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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Somos seduzidos por fraqueza ou escolhemos pecar?

Nossa consciência, lugar onde Deus habita, nos inquieta; ainda assim, muitas vezes, fazemos o mal. Isso é resultado de nossa fraqueza ou de nossa livre escolha?
Dizer ‘não’ ao pecado é uma luta presente na vida de todo cristão que leva a sério sua caminhada. É real perceber que sinais  antecedem o ato de pecar, pois somos acometidos pelos desejos e pelas paixões que não controlamos ou que escolhemos não controlar. Para que o ato seja pecaminoso precisa haver um processo consciente, uma decisão. Se não é consciente, ou seja, se a pessoa não tem a capacidade de escolher entre fazer ou não, isso não caracteriza pecado. Nesse contexto, existe uma realidade que permeia todas as situações de pecado: a concupiscência.
No Catecismo da Igreja Católica, lê-se que a concupiscência “desregra as faculdades morais do homem e, sem ser nenhuma falta em si mesmo, inclina o homem a cometer pecado” (CIC 2515). Ou seja, é um ato da razão que antecede o pecar, podemos dizer que é “planejar” o pecado.
No texto bíblico que meditamos, vemos que Caim se chateia com a preferência de Deus à oferta feita por seu irmão Abel. O Senhor, ao perceber isso, o questiona: ”Por que andas irritado e com o rosto abatido?” (Gn 4,6). Deus tem a intenção de mudar o coração de Caim, mas ele não se abre ao Senhor, esconde-se. Dentro dele, havia o desejo de matar seu irmão, e nem mesmo Deus o alertando sobre as consequências, o faz mudar de ideia.
Quantas vezes nos encontramos em situações diante das quais percebemos, claramente, que estamos a ponto de cometer um ato inconsequente que resultará em pecado? Um homem que se sente atraído por uma mulher casada, por exemplo, ao perceber que pode ser correspondido, insiste, mesmo sabendo que deve evitar, pois aquilo lhe agrada de alguma forma. Há dentro do ser humano esse alerta, mas, nós, muitas vezes, o ignoramos, passamos por cima dele, agimos e pecamos. Nossa consciência, lugar onde Deus habita, nos inquieta diante dessas circunstâncias, mas o homem não enxerga ou finge que não vê e prossegue com sua inclinação ao mal.
Basta olharmos para nosso último pecado e refletirmos um pouco. Vejamos o que foi gerado dentro de nós antes do pecado. Sabíamos que a situação nos levaria ao erro; mesmo assim, prosseguimos. Deixamo-nos seduzir por fraqueza ou, simplesmente, pecamos por livre escolha?
Caim convida seu irmão a ir ao campo – aqui vemos que ele pensou no que fazer, trata-se de um ato premeditado, o primeiro homicídio relatado pela Bíblia. Esse fato também quer nos ensinar que em nós há essa postura de planejar o pecado e enganar Deus; muitas vezes, enganamos a nós mesmos, numa atitude consciente e premeditada.
Nossa leitura termina com uma frase que cria em nós um impacto se pararmos e refletirmos sobre ela: “A ti vai seu desejo, mas tu deves dominá-lo” (Gn 4,7). Essa frase de Deus dirigida a Caim revela que o Senhor sabia da intenção do coração dele, tanto que, se lermos todo o versículo sete, onde Deus fala ao nosso personagem, veremos que Ele vê a sua aparência, sinal claro de que “o pecado o estava espreitando à porta” (cf. Gn 4,7). Sim, o ser humano dá sinais claros de que vai pecar; nesses sinais, temos a oportunidade de lutar contra o pecado, de firmar nosso coração em Deus e declarar: “PHN! Por hoje não, por hoje não vou pecar”. Esses sinais nos dão a chance de escolher entre bem e o mal.
Então, encontraremos uma chave na luta pela santidade, uma arma que o próprio Deus nos deu. Como vemos no Catecismo da Igreja Católica (CIC), a concupiscência não caracteriza o pecado em si mesmo, é o intervalo entre o estímulo que recebemos e a nossa reação. Assim, podemos dizer que, neste intervalo, podemos nos controlar e deter nossa reação. Portanto, é possível dominar o desejo, dominar a concupiscência!
Não fomos criados para ser escravizados por nossos desejos, e precisamos nos convencer de que sozinhos não os podemos dominar. Deus coloca pessoas ao nosso lado, coloca leituras, palestras e muito mais à nossa disposição para que cresçamos no autoconhecimento e também no dia a dia. Ele nos dá a possibilidade de escolher o que devemos fazer diante dos estímulos externos que recebemos. E uma capela, uma igreja, é o lugar ideal para derramarmos todas as nossas angústias, para estarmos diante de Jesus e pedir a Ele o socorro necessário, pois o Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza (cf. Rom 8,26). Isso requer treino, isso requer esforço e luta!
Deus nos abençoe nesta batalha pela santidade.

Paulo Pereira

José Paulo Neves Pereira nasceu em Nossa Senhora do Livramento (BA). É missionário da Comunidade Canção Nova e atua no setor de Midias sociais da Canção Nova. Twitter: @paulopereiraCN

Qual a vontade de Deus para a minha vida?


A palavra meditada hoje está em Efésios 5,15-20:

“Portanto, ficai bem atentos à vossa maneira de proceder. Procedei não como insensatos, mas como pessoas esclarecidas, que bem aproveitam o tempo presente, pois estes dias são maus. Não sejais sem juízo, mas procurai discernir bem qual é a vontade do Senhor. Não vos embriagueis com vinho – pois isso leva ao descontrole –, mas enchei-vos do Espírito: entoai juntos salmos, hinos e cânticos espirituais; cantai e salmodiai ao Senhor, de todo o coração; sempre e por todas as coisas, no nome de nosso Senhor Jesus Cristo, rendei graças a Deus que é Pai.”


Pessoas esclarecidas aproveitam o tempo presente, pois não estamos vivendo tempos favoráveis. Compreendamos a vontade de Deus para nós. Perguntemo-nos: “Qual a vontade de Deus para minha vida? O que o Senhor quer de mim?”. Corremos o risco de viver achando que o Pai não criou um projeto de felicidade para nós.

Mesmo em meio aos sofrimentos, o plano de Deus para a nossa vida concorre para a nossa felicidade. O que pensamos de bom para a nossa vida, o que planejamos para nós, não chegam nem perto da felicidade que o Senhor já nos reservou.

A vontade do Senhor é a nossa santificação. Ele deseja a nossa santidade. Infelizmente o significado de ser santo é utilizado de maneira distorcida, pois subentendemos que é ser uma pessoa sem vida. Santo é um bem-aventurado, é aquele que vive com alegria.

Se somos felizes porque temos Deus em nossa vida, somos pessoas bem-aventuradas e estamos trilhando nosso caminho de santificação. Quem se realiza em Deus é um homem e mulher santos. Quando nós voltamos para o Senhor e não para nós mesmos, o Espírito Santo nos impulsiona a viver uma vida de santidade.

Deus nos deu o Espírito Santo e traçou um projeto para a nossa vida. O plano do Senhor nunca se esgota, pois, cada dia é uma surpresa. Temos a liberdade de colaborarmos ou não com o plano de Deus. O plano de Deus não retira nossa liberdade e nem as surpresas da vida.

 Como saber os planos de Deus para nós? A cada avanço, Ele nos mostra o que devemos fazer de novo. Não queiramos pular as etapas dos planos do Senhor em nossa vida. O justo vive da fé, ou seja, um dia após o outro.

Para termos fé, temos que ter a liberdade para duvidar (no sentido de questionar Deus, de apresentar a Ele as nossas dúvidas), pois isso é sinal de que podemos acreditar. A vida na fé nos revela a vontade de Deus no nosso cotidiano. Se nosso coração está em sintonia com o Pai, o Espírito Santo nos conduzirá.

Vigiemos sobre o nosso comportamento, nos ocupemos somente com aquilo que é importante, não tenhamos excessos, permaneçamos em oração e sejamos sempre agradecidos. Seguindo esses passos, conseguiremos encontrar a vontade de Deus para a nossa vida. O Senhor nos responderá e nos guiará.



Márcio Mendes

Missionário da Comunidade Canção Nova

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Curso Anual do Clero do Diocese de Umuarama

O Curso Anual do Clero da Diocese de Umuarama, iniciou na segunda-feira, 14, às 12h00, e teve seu encerramento no dia 17 com um delicioso almoço festivo. O tema deste ano foi: “Os grandes centros urbanos e os desafios da Igreja”, tendo como assessor Pe. Wagner Aparecido Scarponi, da Arquidiocese de São Paulo.
“A dimensão urbana é algo que atinge a todos nós hoje. Mesmo quem não mora em um grande centro urbano é atingido por muitas coisas que o grande centro traz: os meios de comunicação, internet, celular, os sonhos que as pessoas têm de fazer uma faculdade e tem que ir para uma cidade grande, os sonhos de melhorar de vida, entre outros fatores. Estudamos nestes dias aqui os elementos das cidades grandes, as características e o que é positivo na vida das pessoas e o que é negativo”, explicou Pe. Wagner.
Durante os dias de curso, os padres e diáconos que compõem o clero da Diocese de Umuarama, além do Bispo Diocesano Dom frei João Mamede Filho e o Bispo emérito Dom José Maria Maimone, tiveram momentos de aprendizado, descontração e de esporte – na noite de terça-feira tiveram uma partida de futebol, o que animou o encontro.

O encerramento foi com o almoço, onde puderam confraternizar juntos.

Fonte: http://www.diocesedeumuarama.org.br