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem! 8 Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe, e o respeitem os confins de toda a terra! (R)

Comentário: Deus abençoa a terra do seu povo
Oração de agradecimento por ocasião da festa da Colheita
Colheita abundante é sinal da bênção de Deus, Senhor da vida, para o seu povo aliado. O fato se torna anúncio para todas as nações reconhecerem que o Deus verdadeiro é também o Senhor da história. Ele governa as nações para que a justiça aconteça não só dentro de um povo, mas também nas relações entre os povos. É através da justiça que todos poderão usufruir da colheita e, portanto, da bênção de Deus.

Segunda Leitura
Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas 4,4-7: Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher.
Irmãos, 4 quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à lei, 5 a fim de resgatar os que eram sujeitos à lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. 6 E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abbá - ó Pai! 7 Assim já não és escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso por graça de Deus. Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: Cristo oferece a possibilidade de sermos filhos, não escravos
Cristo, que nasceu sujeito à lei, libertou os fiéis da lei e também da escravidão. Ele oferece a possibilidade de sermos filhos, não escravos. E o próprio Deus confirma nossa posição como seus filhos enviando o espírito de seu Filho, que possibilita ao fiel falar intimamente com Deus Pai, "Abbá". Contrapondo-se ao egoísmo, a ação do Espírito cria um novo tipo de relacionamento dos homens entre si e com Deus: a relação de família. Agora podemos chamar Deus de Pai, pois somos seus filhos. E isso é a base para as relações sociais recompostas: o clima de família se alastra, porque todos são irmãos. A herança prometida por Deus aos "que são guiados pelo Espírito" consiste em participar do Reino. Mas isso implica a seriedade de um testemunho, como o de Jesus Cristo.

Aclamação ao Evangelho Hb 1,1-2
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.        
V. De muitos modos, Deus outrora nos falou pelos profetas; nestes tempos derradeiros, nos falou pelo seu Filho. (R).

Evangelho: Encontraram Maria e José e o recém-nascido deitado na manjedoura
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 2,16-21:
Naquele tempo, 16 Os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria, José e o recém-nascido deitado na manjedoura. 17 Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. 18 E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. 19 Quanto a Maria, guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração. 20 Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. 21 Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido. Palavra da Salvação! – Glória a Vós, Senhor!

Comentário: O Messias veio para os pobres
Neste primeiro dia do ano novo civil a Igreja celebra Maria, Mãe de Deus. Um ano que se inicia desperta sempre esperanças de dias melhores. A Igreja dá início ao seu ano litúrgico religioso com o primeiro domingo do Advento, que ocorre, em geral, em fins de novembro. A esperança de dias melhores é colocada em Jesus, que oferece a paz ao mundo. A Jesus está intimamente associada sua mãe, Maria. A maternidade divina de Maria vem, de certo modo, preencher a carência do feminino na imagem tradicional de Deus, particularmente no Primeiro Testamento. Nas devoções a Maria, os fiéis buscam a face materna de Deus. O evangelho de hoje dá continuidade ao evangelho lido no dia do Natal. Aos pastores que guardavam os rebanhos de seu patrão, é anunciado o nascimento de Jesus. Eles vão às pressas ao encontro do recém-nascido. Lucas, com suas narrativas de infância de João Batista e de Jesus, no início de seu evangelho, já apresenta um de seus temas fundamentais. Em Jesus, Deus se revela como o Deus dos pobres, fracos e excluídos. Seu amor misericordioso é universal e a fonte da paz a ser consolidada pelos laços de fraternidade e justiça entre todos, homens e mulheres. Os primeiros a receber a Boa Notícia (Evangelho) são os pobres e marginalizados, aqui representado pelos pastores. Com efeito, na sociedade da época, os pastores eram desprezados, porque não tinham possibilidade de cumprir todas as exigências da Lei. É para eles que nasceu o Salvador, o Messias e o Senhor. E são os primeiros a anunciar a sua chegada. Jesus é o Salvador, porque traz a libertação definitiva. É o Messias, porque traz o Espírito de Deus, que convoca os homens para uma relação de justiça e amor fraterno. É o Senhor, porque vence todos os obstáculos, conduzindo os homens dentro de uma história nova.

APROFUNDANDO NA PALAVRA: Maria dá ao mundo Cristo, nossa paz
Na oitava do Natal se celebra a festa de "Maria, Mãe de Deus". Na verdade, as leituras bíblicas põem a tônica no "filho de Maria" e no "Nome do Senhor", mais do que em Maria.
De fato, a antiga "bênção sacerdotal" é ritmada pelo nome do Senhor, repetido no início de cada versículo (1ª leitura); o texto de são Paulo acentua a obra de libertação e salvação realizada por Cristo, na qual é engastada a figura de Maria, graças à qual o Filho de Deus pôde vir ao mundo como verdadeiro homem (2ª leitura); o evangelho termina com a imposição do nome de Jesus, enquanto Maria participa em silêncio do mistério deste filho nascido de Deus.
Essa atenção preponderante sobre o "Filho" não reduz o papel da Mãe; Maria é totalmente Mãe porque esteve em total relação com Cristo; por isso, honrando-a, o Filho é mais glorificado.
Quanto ao titulo de Mãe de Deus, exprime a missão de Maria na história da salvação, que está na base do culto e da devoção do povo cristão, uma vez que Maria não recebeu o dom de Deus só para si, mas para levá-lo ao mundo.
Mãe de Deus - Mãe do homem
O significado etimológico do nome Jesus, "Deus salva", nos introduz de cheio no mistério do Cristo: da encarnação ao nascimento, à circuncisão, até a realização pascal da morte-ressurreição, Jesus é em todo o seu ser a perfeita bênção de Deus, e dom de salvação e de paz para todos os homens; em seu nome somos salvos (cf At 2,21; Rm 10,13). Ora, essa oferta de salvação vem por Maria e ela a apresenta ao povo de Deus, como outrora aos pastores. Maria, que deu a vida ao Filho de Deus, continua a apresentar aos homens a vida divina. É, por isso, considerada mãe de cada homem que nasce para a vida de Deus, e mãe de todos. Com os orientais, também nós honramos "Maria sempre Virgem, solenemente proclamada santíssima Mãe de Deus pelo Concílio de Éfeso, para que Cristo fosse reconhecido, em sentido verdadeiro e próprio, Filho de Deus e Filho do homem".
Mensageiro da paz evangélica
É em nome de Maria, mãe de Deus e mãe dos homens, que hoje se celebra no mundo inteiro o "dia da paz"; aquela paz que Maria, uma de nós, encontrou no abraço infinito do amor divino; aquela paz que Jesus veio trazer aos homens que creram no amor. Em sentido bíblico, a paz é o dom messiânico por excelência, é a salvação trazida por Jesus, é a nossa reconciliação e pacificação com Deus. É também um valor humano a ser realizado no plano social e político, mas lança suas raízes no mistério de Cristo.
A fé em Cristo, paz entre Deus e os homens e paz entre os homens mutuamente, mostra-se claramente na parte que toma o cristão nos esforços da humanidade pela paz do mundo. A paz de Cristo não é diferente da paz do homem; é simplesmente "a paz", e merece que se dedique a vida para buscá-la e obtê-la.
O Magistério da Igreja sempre procurou atrair a atenção para a premente necessidade de fazer da paz uma dimensão efetiva da realidade. Tem pregado verdadeiramente "sobre os telhados" o anúncio da sua paz, baseada na verdade, na justiça, no amor e na liberdade que são "os quatro pilares da casa da paz" aberta a todos (João XXIII, 11-4-1963). Não se pode esquecer a suave e ao mesmo tempo fortíssima voz de Paulo VI que testemunhava aos representantes de todas as nações da terra a mensagem da paz de Cristo, profundamente terrena e divina.
Nunca mais uns contra os outros
"E agora nossa mensagem atinge o seu vértice; o vértice negativo. Esperais de nós esta palavra, que não pode deixar de se revestir de gravidade e solenidade: nunca mais uns contra os outros, nunca, nunca mais! Foi principalmente com este objetivo que surgiu a Organização das Nações Unidas; contra a guerra e pela paz! Ouvi as claras palavras de uma grande personagem desaparecida John Kennedy, que há alguns anos proclamava: 'A humanidade deve pôr fim à guerra, ou a guerra porá fim à humanidade'. Não são necessárias muitas palavras para proclamar isto como finalidade máxima desta instituição. Basta lembrar que o sangue de milhões de homens e inúmeros e inauditos sofrimentos, inúteis e formidáveis ruínas confirmam o pacto que vos une, com um juramento que deve mudar a história futura do mundo: nunca mais a guerra, nunca mais a guerra! A paz, a paz deve guiar o destino dos povos e da humanidade toda! Se quereis ser irmãos, deixai cair as armas de vossas mãos. Não se pode amar com armas ofensivas em punho" (Paulo VI, Discurso à ONU, 4-10-1965).
Dia Mundial da Paz
O Dia Mundial da Paz, inicialmente chamado simplesmente de Dia da Paz foi criado pelo Papa Paulo VI, com uma mensagem datada do dia 8 de dezembro de 1967, para que o primeiro fosse celebrado sempre no primeiro dia do ano civil (1 de janeiro), a partir de 1968, coisa que acontece até hoje.
Dizia o Papa Paulo VI em sua primeira mensagem para este dia: "Dirigimo-nos a todos os homens de boa vontade, para os exortar a celebrar o Dia da Paz, em todo o mundo, no primeiro dia do ano civil, 1 de Janeiro de 1968. Desejaríamos que depois, cada ano, esta celebração se viesse a repetir, como augúrio e promessa, no início do calendário que mede e traça o caminho da vida humana no tempo que seja a Paz, com o seu justo e benéfico equilíbrio, a dominar o processar-se da história no futuro".
A proposta de dedicar à Paz o primeiro dia do novo ano não tem a pretensão de ser qualificada como exclusivamente nossa religiosa ou católica. Antes, seria para desejar que ela encontrasse a adesão de todos os verdadeiros amigos da Paz, como se tratasse de uma iniciativa própria; que ela se exprimisse livremente, por todos aqueles modos que mais estivessem a caráter e mais de acordo com a índole particular de quantos avaliam bem, como é bela e importante ao mesmo tempo, a consonância de todas as vozes do mundo, consonância na harmonia, feita da variedade da humanidade moderna, no exaltar este bem primário que é a Paz.
Completava ainda o Papa Paulo VI: "A Igreja católica, com intenção de servir e de dar exemplo, pretende simplesmente lançar a idéia, com a esperança de que ela venha não só a receber o mais amplo consenso no mundo civil, mas que também encontre por toda a parte muitos promotores, a um tempo avisados e audazes, para poderem imprimir ao Dia da Paz, a celebrar-se nas calendas de cada novo ano, caráter sincero e forte, de uma humanidade consciente e liberta dos seus tristes e fatais conflitos bélicos, que quer dar à história do mundo um devir mais feliz, ordenado e civil".

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

4º dia da Oitava do Natal do Senhor - Ano B – Dia: 28/12/2011 - Cor: Vermelho


Os Santos Inocentes, mártires

Primeira Leitura: O sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado
Leitura da Primeira Carta de São João 1,5-2,2: Caríssimos: 5 A mensagem, que ouvimos de Jesus Cristo e vos anunciamos é esta: Deus é luz e nele não há trevas. 6 Se dizemos que estamos em comunhão com ele, mas andamos nas trevas, estamos mentindo e não nos guiamos pela verdade. 7 Mas, se andamos na luz, como ele está na luz, então estamos em comunhão uns com os outros, e o sangue de seu Filho Jesus nos purifica de todo pecado. 8 Se dizemos que não temos pecado, estamo-nos enganando a nós mesmos, e a verdade não está dentro de nós. 9 Se reconhecemos nossos pecados, então Deus se mostra fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda culpa. 10 Se dizemos que nunca pecamos, fazemos dele um mentiroso e sua palavra não está dentro de nós. 2,1 Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo. 2 Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo inteiro.  Palavra do Senhor!

Comentário: Caminhar na luz
A Igreja que não se reconhece pecadora vive em farisaísmo, e consequentemente faz de Deus um mentiroso, tornando-o cúmplice dos pecados dela. Com efeito, a revelação mostra que Deus perdoa o pecado. E mais: Cristo entregou sua própria vida para que os homens sejam libertados da injustiça e tenham a vida. É confessando os próprios pecados que a Igreja declara ao mundo a inocência e a justiça do Deus vivo.

Salmo Responsorial - Sl 123(124),2-3.4-5.7b-8 (R. 7a)
R. Nossa alma como um pássaro escapou do laço que lhe armara o caçador.
2 Se o Senhor não estivesse ao nosso lado, quando os homens investiram contra nós, 3 com certeza nos teriam devorado no furor de sua ira contra nós. (R)
4 Então as águas nos teriam submergido, a correnteza nos teria arrastado, 5 e então, por sobre nós teriam passado essas águas sempre mais impetuosas. (R)
7b O laço arrebentou-se de repente, e assim nós conseguimos libertar-nos. 8 O nosso auxílio está no nome do Senhor, do Senhor que fez o céu e fez a terra! (R)

Comentário: É Deus quem protege o povo
Oração coletiva de agradecimento, depois de um perigo superado
Este salmo nos mostra que apoiado no projeto do Deus libertador, o povo consegue a vitória contra os inimigos. Deus colabora muitas vezes com seu povo, fazendo fracassar os planos dos opressores. O versículo 8 é uma confissão de confiança: quem auxilia o povo é o Deus libertador, Senhor da vida.

Aclamação ao Evangelho
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos, vos louva o exército dos vossos santos Mártires!     (R)

Evangelho: Herodes mandou matar todos os meninos de Belém
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus, 2,13-18: 13 Depois que os magos partiram, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: "Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo". 14 José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe, e partiu para o Egito. 15 Ali ficou até à morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: "Do Egito chamei o meu Filho". 16 Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou muito furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, exatamente conforme o tempo indicado pelos magos. 17 Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: 18 "Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos, e não quer ser consolada, porque eles não existem mais".   Palavra da Salvação!

Comentário: A nova história é un novo êxodo
O lugar da Terra Prometida tornou-se novo Egito, lugar de opressão, Mateus apresenta o significado da vida e ação de Jesus: ele será o novo Moisés. Vai libertar o processo de libertação das estruturas que oprimem e escravizam, simbolizadas pela Judéia e Jerusalém. A Galiléia, terra dos pagãos, será o ponto de partida para esse novo êxodo que Jesus realiza através do seu ensinamento e atividade. Mateus é o único evangelista que apresenta comunicações de Deus por meio de sonhos, através de anjos. Assim acontece a José, quando pensava em abandonar Maria grávida, e por três vezes neste episódio de fuga e volta do Egito. Acontecerá também com os magos, advertidos a evitarem Herodes, e, depois, com a mulher de Pilatos, ao aconselhar seu marido a poupar Jesus. Com esta narrativa, Mateus personaliza em Herodes o tipo de governante inseguro e cruel. Este vê em um recém-nascido uma ameaça ao seu poder. Frustrado pelos magos, sem poder identificar a criança, decide matar todos meninos de dois anos abaixo. Com tal violência, Mateus prefigura a história de Jesus, com o enfrentamento entre ele e os poderosos chefes religiosos das sinagogas e do Templo. Porém, a morte não será vitoriosa sobre Jesus.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Missa do Galo


SOLENIDADES DO NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO — ANO B
MISSA DA NOITE - VIGÍLIA DE NATAL - "DEUS SE FAZ HOMEM POR NÓS"

RITOS INICIAIS
Anim. Nesta noite, celebramos o nascimento de Jesus. Nossos corações se voltam a Belém para adorar o Menino do Presépio, em quem se concentra a esperança da humanidade. Por isso, esta noite é clara como o dia, pois o Menino que hoje nasceu é a Luz que ilumina os povos e liberta todos os prisioneiros da morte. Cantemos juntamente com os anjos, celebrando o cumprimento da promessa de Deus.

ACOLHIDA
1. Reis e nações se amotinam e tramam, por quê? * E vão contra o Senhor e o Messias, por quê? * Deles se ri e aborrece o Senhor, e ouvirão: * “Fui eu quem consagrei o meu Rei em Sião!”
Glória ao Senhor, nas alturas, sem cessar, * Glória ao Senhor, terra inteira a cantar (bis)
2. Vou proclamar o decreto que vem do Senhor, * o que disse o Senhor e dizer me mandou: * “Tu és meu Filho, meu Filho, a Ti hoje eu gerei, * Tu me pedes e eu as nações te darei!”
3. Cetro de ferro nas mãos, as nações regerás, * como um pote de barro as despedaçarás! * Reis e Juízes da terra, guiar-vos deixai, ao Senhor com temor lhe servi e honrai!
4. Não o irriteis, sua raiva será perdição! * Bem felizes aqueles que  n’Ele estão! * Glória ao Pai pelo Filho no Espírito, amor, * ao que vem nesta noite, da Igreja o louvor!

SAUDAÇÃO
P. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. - T. Amém.
P. Que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.
T. Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

ATO PENITENCIAL
P. Para celebrar dignamente o nascimento do Salvador e festejarmos devidamente sua presença entre nós, reconheçamos os nossos pecados.
(Momento de silêncio)
P. Confessemos os nossos pecados:
T. Confesso a Deus todo-poderoso e a vós, irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos anjos e santos e a vós, irmãos e irmãs, que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor.
P. Deus todo-poderoso... - T. Amém.

Kyrie
P. Senhor, tende piedade de nós. - T. Senhor, tende piedade de nós.
P. Cristo, tende piedade de nós. - T. Cristo, tende piedade de nós.
P. Senhor, tende piedade de nós. - T. Senhor, tende piedade de nós.

GLÓRIA (preferencialmente cantado)
P. Glória a Deus nas alturas, T. e paz na terra aos homens por Ele amados. / Senhor Deus, Rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso. / nós vos louvamos, nós vos bendizemos, / nós vos adoramos, nós vos glorificamos, / nós vos damos graças por vossa imensa glória. / Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, / Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai. / Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. / Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica. / Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós. / Só vós sois o Santo, só vós, o Senhor, / só vós o Altíssimo, Jesus Cristo, / com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amém.

ORAÇÃO
P. Oremos (silêncio): Ó Deus, que fizestes resplandecer esta noite santa com a claridade da verdadeira luz, concedei que, tendo vislumbrado na terra este mistério, possamos gozar no céu sua plenitude. Por N.S.J.C. - T. Amém.

LITURGIA DA PALAVRA
Anim. Nesta noite luminosa, ouçamos as leituras que proclamam a chegada do tempo da redenção.

PRIMEIRA LEITURA (Is 9,1-6)
Leitura do Livro do Profeta Isaías: 1O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. 2Fizeste crescer a alegria, e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita, ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos. 3Pois o jugo que oprimia o povo – a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais – tu os abateste como na jornada de Madiã. 4Botas de tropa de assalto, trajes manchados de sangue, tudo será queimado e devorado pelas chamas. 5Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho;  ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz. 6Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado, que ele irá consolidar e confirmar em justiça e santidade, a partir de agora e para todo o sempre. O amor zeloso do Senhor dos exércitos há de realizar estas coisas.  - Palavra do Senhor.

SALMORESPONSORIAL Sl 95 (96) Fx2
Resplandeceu a luz sobre nós * porque nasceu Cristo, o Salvador. (bis)
1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, * cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! * Cantai e bendizei seu Santo nome!
2. Foi o Senhor  e nosso Deus que fez os céus: Diante dele vão a glória e a majestade, * e o seu templo, que beleza e esplendor!
3. Oferecei um sacrifício nos seus átrios, * adorai-o no esplendor da santidade, * terra inteira, estremecei diante dele!
4. Ó família das nações, daí ao Senhor, * ó nações, daí ao Senhor poder e glória, * dai-lhe a glória que é devida ao seu nome!

SEGUNDA LEITURA (Tt 2,11-14)
Leitura da Carta de São Paulo a Tito: Caríssimo: 11A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. 12Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade 13aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. 14Ele se entregou por nós, para nos resgatar de toda maldade e purificar para si um povo que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem. - Palavra do Senhor.

ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO  Fx3
Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia (bis)
Eu vos trago a Boa Nova de uma grande alegria: * É que hoje vos nasceu o Salvador, Cristo o Senhor.

EVANGELHO (Lc 2,1-14)
P. O Senhor esteja convosco. - T. Ele está no meio de nós.
P. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. - T. Glória a vós, Senhor.
P. 1Aconteceu que, naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra. 2Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. 3Todos iam registrar-se cada um na sua cidade natal. 4Por ser da família e descendência de Davi, José subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia, 5para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. 6Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, 7e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria. 8Naquela região havia pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do seu rebanho. 9Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. 10O anjo, porém, disse aos pastores: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: 11Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor. 12Isto vos servirá de sinal: Encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura”. 13E, de repente, juntou-se ao anjo uma multidão da corte celeste. Cantavam louvores a Deus, dizendo: 14“Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados”.
- Palavra da Salvação.
T. Glória a vós, Senhor.

HOMILIA

PROFISSÃO DE FÉ
P. Creio em Deus Pai todo-poderoso / T. criador do céu e da terra,/ e em Jesus Cristo seu único Filho, nosso Senhor, / que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; /nasceu da Virgem Maria;/ padeceu sob Pôncio Pilatos, / foi crucificado, morto e sepultado. / Desceu à mansão dos mortos; /ressuscitou ao terceiro dia, / subiu aos céus; / está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, / donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. / Creio no Espírito Santo; / na Santa Igreja Católica; / na comunhão dos santos; / na remissão dos pecados; / na ressurreição da carne; / na vida eterna. - Amém.

ORAÇÃO DOS FIÉIS
P. Irmãos e irmãs, invoquemos a Deus, nosso Pai, para que a luz desta noite brilhe em todos os corações, dissipando as trevas do ódio e reconciliando a humanidade ferida pelo pecado. Rezemos juntos, dizendo:
T. Resplandeça a luz de Cristo em nossos corações.
1. Ó Pai, abençoai a Igreja, que nesta noite se coloca junto ao Presépio de Belém.
2. Renovai as esperanças, a fim de que esta noite traga um novo começo para a humanidade.
3. Dai-nos forças para defender a vida onde ela é esmagada e preservar o amor onde ele faz morada.
4. Ajudai-nos a imitar Maria, vivendo o Natal todos os dias.
(Outras preces da comunidade)
P. Tudo isto, vos pedimos, ó Pai, por Cristo, nosso Senhor. - T. Amém.

APRESENTAÇÃO DAS OFERENDAS Fx4
1. Cristãos, vinde todos, com alegres cantos * Oh! Vinde, oh! Vinde até Belém. * Vede nascido vosso Rei eterno.
Oh! Vinde adoremos! * Oh! Vinde adoremos! * Oh! Vinde adoremos o Salvador!
2. Humildes pastores deixam seus rebanhos * e alegres acorrem ao Rei do céu: * Nós igualmente, cheios de alegria.
3. O Deus invisível de eternal grandeza, * sob véus de humildade, podemos ver. * Deus pequenino, Deus envolto em faixas!
4. Nasceu em pobreza, repousando em palhas, o nosso afeto lhe vamos dar. * Tanto amou-nos! Quem não há de amá-lo?
5. A estrela do Oriente conduziu os Magos * e a este mistério envolve em luz * tal claridade, também, seguiremos.

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS
P. Orai, irmãos e irmãs, para que o nosso sacrifício seja aceito por Deus Pai todo-poderoso.
T. Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória do seu nome, para nosso bem e de toda a santa Igreja.
P. Acolhei, ó Deus, a oferenda da festa de hoje, na qual o céu e a terra trocam os seus dons, e dai-nos participar da divindade daquele que uniu a vós a nossa humanidade. Por Cristo, nosso Senhor.
T. Amém.

ORAÇÃO EUCARÍSTICA I - (Prefácio do Natal do Senhor, I)
P. O Senhor esteja convosco. - T. Ele está no meio de nós.
P. Corações ao alto. - T. O nosso coração está em Deus.
P. Demos graças ao Senhor nosso Deus. - T. É nosso dever e nossa salvação.
P. Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso. No mistério da encarnação de vosso Filho, nova luz da vossa glória brilhou para nós. E, reconhecendo a Jesus como Deus visível a nossos olhos, aprendemos a amar nele a divindade que não vemos. Por ele os anjos celebram vossa grandeza e os santos proclamam vossa glória. Concedei-nos também a nós associar-nos a seus louvores, cantando (dizendo) a uma só voz:
Santo, santo, santo...

RITO DA COMUNHÃO
P. Obedientes à palavra do Salvador e formados por seu divino ensinamento, ousamos dizer:
T. Pai nosso...
P. Livrai-nos de todos os males...
T. Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre.
P. Senhor Jesus Cristo, ...
T. Amém.
P. A paz do Senhor esteja sempre convosco.
T. O amor de Cristo nos uniu.
P. Irmãos e irmãs, saudai-vos em Cristo Jesus.
T. Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. / Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. / Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz.
P. Felizes os convidados para a Ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
T. Senhor, eu não sou digno(a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo(a).

CANTO DE COMUNHÃO Fx 5
Da cepa brotou a rama, * da rama brotou a flor, * da flor nasceu Maria, * de Maria o Salvador. (bis)
1. O Espírito de Deus sobre Ele pousará, * de saber, de entendimento este Espírito será. * De conselho e fortaleza, de ciência e de temor, * achará sua alegria no temor do seu Senhor.
2. Não será pela ilusão do olhar, do ouvir falar, * que Ele irá julgar os homens, como é praxe acontecer... * Mas os pobres desta terra com justiça julgará * e dos fracos o direito ele é quem defenderá.
3. A palavra de sua boca ferirá o violento * e o sopro de seus lábios matará o avarento. * A justiça é o cinto que circunda sua cintura * e o manto da lealdade é a sua vestidura.
4. Neste dia, neste dia o incrível, verdadeiro, * coisa que nunca se viu, morar lobo com cordeiro.... * a comer do mesmo pasto tigre, boi, burro e leão, * por um menino guiados se confraternizarão.
5. Um menino, uma criança com as feras a brincar * e nenhum mal, nenhum dano mais na terra se fará... * Da ciência do Senhor cheio o mundo estará, * como o sol inunda a terra e as águas enchem o mar.
6. Neste dia, neste dia, o Senhor estenderá * Sua mão libertadora, pra seu Povo resgatar. * Estandarte para os povos o Senhor levantará. * A seu povo, a sua Igreja toda a terra acorrerá.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO
P. Oremos (silêncio):  Senhor nosso Deus, ao celebrarmos com alegria o Natal do nosso salvador, dai-nos alcançar, por uma vida santa seu eterno convívio. Por Cristo, nosso Senhor.
T. Amém.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA: MR 520
P. O Senhor esteja convosco.
T. Ele está no meio de nós.
P. O Deus de infinita bondade, que, pela encarnação do seu Filho, expulsou as trevas do mundo e, com seu glorioso nascimento, transfigurou esta noite santa, expulse dos vossos corações as trevas dos vícios e vos transfigure com a luz das virtudes.
T. Amém.
P. Aquele que anunciou aos pastores pelo Anjo a grande alegria do nascimento do Salvador derrame em vossos corações a sua alegria e vos torne mensageiros do Evangelho.
T. Amém.
P. Aquele que, pela encarnação de seu Filho, uniu a terra ao céu, vos conceda sua paz e seu amor, e vos torne participantes da Igreja celeste.
T. Amém.
P. Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho V e Espírito Santo.
T. Amém.
P. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe.
T. Graças a Deus.

CANTO FINAL (HL 1, p.83)
1. Noite feliz! Noite feliz! * O Senhor, Deus de amor, * pobrezinho nasceu em Belém; * eis na lapa Jesus, nosso bem. * Dorme em paz, ó Jesus, * dorme em paz, ó Jesus.
2. Noite feliz! Noite feliz! * Ó Jesus, Deus da luz, * quão afável é teu coração, * que quiseste nascer nosso irmão, * e a nós todos salvar, * e a nós todos salvar.
3. Noite feliz! Noite feliz! * Eis que no ar vêm cantar * aos pastores os anjos dos céus, * anunciando a chegada de Deus, * de Jesus Salvador, * de Jesus Salvador.

Músicas: • CD Litúrgico V -NATAL - Ed. Paulus • Cantos e Orações - Ed. Vozes • Hinário Litúrgico 1 CNBB

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Quarta-Feira da 4ª. Semana do Advento - Ano B – Dia: 21/12/2011 - Cor: Roxo


São Pedro Canísio, presbítero e doutor da Igreja

Primeira Leitura: Eis o meu amado que vem saltando pelos montes
Leitura do Livro do Cântico dos Cânticos 2,8-14: 8 É a voz do meu amado! Eis que ele vem saltando pelos montes, pulando sobre as colinas. 9 O meu amado parece uma gazela, ou um cervo ainda novo. Eis que ele está de pé atrás de nossa parede, espiando pelas janelas, observando através das grades. 10 O meu amado me fala dizendo: “Levanta-te, minha amada, minha rola, formosa minha, e vem! 11 O inverno já passou, as chuvas pararam e já se foram. 12 No campo aparecem as flores, chegou o tempo das canções, a rola já faz ouvir seu canto em nossa terra. 13 Da figueira brotam os primeiros frutos, soltam perfume as vinhas em flor. Levanta-te, minha amada, formosa minha, e vem! 14 Minha rola, que moras nas fendas da rocha, no esconderijo escarpado, mostra-me teu rosto, deixa-me ouvir tua voz! Pois a tua voz é tão doce, e gracioso o teu semblante”.   Palavra do Senhor!

Comentário: Eis o meu amado que vem saltando pelos montes
Após uma ausência sentida como inverno, o amado procura a amada, despertando como a primavera, toda a vida e beleza do amor. “Deus criou o mundo e o movimenta com o único fito de fazer santos.” No dia em que a terra cessasse de dar a Deus o que ele procura, estaria finda a sua história. O homem deve empenhar-se em abrir a alma e acolher com total atenção e amor o amor que Deus tem por cada um. Quando está assim preparado para ouvir a Deus, para dar-lhe o que ele busca, sente a sua voz: “Ergue-te...”, sacode o torpor do inverno, não fiques inerte. O convite aguarda uma resposta, um olhar terno e suave, como sinal de absoluta confiança. A voz do Amado não é de um estranho, com quem nada se tem em comum e que não suscita simpatia alguma; é a do meu melhor amigo, até mesmo do amor de minha alma. Para poder tomar a estrada a percorrer na vida, cumpre deixar falar o Senhor. Façamos silêncio, se queremos ouvir no íntimo a sua voz.

Salmo Responsorial - Sl 32(33),2-3.11-12.20-21 (R. 1a.3a)
R. Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Cantai para o Senhor um canto novo!
2 Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o! 3 Cantai para o Senhor um canto novo, com arte sustentai a louvação!    (R)
11 Mas os desígnios do Senhor são para sempre, e os pensamentos que ele traz no coração, de geração em geração, vão perdurar. 12 Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, e a nação que escolheu por sua herança!   (R)
20 No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxílio e proteção! 21 Por isso o nosso coração se alegra nele, seu santo nome é nossa única esperança.    (R)

Comentário: O projeto de Deus se realizará
Hino de louvor ao Deus que cria o universo e intervém na história, conduzindo o seu povo para a vida
O motivo fundamental do louvor é a palavra e ação de Deus, que realizam a verdade, a justiça e o amor. A palavra de Deus é eficaz, criando e organizando o universo. O exército de Deus são as estrelas no céu. O projeto de Deus é liberdade e vida para todos. Projeto que se realizará, derrotando os projetos de escravidão e morte, feitos pelas nações. É tolice querer enganar ou manipular Deus.Ele discerne profundamente cada um e sabe através de quem vai realizar seu projeto. A realização do projeto de Deus não depende do poderio militar, mas da presença do próprio Deus, que age dentro da luta pela liberdade e vida. Quando o povo coloca sua esperança em Deus. Esse lhe responde com todo o seu amor.

Aclamação ao Evangelho
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Ó Emanuel, sois nosso Rei e Orientador: vinde salvar-nos, ó Senhor e nosso Deus!     (R)

Evangelho: Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha visitar-me?
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,39-45: 39 Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. 40 Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre". 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44 Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45 "Bem aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu". Palavra da Salvação!

Comentário: O perfil de Maria
Ainda no seio de sua mãe, João Batista recebe o Espírito prometido. Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mãe Isabel. As palavras inspiradas de Isabel, ao se encontrar com sua prima Maria traçam o perfil de quem tinha sido destinada a ser a mãe do Salvador. Maria é a mulher bendita por excelência. Repousando sobre ela as bênçãos divinas, sua vida estava indissociavelmente ligada a Deus. Sem deixar de ser humilde serva, sua humanidade revestia-se de um brilho especial. Tornava-se um modelo não apenas de mulher, mas de ser humano. Maria trazia em seu ventre um fruto santo. A prole era um dos indicadores seguros da bênção divina. A humilde Virgem de Nazaré recebera, porém, uma bênção suplementar: a de ser a mãe do Messias. Tudo isto por estar disposta a ser totalmente fiel a Deus. Maria é mulher de fé. Aqui reside a sua verdadeira grandeza, pois a maternidade decorre desta sua virtude. E sua fé se desdobra em forma de confiança e entrega disponível nas mãos de Deus. Porque crê, assume o projeto divino, embora desconhecendo como irá realizar-se. Joga-se, inteiramente, nas mãos de Deus, certa de não ficar decepcionada. Maria é a mãe do Senhor de todos os povos. A exclamação de Isabel: "Como posso merecer que a mãe de meu Senhor venha me visitar?" revela as reais dimensões da maternidade de Maria. O Senhor de Isabel é o Senhor do povo de Israel e Senhor de todos quantos haveriam de crer. Este Senhor de toda a humanidade estava ali, no ventre de Maria. As narrativas de infância de Jesus deixam perceber a sua origem humilde, em uma casa pobre em Nazaré, longe de Jerusalém, capital religiosa da Judéia, e de qualquer outra grande cidade onde se concentram as elites privilegiadas. Por outro lado, no evangelho de Lucas, os paralelos feitos entre João Batista e Jesus, desde suas origens, são elaborados de maneira a destacar a primazia de Jesus em relação a João Batista. Na época em que Lucas escreve, o movimento dos discípulos de João Batista era expressivo e se mantinha à parte do movimento dos discípulos de Jesus. Com este destaque dado a Jesus, procurava-se trazer os discípulos de João para as comunidades cristãs. Na narrativa de hoje vemos o encontro de duas mulheres: Maria, esposa de um operário de Nazaré, na Galiléia, e Isabel, esposa de um sacerdote do Templo de Jerusalém. Contudo, o critério de status social é esvaziado. É a jovem mulher pobre da Galiléia que é bendita entre as mulheres, trazendo em seu ventre o Senhor, comunicador do Espírito Santo.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

4º Domingo do Advento - Ano B – Dia: 18/12/2011 - Cor: Roxo


Primeira Leitura: O teu reino será estável para sempre diante de mim, diz o Senhor
Leitura do Segundo Livro de Samuel 7,1-5.8b-12.14a.16: 1 Tendo-se o rei Davi instalado já em sua casa e tendo-lhe o Senhor dado a paz, livrando-o de todos os seus inimigos, 2 ele disse ao profeta Natã: "Vê: eu resido num palácio de cedro, e a arca de Deus está alojada numa tenda!" 3 Natã respondeu ao rei: "Vai e faze tudo o que diz o teu coração, pois o Senhor está contigo". 4 Mas, naquela mesma noite, a palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5 "Vai dizer ao meu servo Davi: Assim fala o Senhor: 'Porventura és tu que me construirás uma casa para eu habitar? 8b Fui eu que te tirei do pastoreio, do meio das ovelhas, para que fosses o chefe do meu povo, Israel. 9 Estive contigo em toda a parte por onde andaste, e exterminei diante de ti todos os teus inimigos, fazendo o teu nome tão célebre como o dos homens mais famosos da terra. 10 Vou preparar um lugar para o meu povo, Israel: eu o implantarei, de modo que possa morar lá sem jamais ser inquietado. Os homens violentos não tornarão a oprimi-lo como outrora, 11 no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo, Israel. Concedo-te uma vida tranquila, livrando-te de todos os teus inimigos. E o Senhor te anuncia que te fará uma casa. 12 Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 14a Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. 16 Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre”. Palavra do Senhor!

Comentário: O reino de Davi será estável para sempre diante do Senhor
Davi quer construir uma casa, isto é, um templo para Deus. Deus recusa, pois está presente no meio do povo que luta pela vida e liberdade. Em troca, é Deus quem vai construir uma casa, isto é, uma dinastia para Davi: o poder político estará sempre nas mãos de seus descendentes. Davi morrerá sem poder realizar o desejo de construir uma casa para o seu Deus. Na verdade, Deus agradece o propósito de Davi, mas lhe faz compreender que todo o universo é seu e que para ele é muito mais agradável a disponibilidade a seus planos, a fé em suas promessas e a fidelidade à aliança: um povo "estável para sempre". Ele próprio construirá uma "casa"; a promessa terá pleno cumprimento no reino do Messias. Jesus Cristo será o construtor da morada estável e eterna. Todo o povo de Deus será chamado a ser sua verdadeira casa. Esta é a maravilhosa realidade que agora vivemos, pois sabemos que ele veio habitar no meio de nós. Jesus não vem ao nosso meio para se abrigar numa cidadela, mas para nos abrir um caminho de conversão incessante. Um caminho de contínua luta pela conquista da verdadeira paz, que consiste em restabelecer relações de lealdade e de amor com Deus, com nós mesmos, com os homens. com as coisas.

Salmo Responsorial - Sl 88(89),2-3.4-5.27 e 29 (R. 2a)
R. Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
2 Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! 3 Porque dissestes: "O amor é garantido para sempre!" E a vossa lealdade é tão firme como os céus. (R)
4 "Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor. 5 Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, de geração em geração garantirei o teu reinado!" (R)
27 Ele, então, me invocará: "Ó Senhor, vós sois meu Pai, sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!" 29 Guardarei eternamente para ele a minha graça e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel. (R)

Comentário: Deus é amor fiel
Oração de súplica numa catástrofe nacional, com especial menção da promessa de Deus feita à dinastia de Davi
Este salmo nos mostra que o amor e a fidelidade são termos básicos da Aliança e dão a tônica a todo este Salmo. A Aliança com Davi fundou uma dinastia perpétua. É também um hino de louvor, proclamando a soberania de Deus sobre o universo e a história. Acima de homens e autoridades está Deus. Ele firma o governo delas com amor e fidelidade, a fim de produzir justiça e direito. O povo de Israel se orgulha de ser o escolhido de Deus, com sua função principal de proclamar, através do louvor, o Deus que é sua alegria, honra, força, orgulho, proteção e Rei. Em meio a seu povo, Deus escolheu Davi e sua dinastia, chamados a serem instrumentos para libertar o povo e fazê-lo viver na justiça. Essa aliança com Davi foi feita com juramento e, por isso, é perpétua. Mas há uma condição: que os descendentes sejam fiéis. Caso contrário, Deus os castigará.

Segunda Leitura: O mistério mantido em sigilo desde sempre agora foi manifestado
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 16,25-27: Irmãos: 25 Glória seja dada àquele que tem o poder de vos confirmar na fidelidade ao meu evangelho e à pregação de Jesus Cristo, de acordo com a revelação do mistério mantido em sigilo desde sempre. 26 Agora este mistério foi manifestado e, mediante as Escrituras proféticas, conforme determinação do Deus eterno, foi levado ao conhecimento de todas as nações, para trazê-las à obediência da fé. 27 A ele, o único Deus, o sábio, por meio de Jesus Cristo, a glória, pelos séculos dos séculos. Amém! Palavra do Senhor!

Comentário: Paulo e o mistério de Cristo
As Igrejas estão unidas entre si, não por laços jurídicos, mas pelas relações entre pessoas que partilham a mesma fé. Há nomes gregos, romanos e judaicos, e até se percebem diferenças de condição social. Desse modo, a lista testemunha a diversidade interna das pessoas reunidas na comunidade cristã de Roma. Ao mesmo tempo, pode-se perceber a diversidade de trabalhos e funções que mantém viva a comunidade. Nos versículos 15-27, temos um louvor que exprime a alegria da Igreja que já vive o tempo em que se realiza o mistério da salvação. O mistério é o centro do anúncio de Paulo, e está inseparavelmente ligado à sua vocação de missionário entre os pagãos. Esse mistério é o projeto de Deus, que se realizou em Jesus Cristo e que manifesta toda a sua grandeza na Igreja, mediante o ministério de Paulo: os pagãos são chamados a pertencer ao povo de Deus.

Aclamação ao Evangelho Lc 1,38
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Eis a serva do Senhor; cumpra-se em mim a tua palavra!   (R)

Evangelho: Eis que conceberás e darás à luz um filho
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,26-38: Naquele tempo, 26 o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria. 28 O anjo entrou onde ela estava e disse: "Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!". 29 Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30 o anjo, então, disse-lhe: "Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33 Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim". 34 Maria perguntou ao anjo: "Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?" 35 O anjo respondeu: "O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37 porque para Deus nada é impossível". 38 Maria, então, disse: "Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!" E o anjo retirou-se.  Palavra da Salvação!

Comentário: Alegra-te, cheia de graça
Maria é outra representante da comunidade dos pobres que esperam pela libertação. Dela nasce Jesus Messias, o Filho de Deus. O fato de Maria conceber sem ainda estar morando com José indica que o nascimento do Messias é obra da intervenção de Deus. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente nova. A saudação do anjo Gabriel surpreendeu Maria. Quem era ela senão uma humilde habitante de Nazaré, cidade sem importância das montanhas da Galiléia? Mulher sem maiores pretensões do que a de ser fiel a Deus; uma virgem já prometida em casamento a José, mas sem viver conjugalmente com ele, conforme as tradições de seu povo? Afinal, que méritos tinha para ser uma "agraciada", "plena da graça" divina? Maria estava longe de compreender o projeto de Deus a seu respeito. Sua humildade de mulher simples do interior não lhe permitia pensar grandes coisas a respeito de si mesma. Quiçá tenha sido este o motivo por que fora escolhida por Deus para ser mãe do Messias. Livre de toda forma de orgulho e auto-suficiência, Maria podia abrir seu coração para receber a graça de Deus que haveria de torná-la templo do Espírito Santo. Ela tornou-se objeto da atenção divina, no seu anseio de salvar a humanidade. Deus queria contar com alguma pessoa disposta a se tornar "escrava do Senhor", e permitir que a vontade divina acontecesse em sua vida, sem objeções. Foi para Maria que se voltaram os olhares de Deus! Tudo quanto o anjo comunicara a Maria era grande demais para o seu entendimento, e superava sua capacidade de pô-lo em prática. Abriu-se para ela uma perspectiva nova, ao lhe ser prometida a assistência do Espírito Santo. Este seria a força que lhe permitiria levar a bom termo a missão divina que lhe fora comunicada pelo anjo. O evangelista Lucas elabora esta narrativa da Anunciação com alusões a temas básicos do Primeiro Testamento. Na criação o Espírito de Deus pairava sobre as águas; agora, na segunda criação, este Espírito descerá sobre Maria. Em contraposição ao antigo pecado de Eva, agora Maria é cheia de graça. E o anúncio do anjo é feito em paralelo com as palavras do profeta Isaías, que anunciava um futuro brilhante para o filho da jovem esposa do rei Acaz (Is 7,14). Unindo-nos à saudação do anjo, hoje, também saudamos Maria. E agradecemos a Deus pela concepção de Jesus no seio de Maria, concedendo-nos participar da nova criação revestida de divindade e eternidade. A escolha de Maria, uma jovem da periferia da Galiléia, para ser a mãe de Jesus, Filho de Deus, nos revela que o projeto de Deus difere dos projetos dos homens neste mundo. O poder e o prestígio tão ansiosamente buscados, nada significam para Deus. Maria viveu a humildade e o serviço e nisto identifica-se com seu filho Jesus. O título de "rainha" aplicado a Maria não indica poder e superioridade, mas sim amor que se doa, cativa, e se comunica. Maria está presente em nossos lares, nas alegrias e nos sofrimentos, nos confortando, como mãe e companheira de caminhada no seguimento de Jesus. "Alegra-te ('Ave, Maria'), cheia de graça! O Senhor está contigo...", "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre", Jesus. Unimo-nos à saudação do anjo e à saudação de Isabel (Lc 1,28.42), saudamos também a Maria em nossa oração. Com a oração contínua e repetitiva, tomamos consciência da presença de Maria em nosso meio e, com ela, a presença de seu filho Jesus. Com Maria, nossa atenção se volta para Jesus, percorrendo a trajetória de sua vida: seu nascimento, seu ministério, sua paixão e sua ressurreição.

APROFUNDANDO NA PALAVRA: Eis a serva do Senhor
Maria ocupou um lugar de destaque no advento da salvação, aceitando acolher a proposta de Deus de assumir a maternidade do Messias Jesus. A escolha de Maria não se explica, no plano humano. Era uma jovem, já prometida em casamento a um descendente da casa de Davi. Não pertencia a nenhuma família nobre e rica, e habitava numa cidade escondida e mal-afamada. Não passava por sua mente ligar-se, de algum modo, ao Messias. Humanamente falando, ela não possuía os requisitos necessários para ser mãe do Salvador.
O diálogo de Maria com o anjo revelou a imagem que ela fazia de si mesma, bem como o que Deus pensava a respeito dela. Da parte de Deus, era considerada repleta de graça, amada por ele, bendita entre todas as mulheres. Em outras palavras, possuidora dos requisitos necessários para ser colaboradora de seu plano de salvação. Este requeria alguém totalmente disponível para Deus, despojado de si mesmo e dos próprios interesses, e disposto a assumir uma missão superior a tudo que se possa imaginar. Maria, por sua vez, tinha consciência de suas limitações. Não podia imaginar que Deus a tivesse em tão alta conta. Não conseguia conciliar a concepção do Messias com o fato de não ter conhecido homem algum. Estava longe de compreender o que significa conceber por obra do Espírito Santo. Contudo, como se sabia serva, não receou aceitar cegamente o projeto de Deus.
Para sua reflexão: A concepção será obra prodigiosa de Deus e do seu Espírito; a “grandeza” do menino será a sua condição de sucessor de Davi, rei Messias, mais que profeta (ela será mãe do rei herdeiro, com título de rainha, segundo a tradição do antigo testamento). Esse filho não só será grande perante o Senhor; será chamado “Filho do Altíssimo”. O nascimento de João foi possível por meios naturais com a cura da esterilidade; Jesus nascerá de uma virgem. João será repleto do Espírito Santo, ainda no seio da sua mãe; Jesus será um profeta; Jesus será o último e eterno Rei de Israel. Desde o princípio, Maria é modelo do discípulo cristão. Sua maternidade física foi uma graça única, mas sua maternidade no plano espiritual é compartilhada por todos os que dão a mesma resposta fiel que ela.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Quarta-Feira da 3ª Semana do Advento - Ano B – Dia: 14/12/2011 - Cor: Branco


São João da Cruz, presbítero e doutor da Igreja

Primeira Leitura: Céus, deixai cair orvalho das alturas
Leitura do Livro do Profeta Isaías 45,6b-8.18.21b-25: 6b "Eu sou o Senhor, não há outro, 7 eu formei a luz e criei as trevas, crio o bem-estar e as condições de mal-estar: sou o Senhor que faço todas as coisas. 8 Céus, deixai cair orvalho das alturas, e que as nuvens façam chover justiça; abra-se a terra e germine a salvação; brote igualmente a justiça: eu, o Senhor, a criei". 18 Isto diz o Senhor que criou os céus, o próprio Deus que fez a terra, a conformou e consolidou; não a criou para ficar vazia, formou-a para ser habitada: "Sou eu o Senhor, e não há outro. 21b Acaso não sou eu o Senhor? E não há deus além de mim. Não há um Deus justo, e que salve, a não ser eu. 22 Povos de todos os confins da terra voltai-vos para mim e sereis salvos, eu sou Deus e não há outro. 23 Juro por mim mesmo: de minha boca sai o que é justo, a palavra que não volta atrás; todo joelho há de dobrar-se para mim, por mim há de jurar toda língua, 24 dizendo: Somente no Senhor residem justiça e força". Comparecerão perante ele. envergonhados, todos os que lhe resistem; 25 no Senhor será justificada e glorificada toda a descendência de Israel. Palavra do Senhor!

Comentário: Deus é o Senhor da história
Deus, o Senhor da história é quem dirige as nações e acontecimentos para dar liberdade e vida ao povo que a ele se aliou. O Deus vivo não está confinado a um tempo, nem a uma instituição, nem a determinada estrutura de religião, o lugar eminente do seu agir é a história e a vida. Deus criou todas as coisas, e sabemos, pela Bíblia, que toda a criação é boa (cf. Gn 1,4.10.12 etc. Eclo 39,12-35). A distinção entre o bem e o mal começa a partir do posicionamento que o homem toma diante do projeto de Deus. Justiça e salvação sempre são frutos do céu e da terra, de Deus e do homem: Deus é quem concede, e o homem as recebe; Deus as criou e realiza através da criatividade humana. A libertação de Israel é o meio pelo qual Deus se manifesta ao mundo inteiro; todos o reconhecerão pelo modo como ele restabeleceu um povo que estava "morto". E todos virão adorar o Senhor do universo e da história, escondido num povo que é nada perante as grandes potências.

Salmo Responsorial - 84(85),9ab-10.11-12.13-14 (R. cf. Is 45,8)
R. Que os céus lá do alto derramem o orvalho, que chova das nuvens o justo esperado!
9a Quero ouvir o que o Senhor irá falar: 9b é a paz que ele vai anunciar. 10 Está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra. (R)
11 A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; 12 da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus. (R)
13 O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas; 14 a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus. (R)

Comentário: Restaura-nos ó Deus!
Oração coletiva de súplica, logo após a volta do exílio
Ao chegar do exílio, o povo se defronta com graves dificuldades: organizar a comunidade, restabelecer o culto, reconstruir o Templo, sanar sérios problemas sociais. O plano de restauração, portanto, é ainda uma grande aspiração. A essa súplica responde um oráculo do sacerdote: Deus anuncia a paz, plenitude de condições de vida, se o povo se converter ao projeto dele. A glória ou presença de Deus volta à terra (cf. Ez 11,23 e 43,2), acompanhada pelo amor, fidelidade, justiça e paz que produzem prosperidade para todo o povo.

Aclamação ao Evangelho Is 40,9-10
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Tu que trazes boa noa a Sião, levanta tua voz e anuncia: eis que vem o Senhor Deus com poderio!     (R)

Evangelho: Ide contar a João o que vistes e ouvistes
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 7,19-23; Naquele tempo, João convocou dois de seus discípulos, 19 e mandou-os perguntar ao Senhor: "És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?" 20 Eles foram ter com Jesus, e disseram: "João Batista nos madou a ti para perguntar: 'És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?'" 21 Nessa mesma hora, Jesus curou de doenças, enfermidades e espíritos malignos a muitas pessoas, e fez muitos cegos recuperarem a vista. 22 Então, Jesus lhes respondeu: "Ide contar a João o que viste e ouvistes: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a boa nova é anunciada aos pobres. 23 E feliz é aquele que não se escandaliza por causa de mim!" Palavra da Salvação!

Comentário: Feliz de quem acolhe o Messias
Será que Jesus é verdadeiramente o Messias esperado? A resposta não é dada em palavras, porque o messianismo não é simples idéia ou teoria. É uma atividade concreta que realiza ou que se espera da era messiânica: a libertação dos pobres e oprimidos. Foi declarado feliz aquele para quem Jesus "não for ocasião de queda" e o acolher na condição de Messias, tornando-o mediação da experiência de Deus. Igualmente feliz quem não se escandalizar com o seu testemunho de Messias dos pobres e marginalizados, em consonância com a pregação dos profetas. Por romper com os estritos padrões religiosos, o comportamento de Jesus desconcertava muitos judeus piedosos. O contato com os doentes e enfermos, considerados punidos por Deus por causa de seus pecados, era tido como veículo de impureza. Os leprosos eram especialmente malvistos. O conflito com pessoas possuídas por espírito malignos podia deixar transparecer que Jesus pactuasse com as forças do mal. A proximidade das pessoas de classes sociais inferiores e sua manifesta solidariedade com elas eram tomadas como indício seguro de que, como seus admiradores, o Mestre ignorava as coisas de Deus e desconhecia a Lei. Portanto, seu infrator. Quem observava o modo de ser de Jesus, sem a devida cautela, tinha tudo para considerá-lo ímpio. Mas quem considerasse atentamente o resultado de sua ação tinha motivos para louvar a Deus pelas maravilhas que realizava. Pelas mãos de Jesus, eram operados prodígios dignos do Filho de Deus. Bem-aventurado seria quem o reconhecesse como Messias. Para tanto, era preciso estar profundamente sintonizado com Deus. João Batista não pretendia criar um discipulado em comunidades isoladas. A conversão à prática da justiça, assumida no seu batismo, era para ser vivida por todos em seus próprios ambientes de vida, no seu dia-a-dia. Porém, acontece que um projeto de vida passa a ser uma regra ou estatuto comunitário para grupos, institucionalizando-se. Após a morte de João, grupos de seus discípulos permaneceram à parte do movimento de Jesus, chegando até a questioná-lo. Jesus aderiu ao movimento profético de João, assumindo-o com particularidades próprias da sua natureza divina e comunicadora da vida eterna. As obras de Jesus são obras libertadoras que promovem a vida e iluminam os pobres submissos à ideologia exploradora e opressora dos poderosos. São os sinais da chegada do Reino, com o sinal maior: os pobres são evangelizados. A continuidade do Reino na história é sinalizada pelo testemunho de nossas comunidades no empenho da construção de um mundo melhor.