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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Mensagem do dia 02/02/2012 à Mirjana Dragicevic Soldo


          "Queridos filhos; Eu estou com vocês por tanto tempo e já há muito tempo Eu tenho indicado a presença de Deus e Seu Infinito Amor a vocês. Que Eu desejo que todos vocês venham a conhecer. E vocês, Meus filhos? Vocês continuam surdos e cegos quando vocês olham o mundo ao seu redor e não querem ver onde ele está indo sem o Meu Filho. Vocês estão renunciando a Ele – e Ele é a fonte de todas as graças. Vocês Me escutam enquanto Eu estou falando para vocês, mas seus corações estão fechados e vocês não estão Me ouvindo. Vocês não estão rezando ao Espírito Santo para iluminar vocês. Meus filhos, o orgulho tem se tornado a regra. Eu estou apontando a humildade para vocês. Meus filhos, lembrem-se que somente uma alma humilde brilha com pureza e beleza porque ela chegou a conhecer o Amor de Deus. Somente uma alma humilde torna-se Paraíso, porque o Meu Filho está nela. Obrigada. Novamente, Eu imploro a vocês para rezarem por aqueles que Meu Filho escolheu – que são seus pastores."

7º. DTC - Ano B - Dia 19/02/2012 - Cor: Verde

Primeira Leitura: Eu cancelo tuas culpas por minha causa
Leitura do Livro do Profeta Isaías 43,18-19.21-22.24b-25: Assim fala o Senhor: 18 “Não relembreis coisas passadas, não olheis para os fatos antigos. 19 Eis que eu farei coisas novas, e que já estão surgindo: acaso não as reconheceis? Pois abrirei uma estrada no deserto e farei correr rios na terra seca. 21 Este povo, eu o criei para mim e ele cantará meus louvores. 22 Mas tu, Jacó, não me invocaste, e tu, Israel, de mim te fatigaste. 24b Com teus pecados, trataste-me como servo, cansando-me com tuas maldades. 25 Sou eu, eu mesmo, que cancelo tuas culpas por minha causa e já não lembrarei de teus pecados”.  Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: A nova libertação
Em comparação com o êxodo do Egito, a nova libertação é um acontecimento bem mais grandioso: os exilados voltarão para a pátria por uma estrada no deserto transformado em oásis. O povo liberto será testemunha da ação de Deus na história. Deus não exige de seu povo sacrifício de animais ou qualquer outro tipo de ofertas; ele não é um Deus que cansa e massacra o povo com imposições culturais, mas está continuamente perdoando. O povo, sim, cansa Deus com suas transgressões e pecados. Ora, a fidelidade a Deus não se mede pela quantidade de cerimônias religiosas, mas por uma prática de vida que dá testemunho da aliança com Ele.

Salmo Responsorial - Sl 40(41),2-3.4-5.13-14  (R. 5b)
R. Curai-me, Senhor, pois pequei contra vós!
2 Feliz de quem pensa no pobre e no fraco: o Senhor o liberta no dia no mal! 3 O Senhor vai guardá-lo e salvar sua vida, o Senhor vai torná-lo feliz sobre a terra, e não vai entregá-lo à mercê do inimigo.  (R)
4 Deus irá ampará-lo em seu leito de dor, e lhe vai transformar a doença em vigor. 5 Eu digo: “Meu Deus, tende pena de mim, curai-me, Senhor, pois pequei contra vós!”  (R)
13 Vós, porém, me havereis de guardar são e salvo e me pôr para sempre na vossa presença. 14 Bendito o Senhor, que é Deus de Israel, desde sempre, agora e sempre. Amém!  (R)

Comentário: Deus cuida do abandonado
Oração de agradecimento pela libertação de uma enfermidade grave.
Este salmo nos mostra que Deus protege aquele que cuida do fraco e do indigente. Os pobres são o sacramento da presença de Deus. Relembra também a súplica feita durante a doença. Vista como conseqüência do pecado, ela provoca duros comentários de inimigos e até de amigos. Mas, o amor de Deus restaura a honra do doente e lhe possibilita responder aos que o criticaram. Deus jamais abandonará quem vive segundo a tua vontade e o teu projeto.

Segunda Leitura: Jesus nunca foi "sim-e-não", mas somente "sim".
Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 1,18-22: Irmãos, 18 eu vos asseguro, pela fidelidade de Deus: O ensinamento que vos transmitimos não é "sim-e-não". 19 Pois o Filho de Deus, Jesus Cristo, que nós - a saber: eu, Silvano e Timóteo - pregamos entre vós, nunca foi "sim-e-não", mas somente "sim”. 20 Com efeito, é nele que todas as promessas de Deus têm o seu “sim” garantido. Por isso também, é por ele que dizemos ''amem'' a Deus, para a sua glória. 21 É Deus que nos confirma, a nós e a vós, em nossa adesão a Cristo, como também é Deus que nos ungiu. 22 Foi ele que nos marcou com o seu selo e nos adiantou como sinal o Espírito derramado em nossos corações. Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: Jesus nunca foi “sim-e-não”, mas somente “sim”
Paulo enaltece a plena coerência da doação de Jesus: ele é o “sim” de Deus. Também a pregação do Apóstolo dói coerente do princípio ao fim: não uma coisa hoje, outra amanhã. Os homens de hoje acham por vezes que seja melhor mudar continuamente. Isso convém às coisas do consumo, às manifestações externas do homem; mas a realidade profunda não pode mudar, sob pena de não mais ser ela mesma. Isto responde à necessidade de “sinceridade” tão sentida hoje, à recusa do compromisso. Pois bem, assim como Deus foi fiel aos homens no Cristo, realizando a obra de salvação concebida em seu amor, assim também devemos nós ser fiéis a Deus, mantendo a coerência de nossa proposta de amor. Devemos ser “Amém”, ou seja, plena adesão à sua iniciativa, cumprindo o que nos compete para sua total realização. Tal coerência é para todos os setores de nossa vida: em casa, no trabalho, na sociedade, na Igreja. Ninguém é sincero pela metade. Paulo a seguir, lembra o rito do batismo, que incorpora os fiéis a Cristo, tornando-os participantes do mistério da Trindade.

Aclamação ao Evangelho - Lc 4,18
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Foi o Senhor quem me mandou boas notícias anunciar; ao pobre a quem está no cativeiro, libertação eu vou proclamar!

Evangelho: O Filho do Homem tem na terra poder de perdoar pecados
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 2,1-12: 1 Alguns dias depois, Jesus entrou de novo em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa. 2 E reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar; nem mesmo diante da porta. E Jesus anunciava-lhes a palavra. 3 Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. 4 Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. 5 Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: "Filho, os teus pecados estão perdoados". 6 Ora, alguns mestres da lei, que estavam ali sentados, refletiam em seus corações: 7 "Como este homem pode falar assim? Ele está blasfemando: ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus". 8 Jesus percebeu logo o que eles estavam pensando no seu intimo, e disse: "Por que pensais assim em vossos corações? 9 O que é mais fácil: dizer ao paralítico: 'Os teus pecados estão perdoados', ou dizer: 'Levanta-te, pega a tua cama e anda'? 10 Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados, disse ele ao paralítico: 11 eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!” 12 O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim.”   Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: Sob o peso do pecado
Depois de percorrer a Galiléia, Jesus volta a Cafarnaum. Novamente a casa é centro de convergência da multidão. Jesus dirige-lhes a palavra. As ações e diálogos que se seguem exprimem o núcleo do ensino e da prática de Jesus: o amor misericordioso de Deus, com o perdão dos pecados. Os escribas se escandalizam pois a casta religiosa de Jerusalém se apresentava como únicos e legítimos representantes de Deus para perdoar os pecados, mediante sacrifícios e ofertas. A acusação de blasfêmia será o motivo da condenação final de Jesus pela casta religiosa que se sente ameaçada por sua ação libertadora. À palavra de Jesus é sempre associada a sua prática vivificante. Segundo os antigos, a doença era causada pelo pecado. Para libertar o homem, Jesus vai direto à raiz: o pecado invisível que causa os males externos e visíveis. A oposição à Jesus começa: os doutores da Lei só se preocupam com teorias religiosas, e não em transformar a situação do homem. A ação de Jesus é completa. É um dizer e fazer que cura por dentro e por fora, fazendo o homem reconquistar a capacidade de caminhar por si. A insistência sobre o tema do perdão dos pecados chama a atenção, na cena da cura do homem paralítico. Assim que Jesus o vê descer através de um buraco aberto no teto, declara que seus pecados estão perdoados. Esta declaração provoca alguns escribas que estavam por perto. Para eles, a palavra do Mestre soava como uma verdadeira usurpação de algo reservado exclusivamente a Deus. Portanto, Jesus era um blasfemo! A maneira como ele rebate a maledicência dos escribas é significativa: cura o paralítico para provar que “o Filho do Homem tem, na Terra, o poder de perdoar os pecados”. O gesto poderoso de cura parece insignificante diante do poder maior de perdoar os pecados. E Jesus, de certo modo, parece sentir-se mais feliz por perdoar os pecados do que por curar. Por quê? O perdão dos pecados tem, também, uma função terapêutica. Trata-se da cura do ser humano na dimensão mais profunda de sua existência, ali onde acontece seu relacionamento com Deus. Sendo esta dimensão invisível aos olhos, as pessoas tendem a se preocupar mais com as dimensões aparentes de sua vida, buscando a cura quando algo não está bem no âmbito corporal. Jesus vê além, preocupando-se por libertar quem pena sob o peso do pecado, mais do que sob o peso da doença. O primeiro é muito mais grave. Permanecer no pecado significa viver afastado de Deus e correr o risco de ser condenado. Este é o motivo por que o Mestre, antes de mais nada, quer ver o ser humano liberto de seus pecados.

Fonte: www.deusunico.com

6º. DTC - Ano B - Dia 12/02/2012 - Cor: Verde


Primeira Leitura: O leproso deve ficar isolado e morar fora do acampamento
Leitura do Livro do Levítico   13,1-2.44-46: 1 O Senhor falou a Moisés e Aarão, dizendo: 2 “Quando alguém tiver na pele de seu corpo alguma inflamação, erupção ou mancha branca, com aparência do mal da lepra, será levado ao sacerdote Aarão, ou a um dos seus filhos sacerdotes. 44 Se o homem estiver leproso e impuro, e como tal o sacerdote deve declarar. 45 O homem atingido por este mal andará com as vestes rasgadas, os cabelos em desordem e a barba coberta, gritando: ‘Impuro, Impuro!’ 46 Durante todo o tempo em que estiver leproso será impuro; e, sendo impuro, deve ficar isolado e morar fora do acampamento”.  Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: O leproso deve ficar isolado e morar fora do acampamento
No Antigo Testamento, estas prescrições visavam proteger a comunidade do contágio de doenças, principalmente da lepra, que é a mais temida. Observe-se, no entanto, que a tendência é chamar de lepra muitas doenças de pele, que realmente nada têm a ver com a lepra. Mas Jesus, veio para inserir novamente na comunidade os portadores da lepra ou de qualquer outra doença, curando os leprosos e doentes, por dentro e por fora. Isto é que nós devemos fazer com nossos irmãos portadores de enfermidades, conduzí-los sempre junto à comunidade, dando amor e afeto. Inclusive Jesus disse que: a maior impureza é aquela que sai de dentro de nós, do nosso coração. Por isso, devemos ser solidário com os nossos irmãos.

Salmo Responsorial  -  Sl 31(32),1-2.5.11   (R. 7)
R. Sois, Senhor, para mim, alegria e refúgio.
1 Feliz o homem que foi perdoado e cuja falta já foi encoberta! 2 Feliz o homem a quem o Senhor não olha mais como sendo culpado, e em cuja alma não há falsidade!   (R)
5 Eu confessei, afinal, meu pecado, e minha falta vos fiz conhecer. Disse: "Eu irei confessar meu pecado!" E perdoastes, Senhor, minha falta.  (R)
11 Regozijai-vos, ó justos, em Deus, e no Senhor exultai de alegria! Corações retos, cantai jubilosos!  (R)

Comentário: A conversão é fonte de alegria
Agradecimento pelo perdão recebido.
Quando Deus cobre o pecado com o perdão, o homem se sente liberto. Quando, porém, o homem encobre seu próprio pecado, passa a experimentar como peso o sofrimento da culpa e até o próprio Deus. Perdoado, o salmista volta para a comunidade, que unida canta o perdão. A primeira instrução é que, após o pecado, se suplique a Deus sem perda de tempo. Na experiência do perdão, o pecador descobre o caminho de Deus, que é o amor que liberta e faz viver. O importante é não ser teimoso como animal selvagem, que precisa ser domado. Ser injusto é ser insensato, porque a injustiça acarreta sofrimento, enquanto a conversão é fonte de alegria.

Segunda Leitura: Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 10,31-11,1: Irmãos, 10,31 Quer comais, que bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus. 32 Não escandalizeis ninguém, nem judeus, nem gregos, nem a igreja de Deus. 33 Fazei como eu, que procuro agradar a todos, em tudo não buscando o que é vantajoso para mim mesmo, mas o que é vantajoso para todos, a fim que sejam salvos. 11,1 Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo.   Palavra do Senhor! - Graças a Deus!

Comentário: Liberdade e discernimento cristão
A interpretação individualista da liberdade não é cristã. O livre agir do cristão está submetido a valores maiores: a solidariedade comunitária e a responsabilidade pelo crescimento e amadureci-mento comum de todos. Para atingir esses valores é que existe a liberdade. A auto-suficiência e o fechamento egoísta criam uma falsa liberdade. E a liberdade cristã consiste em viver como filho de Deus e irmão dos outros. Dar glória a Deus é reconhecer que só Deus é absoluto. Ser irmão dos outros é viver a solidariedade para crescer juntos. Paulo se apresenta como modelo a imitar, pois tem consciência de ser o “Evangelho vivo”, isto é, de viver na sua vida o próprio comportamento de Jesus.

Aclamação ao Evangelho - Lc 7,16
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Um grande profeta surgiu, surgiu e entre nós se mostrou; é Deus que seu povo visita, seu povo, meu Deus visitou!  (R)

Evangelho: A lepra desapareceu e o homem ficou curado
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,40-45: Naquele tempo, 40 um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: "Se queres, tens o poder de curar-me". 41 Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele e disse: "Eu quero: fica curado!" 42 No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado. 43 Então Jesus o mandou logo embora, 44 falando com firmeza: "Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!" 45 Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.   Palavra da Salvação! - Glória a Vós, Senhor!

Comentário: Jesus toca o leproso e o liberta de sua lepra
O leproso era marginalizado, devendo viver fora da cidade, longe do convívio social, por motivos higiênicos e religiosos (Lv 13,45-46). Jesus fica irado contra uma sociedade que produz a marginalização. Por isso, o homem curado deve apresentar-se para dar testemunho contra um sistema que não cura, mas só declara quem pode ou não participar da vida social. O marginalizado agora se torna testemu-nho vivo, que anuncia Jesus, aquele que purifica. E Jesus está fora da cidade, lugar que se torna o centro de nova relação social: o lugar dos marginalizados é o lugar onde se pode encontrar Jesus. É comovente contemplar a sensibilidade de Jesus, em relação aos sofredores. Tem-se a impressão de que, quanto maior o sofrimento humano, tanto maior sua capacidade de comover-se. Nestas horas, a misericórdia falava mais alto. O encontro com o leproso tocou, fundo, no coração de Jesus. Imaginemos aquele homem deformado e repelente, lançando-se aos pés do Mestre, em cujas mãos colocava a própria cura: "Se queres, tu tens o poder de curar-me!" A reação natural seria a de censurá-lo, e ordenar que se afastasse, pois os leprosos não podiam conviver com as pessoas sadias. Outra reação seria a de afastar-se sem demora, para evitar o risco de contágio e o da impureza adquirida pelo simples contato com o doente. Tudo se passa de forma diferente com Jesus. A presença daquele homem sofredor move-o à compaixão. Daí o gesto inesperado: Jesus toca o leproso. Sem dúvida, houve quem se escandalizasse e passasse a considerá-lo como impuro, como faziam com quem entrava em contato com os portadores da lepra. Este tipo de tradição não tinha nenhum valor para Jesus. Seu único desejo era ver aquele infeliz livre de sua doença. E o cura! A reação do ex-leproso é compreensível. Apesar da advertência de Jesus, saiu gritando o que lhe acontecera. A compaixão do Senhor deixou-o maravilhado. Marcos, nesta narrativa, destaca o sentimento bem humano de Jesus, que se enche de compaixão diante do sofrimento do leproso que se aproxima e ajoelha-se. O diálogo entre ambos é simples, direto e eficiente: o pedido humilde e confiante do leproso, "Se queres...", e a resposta afirmativa e amorosa de Jesus, tocando-o, "Eu quero, fica purificado". A lepra era caracterizada como impureza legal e implicava a exclusão religiosa e social do leproso, bem como de alguém que o tocasse. A purificação devia ser feita por rituais, com ofertas (três cordeiros, farinha, azeite) ao sacerdote (Lv 14,1-32). Jesus envia o leproso, já curado, para se apresentar aos sacerdotes e testemunhar contra eles próprios, com suas exigências e seu aparato de pureza. Essa libertação do leproso de sua impureza exprime a missão de Jesus e a nossa missão: libertar os excluídos pelos critérios religiosos e sociais, e integrá-los no convívio fraterno.

APROFUNDANDO NA PALAVRA: A lepra do pecado
A mentalidade religiosa dos contemporâneos de Jesus considerava a alma humana mais intimamente unida ao corpo do que a mentalidade grega. Daí resultava que toda enfermidade física devia ser reflexo e conseqüência de uma enfermidade moral.
O leproso, um banido
Entre todas as doenças, a lepra era considerada pelos judeus a que tornava mais impuro o homem, porque, destruindo-o em sua integridade e vitalidade física, era, por excelência, sinal do pecado e de sua gravidade. Por isto, a lepra nunca é considerada única ou principalmente do ponto de vista médico; reveste-se de um caráter mais religioso. Só assim se explicam as medidas severas e repulsivas narradas na 1ª leitura. Não se trata simplesmente de medidas profiláticas; tal isolamento visava a preservar a santidade do povo de Deus". A lepra, sinal do pecado, colocava o homem fora da comunidade do povo de Deus, fazia dele um "excomungado".
Assim, as curas da lepra, narradas nos evangelhos - levando-se em conta o contexto social presente na 1ª leitura -,tornam-se símbolo da libertação do pecado, sinal e prova do poder de Jesus.
O encontro com Jesus
Mas a cura operada por Jesus representa algo mais do que simples libertação de uma moléstia e readmissão no seio da comunidade. Ele se torna participe da situação do leproso, tocando-o com a mão; de certo modo, contrai sua impureza... Neste gesto, Jesus se mostra como aquele que "carregou sobre si nossos sofrimentos"; contraiu o mal que desagrega as forças vivas do homem, e assim nos curou na raiz do nosso ser. Tem-se aqui uma primeira realização da profecia: do Servo de Javé, que se apresenta com o aspecto de um leproso por que carregou nossos pecados, e, conseqüentemente, o castigo deles (cf Is 53,3-12). Isto se realizará literalmente em sua paixão e morte, quando morrerá entre dois malfeitores, "fora do acampamento", fora dos muros da cidade.
Sob os diversos elementos da narrativa evangélica, percebe-se nitidamente o dinamismo da confissão-penitência, como se faz hoje na Igreja. A celebração da penitência é um encontro com Jesus, que cura da lepra do pecado e reintroduz na comunidade eclesial. O relato se desenrola de um modo quase litúrgico e não é difícil situar, nos gestos do leproso e nos de Jesus, um evidente simbolismo penitencial.
Os banidos de hoje
Infelizmente, ainda existe a lepra em nossa sociedade. Ela tem a mesma face desumana de sempre, e, paradoxalmente, a condição do leproso hoje é muito diferente da do tempo de Jesus. Mas nossa consideração não pode deter-se unicamente sobre a lepra. Há tantas outras categorias de banidos em nossa sociedade, pessoas marginalizadas e mantidas "fora do acampamento", isto é, fora de uma sociedade onde se decide por eles, mas sem considerá-los ou interrogá-los.
Os leprosos de hoje são os que vivem nos barracos das favelas das cidades ricas e opulentas, são os fracassados, os desempregados das cidades industriais, os jovens drogados, todos vítimas de uma civilização do consumo e do sucesso; são as crianças excepcionais, retardadas, nas quais a sociedade não pensa, porque não produzem e são um peso; são os anciãos que "esperam", sem esperança, a morte num isolamento e numa inércia que frustra e degrada... são os encarcerados, "rotulados" mesmo depois de pagarem sua pena.
"...A ação caritativa pode e deve abraçar agora absolutamente todos os homens e todas as necessidades. Onde quer que falte alimento, bebida, roupa, casa, medicamentos, trabalho, instrução, meios necessários para levar uma vida verdadeiramente humana, onde estiver um aflito por tribulações e saúde abalada, alguém que sofre exílio ou prisão, aí deve a caridade cristã ir buscá-los, encontrá-los, consolá-los com cuidadosa afeição e reerguê-los, oferecendo-lhes auxílio. Esta obrigação se impõe antes de tudo aos homens e povos que vivem na prosperidade" (AA 8,cd). Este é talvez o grande testemunho que o mundo de hoje espera da Igreja e dos cristãos.